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Estação agrometeorológica fornece dados para tomada de decisões agrícolas no Leste do MS

Parceria viabiliza a instalação de estação agrometeorológica em Ivinhema, que está integrada a rede Guia Clima da Embrapa. Os dados climáticos estão disponíveis para consulta on-line, com atualizações em tempo real, de 15 em 15 minutos. Essas informações contribuirão com o desenvolvimento agropecuário da região leste de Mato Grosso do Sul.

Estação - por Marcos Vinicius
Estação – por Marcos Vinicius

Desde o início de dezembro, está incorporada e funcionando na rede Guia Clima, a estação agrometeorológica de Ivinhema (MS). Localizada na região Leste do Mato Grosso do Sul, Ivinhema é uma cidade de destaque estadual no cultivo da mandioca. O cultivo de cana-de-açúcar também é significativo para essa região do Estado, em especial nos municípios de Angélica e Nova Andradina. Apesar de ser uma região com grande potencial agropecuário, principalmente por suas condições naturais de relevo, solo e clima, existem grandes áreas com pastagens degradas.

A região Leste é formada pelas cidades de Nova Andradina, Bataguassu, Anaurilândia, Bataiporã, Taquarussu, Novo Horizonte do Sul, Ivinhema e Angélica. Esses oito municípios serão amplamente beneficiados pelos dados da nova estação agrometeorológica automática que têm por finalidade monitorar as condições meteorológicas, auxiliando na tomada de decisão dos produtores e fornecendo dados que possibilitem a adoção de tecnologias adequadas e que possibilitem a recuperação das pastagens degradadas.

A aquisição e instalação da nova estação agrometeorológica é resultado da parceria técnica especializada entre Embrapa Agropecuária Oeste, Adecoagro Vale do Ivinhema, Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) e Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento (Faped). Os equipamentos estão instalados na Adecoagro Vale do Ivinhema e estão interligados a base de dados da rede Guia Clima.

“Existem ainda na região Leste do MS, muitas outras culturas, como a soja, o arroz, o trigo, o algodão herbáceo e o feijão, que têm relativa importância para a formação do produto agrícola da Região. No entanto, muito embora a agricultura mereça destaque, existe nesta região a propensão para a pecuária, sobretudo a bovinocultura de corte, ao lado dasuinocultura, a avicultura e a ovinocultura“, destaca o Secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, Fernando Mendes Lamas.

O gerente de Tecnologia Agrícola da Adecoagro, Marcelei Daniel da Silva, explica que a região Leste do MS apresenta uma condição climática muito irregular, em relação as outras regiões produtivas do Estado. “Consideramos importantíssimo os investimentos em equipamentos de alta tecnologia para levantamento de informações confiáveis, que possibilitem a tomada de decisões assertivas, em curto, médio e longo prazo. Certamente, colheremos bons frutos, por meio dessa parceria com a Embrapa”, disse ele.

Além disso, o investimento realizado pela Adecoagro, possibilitará acesso a dados que servirão como subsídios para a tomada de decisão dos produtores rurais, contribuindo com o desenvolvimento regional. “Conseguiremos realizar um planejamento antecipado e assertivo, visando minimizar os impactos climáticos. Dados como quantia de dias úteis produtivos, permitirãoo planejamento de estrutura compatível para todos os processos operacionais (do plantio até a colheita) e adequação dos tratos culturais (nutrição, controle de pragas e doenças). Além disso, estimativas de produção, de receitas e análise de viabilidade econômica serão feitas com informações completas e confiáveis“, explica o gerente da Adecoagro.

O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, destaca que que a nova estação agrometeorológica do Vale do Ivinhema se somará com a instalada em Dourados e Rio Brilhante, ampliando a área de cobertura de informações climáticas na porção Centro-Sul do Mato Grosso do Sul, que é onde se localiza pouco mais de 80% da produção de cana-de-açúcar do Estado. A cana-de-açúcar tem um período de safra longo (10 meses em média) e caracteriza-se, por ser uma atividade com alto custo de investimento. Desta forma, compreender as características climáticas da região com os dados fornecidos pela nova estação contribuirá sobremaneira com a tomada de decisão dos gestores agrícolas, sempre em busca de aumento de produtividade agrícola e competitividade“, salienta Roberto.

Estação Agrometeorológica – A nova estação agrometeorológica, bem como as outras duas que compõem a Rede Guia Clima, está equipada com sensores eletrônicos capazes de monitorar os elementos agrometeorológicos, em um dado intervalo de tempo durante 24 horas por dia. Dentre os elementos, destacam-se: temperatura e umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento, saldo de radiação, radiação solar global, fluxo de calor no solo, índice de molhamento foliar e precipitação. Essas informações podem ser utilizadas para verificar, por exemplo, se as condições meteorológicas estão adequadas para realizar determinadas operações agrícolas, como aplicação de defensivos ou realização de irrigação, entre outros.

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, responsável pelo projeto que organizou os dados históricos e viabilizou o desenvolvimento do serviço Guia Clima, Carlos Ricardo Fietz,explica que as estações agrometeorológicas são diferenciadas das estações meteorológicas, pois são voltadas, principalmente, para as atividades agropecuárias e explica “essa é a primeira estação agrometeorológica da região Leste do MS, pois até então a região contava apenas com estação meteorológica, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),cuja a prioridade é a previsão do tempo“.

Segundo Fietz, o enfoque dos dados da nova estação é completamente voltado para a agricultura. Ele exemplifica esclarecendo que “dados como velocidade do vento são medidos a dois metros de altura do solo,enquanto numa estação meteorológica, a velocidade do vento é medida a 10 metros de altura“.

Fietz destaca que os dados da estação poderão servir como uma referência para a Região Leste, mas faz uma alerta importante “é preciso ter prudência na tomada de decisão, levando em consideração a distância geográfica da propriedade em relação a estação agrometeorológica“. E explica que a uma distância aproximada de 100km, os parâmetros que apresentam menor variabilidade como temperatura e umidade do ar ainda podem ser utilizados como referência. “As chuvas, especialmente no verão que tem muita variabilidade, por sua vez, já não podem servir como referência para a região“, informa.

Por meio dos dados coletados na estação Agrometeorológica,são emitidos avisos meteorológicos on-line, com informaçõessobre ocorrência de ventos fortes, possibilidade de geadas, veranicos e estiagens, entre outras informações que fazem parte das preocupações do dia-a-dia dos produtores rurais. “Os boletins mensais com a síntese da região Sul do MS estarão mais completos, pois a partir de janeiro de 2017, os dados obtidos ao longo de dezembro, em Ivinhema já farão parte das informações enviadas por e-mail para os produtores cadastrados“, comemora Fietz.Para se cadastrar e receber os boletins eletrônicos, basta acessar o Guia Clima MS e preencher com as informações do usuários. Clique aqui e acesse.

Conheça o Guia Clima““A redeGuia Clima é um sistema de informações climáticas, que monitora e reúne dados com atualização em tempo real a cada 15 minutos, das regiões de Dourados(Embrapa Agropecuária Oeste), Rio Brilhante (Escola Agrícola Professor Olacir Vidal) e agora Ivinhema (Usina Adecoagro). Em 2017, por meio de parcerias em fase negociação, a rede Guia Clima deverá ser ampliada para outros três municípios de Mato Grosso do Sul (Maracaju, Naviraí e Ponta Porã).

Recentemente,o módulo de balanço hídrico do Guia Clima foi aprimorado, com a introdução de novas culturas. Foram inseridas as culturas de cana-de-açúcar de ano; cana-de-açúcar de ano e meio; soja ciclo precoce; soja ciclo médio; feijão segunda safra; milho safrinha; milho; trigo e vegetação-padrão. Para cada uma delas é possível realizar o balanço hídrico e saber qual são os níveis atuais de umidade do solo.

Christiane Congro Comas ““ Jornalista (MTb-SC 00825/9 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste
(67) 3416-6884
e-mail: christiane.comas@embrapa.br

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