Os bicos desgastados causam prejuízos, pois o defensivo não chega corretamente na lavoura. Por isso, a necessidade de trocá-los para atingir uma boa pulverização. Veja um exemplo: a cultura da soja em uma propriedade de 500 hectares com um desgaste de 10% dos bicos de pulverização, há perda total de agroquímico de até R$ 25 mil.
Os bicos de pulverização sofrem desgastes naturais ao longo de sua vida útil. Porém, caso esse desgaste não seja solucionado com a troca dos bicos gastos por novos, é sabido que a pulverização gerará prejuízos financeiros e ambientais, causados pelo desperdÃcio de produto químico que passa por eles.
O especialista em tecnologias de aplicação da Jacto, Walter Mosquini, elencou pelo menos quatro itens que indicam desgastes em bicos de pulverização. São eles:
ÂŒPoder abrasivo dos agroquímicos: o mercado de agroquímicos oferece formulações que possuem em sua composição partículas em suspensão com alto grau de dureza que contribuem naturalmente para o desgaste dos bicos de pulverização.
ÂQualidade da água de pulverização: pelo mesmo motivo relatado anteriormente, a qualidade da água utilizada na pulverização pode contribuir para o desgaste dos bicos de pulverização, já que a sÃlica, que possui extrema dureza, é encontrada com facilidade em suspensão na água. Cuidados como escolher o local de coleta da água podem contribuir para reduzir a presença de sÃlica na água.
ÂŽPressão de trabalho: a pressão recomendada pelo fabricante do bico de pulverização se baseia em informações definidas no momento de seu desenvolvimento. De acordo com o material de fabricação, desenho e características técnicas, como diâmetro de gota, vazão e ângulo do jato, recomendam-se limites mÃnimos e máximos de pressão. Trabalhar fora das especificações máximas de pressão pode contribuir diretamente para o desgaste e redução da vida útil do bico.
ÂLimpeza: limpar os bicos com instrumentos confeccionados com materiais de maior dureza do que o material utilizado para a fabricação dos bicos acentua a deterioração do orifÃcio de saÃda do jato no bico, ocasionando mudança do perfil de distribuição e das características do diâmetro da gota. Para a limpeza correta, utilize escovas (pode ser escova de dente com cerdas mais duras) e ar comprimido.
Uma importante dica nesse tema, reforça Mosquini, é que, independente do material de fabricação, o critério que se deve adotar para troca dos bicos é o desgaste. “A referência deve ser sempre a vazão nominal de cada bico, conforme consta na tabela do fabricante. Portanto, quando um bico apresentar acima de 10% da vazão nominal de um bico novo, ele deve ser substituÃdo imediatamente“.
Outro fator que deve ser levado em conta e que o especialista recomenda especial atenção é que não se deve usar como referência as horas de trabalho para substituição dos bicos. “Temos que levar em consideração que esse critério de horas de trabalho nem sempre expressa a real situação do bico. Além disso, se utilizado, pode ocasionar troca tardia ou prematura dos bicos“, enfatiza.
Para se ter uma ideia de quanto pode ser economizado observando esses itens,  considerando a cultura da soja em uma propriedade de 500 ha com um desgaste de 10% dos bicos de pulverização, há perda total de agroquímico de até R$ 25 mil.