Um trabalho realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), buscou avaliar os impactos econômicos da incidência de pragas e doenças na cultura de soja.
A oleaginosa é consumida diariamente ou é matéria-prima para muitos produtos no Brasil como, por exemplo, produtos integrais, farelos e óleo além de ser componente de diversos tipos de rações animais. Também é utilizada na indústria do biodiesel e da beleza, limpeza e medicamentos.
As perdas na lavoura podem impactar diretamente os preços ao consumidor. Fatores como clima, doenças e pragas podem causar prejuízos na qualidade e até diminuir a oferta de produto, gerando inflação nos alimentos. As pragas de maior incidência são a helicoverpa e a ferrugem asiática, capazes de causar perdas de aproximadamente 30% da produção nacional. O não controle de lagartas, percevejos e mosca branca também causa perdas elevadas, que podem superar os 20%, segundo pesquisas técnicas.
Os preços dos coprodutos, especialmente farelo e óleo bruto, registram impactos mais diretos, e, em seguida, em menor ou maior grau, os preços de todos os produtos que têm a soja e seus coprodutos como insumo na produção. Assim, os aumentos dos preços da matéria- -prima são repassados aos produtos finais no varejo, afetando toda a população, especialmente a camada mais pobre.
Os pesquisadores concluíram que essa redução na oferta deve causar uma elevação nos preços da soja em grão de aproximadamente 22,9%, e assim, os valores do óleo de soja responderão com aumento de 10,6%; os do leite, de 4%; os da margarina, de 3,1%; os do frango, de 2,8%; os dos ovos, de 2,6%; os da carne suína, 1,4%; e os da carne bovina, de 1,1%.
Entenda os impactos na tabela produzida pelo Cepea/Andef.