17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Grãos Fertilizantes agregados com aminoácidos aumentam produtividade do algodoeiro

Fertilizantes agregados com aminoácidos aumentam produtividade do algodoeiro

Autores

Carla Verônica Corrêa
Doutoranda em Agronomia/Fisiologia Vegetal e Metabolismo Mineral – UNESP-Botucatu
cvcorrea1509@gmail.com
Luís Paulo Benetti Mantoan
Doutorando em Ciências Biológicas/Fisiologia Vegetal – UNESP-Botucatu

Em algodão, a produtividade do caroço aumenta em cerca de 12% quando aplicado fertilizante à base de aminoácidos. Isso se deve ao fato dos nutrientes se mostrarem prontamente disponíveis para absorção, evitando assim maiores gastos de energia (ATP) com sua metabolização.

No entanto, a eficiência dessa técnica está diretamente relacionada com as fases de crescimento da cultura, sendo que o fornecimento deve ser feito no momento em que a planta apresenta a maior demanda por nutrientes, como a floração e frutificação.

Diversos ensaios de campo demonstram, entre outras vantagens à cultura:

_ Alterações nas características morfológicas da planta, como altura e diâmetro de caule, apresentando incrementos de crescimento;

_ Maior crescimento e desenvolvimento das plantas, resultando em maior produtividade final da área, assim como a rentabilidade da atividade;

_ Maior velocidade de absorção dos nutrientes, o que permite correção mais rápida em relação à deficiência nutricional;

_ Facilidade de absorção de nutrientes pelo fato dos aminoácidos atuarem na complexação de nutrientes;

_ Plantas devidamente nutridas são mais resistentes às condições de estresse, tanto por fatores bióticos (pragas e doenças) como abióticos (frio, calor, seca, excesso de chuvas);

_ Como há maior aproveitamento dos nutrientes, há redução tanto na quantidade quanto no número de aplicações de adubações, ocasionando, desta forma, redução de custos.

Em campo

A incorporação do aminoácido ao fertilizante permite que os nutrientes sejam facilmente aproveitados, favorecendo a velocidade e a eficiência da absorção, transporte e assimilação do nutriente pelas plantas, resultando em menor desprendimento de energia para essas funções.

Dessa forma, parte da energia que antes era desprendida para a absorção de nutrientes, agora poderá ser utilizada pela planta para aumento da produção. Além disso, como a velocidade de absorção do nutriente é mais rápida, as perdas por lixiviação, adsorção, entre outras, são reduzidas.

Outro aspecto positivo é que o aminoácido pode ser incorporado ao metabolismo vegetal e participar de processos metabólicos da planta, aumentando o desempenho dessa cultura em relação às condições de estresses ambientais e fitotoxidade.

Pesquisas recentes relatam que os ganhos na produtividade do algodão com o uso de formulações à base de aminoácidos podem ser em torno de 10%, de acordo com o material genético utilizado e também a quantidade aplicada.

Manejo

Podem ser utilizadas as aplicações foliares de fertilizantes com aminoácidos. Dessa forma, essas aplicações devem ser parceladas em quatro vezes, sendo a primeira com 30 dias após a emergência, a segunda aos 50 dias, a terceira aplicação na pré-florada e última na pós-florada.

No entanto, deve-se ressaltar que os números de aplicações serão de acordo com o nível tecnológico do produtor, do produto utilizado e do custo de produção.

Importante lembrar que, antes da aplicação de uma nova tecnologia, o produtor sempre deve realizar testes em sua área. Ou seja, realizar a aplicação em áreas menores, para depois entrar com a tecnologia em área total. Isso se deve ao fato da imensa diversidade de variedades da cultura, da fertilidade do solo, do tipo de solo, das condições climáticas da região, do manejo empregado pelo produtor e da imensa diversidade de produtos relacionados à nutrição que existem no mercado.

A análise química de solo e de plantas é um importante aliado do produtor. Esse é, sem sombra de dúvidas, um dos pontos cruciais para se obter sucesso na produção. O produtor deve sempre ter em mente que a falta e o excesso de nutrientes acarretam perdas significativas à produção, além do aumento do custo de produção.

Atualmente, como são muitos os produtos à base de nutrientes que podem ser empregados, todo cuidado é pouco, pois aumentam as chances de ocorrências de desequilíbrios nutricionais, o qual ocasiona alterações metabólicas e fisiológicas nas plantas, que as tornam altamente suscetíveis às condições estressantes do dia-a-dia, como seca, amplitude térmica, excesso de chuva, dias nublados, pragas e doenças.

Assim, sem dúvida alguma, as perdas de produtividade serão ainda mais expressivas do que em plantas adequadamente nutridas.

Produtividade do algodão

Pesquisas recentes relatam que os ganhos na produtividade do algodão com o uso de formulações à base de aminoácidos podem chegar a 10%, de acordo com o material genético utilizado e quantidade aplicada. Essa quantidade deve ser baseada na análise química do solo e das plantas e do estádio de desenvolvimento da cultura. Assim, o emprego de curvas de absorção de nutrientes é de extrema utilidade.

Custo

O custo de aplicação dos fertilizantes com aminoácidos dependerá do produto empregado. Em geral, estima-se em torno de R$ 100,00 por hectare, considerando apenas o preço do produto. 

Levando em consideração o aumento da produtividade em torno de 10% com a aplicação de fertilizantes agregados com aminoácidos, os benefícios superam os custos, sendo assim, uma tecnologia a mais para agregar qualidade e produtividade à cultura do algodão.

Acertar na nutrição é o segredo do sucesso!


Equilíbrio

 “O rendimento de uma colheita é limitado pelo nutriente que estiver em menor disponibilidade para as plantas. Esta lei nos indica os princípios do equilíbrio nutricional para o bom desempenho agronômico” (Lei do Mínimo – Justus Von Liebig).

Dessa forma, o produtor sempre deverá levar em consideração a necessidade de se ter equilíbrio nutricional, pois o excesso de um nutriente pode ocasionar a deficiência de outro, que será o nutriente limitante, ocasionando perdas de produção.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes