Para promover o resgate e a manutenção das sementes de espécies agrícolas crioulas, instituições realizam, de 15 a 17 de julho, a 12ª Feira de Sementes Nativas e Crioulas e Produtos Agroecológicos e o 5º Seminário sobre Uso e Conservação do Cerrado do Sul de Mato Grosso do Sul, em Juti, MS. O público-alvo são agricultores e agricultoras familiares e comunidades indÃgenas do sul de Mato Grosso do Sul.
Esses agricultores são considerados guardiões da biodiversidade por cultivarem, manejarem e conservarem um número de espécies e variedades com diversidade genética, que são resultado de seleção natural. Entre os exemplos podem ser citados Crotalaria Ochroleuca, Crotalaria juncea, feijão-de-porco, mucuna-preta; feijão comum, milho branco, milho amarelo azedo, maracujá e abacaxi. A troca de sementes e de experiências, durante o evento, será realizada por meio de apresentação de trabalhos, debates em mesas redondas, oficinas e minicursos.
As instituições realizadoras são a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a Prefeitura Municipal de Juti, Embrapa Agropecuária Oeste, Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms), Comissão Pastoral da Terra (CPT), e Instituto Cerrado Guarani.
A contribuição da Embrapa Agropecuária Oeste durante o evento ocorrerá na mediação da mesa redonda sobre manejo e conservação das sementes crioulas, no sábado, 16 de julho, das 9 horas às 11h30, com o pesquisador Milton Parron Padovan. No domingo, na parte da manhã, uma das oficinas será sobre o manejo agroecológico dos solos com a compostagem e vermicompostagem, sob a responsabilidade do pesquisador Ivo de Sá Motta.
Segundo o pesquisador Padovan, da Embrapa Agropecuária Oeste, o manejo e conservação das sementes crioulas é importante por proporcionar maior autonomia aos agricultores, porque reduz a dependência de compra de sementes das empresas sementeiras. Outro benefÃcio é que “pode contribuir para a diminuição dos custos de produção, uma vez que requerem menos insumos (fertilizantes, por exemplo) e aumentam a diversidade genética nos ambientes agrícolas, resultando em menores riscos de perdas devido a adversidades climáticas”, afirma.
Quanto à técnica de compostagem e vermicompostagem, o pesquisador Motta, também da Embrapa Agropecuária Oeste, diz que é uma excelente maneira de aproveitar recursos locais da propriedade rural (ou até mesmo em residências urbanas) dando destinação adequada e reciclando materiais. “Essas duas técnicas reduzem custos, além de serem tecnologias de fácil adoção e para produção de insumos na propriedade agrícola. São processos biológicos utilizados na transformação de resíduos de origem animal e vegetal em insumos agrícolas de excelente qualidade”, diz.
Programação – No primeiro dia, haverá o Seminário de Agroecologia de Caravanas do Centro-Oeste, das 8 às 17 horas de 15 de julho. No evento, no dia 16, também estarão a Embrapa Florestas com o minicurso “Análise de viabilidade financeira de Sistemas Agroflorestais”, ministrado pelo pesquisador Marcelo Francia Arco-Verde; a Embrapa Pantanal, com o pesquisador Alberto Feiden, que ministrará o minicurso “Planejamento da produção e sustentabilidade em sistemas de transição agroecológica”, e com o pesquisador Aurelio Vinicius Borsato, que ministrará o curso “Diversidade de plantas companheiras”. No dia 17, José Felipe Ribeiro, pesquisador da Embrapa Cerrado, realiza a oficina “Restauração Ecológica e o nova Lei Florestal Brasileira” (confira a programação completa no site).
Inscrições – A taxa de inscrição é um quilo de sementes ou de alimento não perecÃvel ou R$ 5 no dia do evento. As inscrições serão no primeiro dia das 14 às 16 horas.
SÃlvia Zoche Borges (MTb-MG 08223 JP)
Embrapa Agropecuária Oeste
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