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Evolução da silvicultura no Brasil

Daniel da Silva Souza

Engenheiro florestal, mestrando em Manejo Florestal (Universidade de Brasília), geógrafo e consultor ambiental

geocentrosul@gmail.com

 

Crédito Ricardo Malinovski
Crédito Ricardo Malinovski

As últimas projeções demográficas do País deixam claro que o Brasil já não é mais o mesmo: a estrutura e composição da população apontam para fortes sinais de envelhecimento, ao mesmo tempo em que a diminuição do contingente populacional se aproxima de forma implacável.

A mecanização na cadeia produtiva é cada vez maior, mas as máquinas pesadas não estão sozinhas. Dividindo o campo com Harvesters, Forwarders e demais gigantes mecânicos entram em cena, com grande habilidade e categoria, a robótica e os sistemas de automação.

Esse novo time tem fôlego suficiente para atuar em todo o processo produtivo florestal: da produção de mudas em viveiros à colheita e processamento da madeira.

Nos viveiros o futuro já chegou. A maior produtora de celulose oriunda de Eucalyptus plantados do mundo já opera um viveiro automatizado com 24 robôs que são capazes de produzir 43 milhões de mudas por ano. Esse volume representa três vezes mais do que um viveiro similar conduzido de forma tradicional. Além de produzir mais, os custos são 25% inferiores ao método convencional.

A automação, ainda que sem robôs, tem sido comum há muito tempo em diversos outros viveiros. Processos que envolvem o controle de umidade, temperatura, incidência de luminosidade solar, irrigação e nutrição são menos onerosos que os sem automação e garantem uma produção mais segura, uniforme e produtiva.

Escolha do local

A escolha do melhor local para o plantio, com efetividade econômica e respeito socioambiental também passa a contar com ferramentas inovadoras. Com os drones é possível mapear e identificar a melhor distribuição dos plantios e a melhor configuração de cada sítio produtivo.

As curvas de linhas, quando necessário, os aceiros, as estradas primárias, secundárias e terciárias, os pátios, etc., podem ser simulados e traçados com otimização espacial por meios de softwares de inteligência artificial.

Preparo do solo

No preparo do solo, os maquinários já são popularmente conhecidos. A precisão, entretanto, ainda necessita de mais espaço. O georreferenciamento das informações edafoclimáticas e outras características inerentes à produtividade do solo podem otimizar a aplicação de recursos e garantir ainda mais retorno para a atividade produtiva aliada ao menor custo.

Mas a regra ainda continua a de menor intervenção possível. Isso porque a introdução de maquinário pesado compromete a saúde do solo em função da compactação. Quando necessário, os tratores devem dispor de esteiras em substituição aos pneus.

Para aqueles que já possuem maquinário com pneus é possível obter sistemas de esteiras que são acoplados aos pneus convencionais. No mercado, diversas empresas já oferecem esta solução em nome da maior produtividade e da conservação do solo.

Durante a colheita, os já conhecidos Harvesters e Fellers dominam o terreno - Crédito Larissa Nunes dos Santos
Durante a colheita, os já conhecidos Harvesters e Fellers dominam o terreno – Crédito Larissa Nunes dos Santos

Transplantio

Durante a inserção das mudas no campo, as transplantadeiras são capazes de operar por horas sem a mínima alteração na qualidade operacional. Uma transplantadeira substitui o trabalho manual de dezenas de homens. Esta etapa, quando realizada de forma manual, é muito crítica e merece atenção quanto à ergonomia laboral dos trabalhadores, e por isso a automação é o melhor caminho.

Estabelecido o talhão, chega a hora de acompanhar o desenvolvimento silvicultural do plantio. A incidência de doenças, pragas e o déficit nutricional não exigem mais a verificação in loco dos humanos.

Os veículos aéreos não tripulados (VANT’s) podem cobrir até 400 hectares por hora e indicar onde há ocorrência inicial de qualquer manifestação que implique em perda produtiva.

Os drones começam a ser usados também para nebulizações químicas para controle fitossanitário, nutrição foliar e até mesmo liberação de inimigos naturais para o controle de pragas em lugares específicos, com precisão, segurança e economia.

A própria mensuração volumétrica do povoamento já pode ser realizada com uso de drones e softwares específicos gerando erros significativamente menores que o método tradicional em menor tempo e com maior parcela amostral ou até mesmo censo total.

Desramas

Para plantios voltados para produção de madeira serrada, as desramas são quase sempre necessárias, e quando conduzidas manualmente implicam em intermináveis missões, com baixíssimo rendimento operacional.

Entretanto, já há no mercado implementos de corte voltados para a mecanização desta atividade. Acoplados a um cabeçote de Harvester ou a uma garra de Feller, é possível otimizar a tarefa em qualidade e quantidade, minimizando ainda riscos aos operadores e evitando danos às árvores.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho de 2018 da Revista Campo & Negócios Floresta. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

 

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