Nilton Gomes Jaime
Engenheiro agrônomo, M.Sc. e consultor da Cerrado Consultoria Agronômica
A olericultura diferencia-se de outros setores agrícolas por apresentar uma vasta gama de espécies cultivadas. São produtos de alto valor nutritivo e constituem um grupo consumido por boa parte da população.
De acordo com a última pesquisa de orçamentos familiares publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica ““ IBGE (2010), os brasileiros consomem 27 quilos de hortaliças por ano, sendo a batata, o tomate e a cebola as principais hortaliças na preferência do consumidor.
O tomate é, hoje, a hortaliça mais difundida no mundo, sendo cultivada nos cinco continentes, atendendo aos mais diversos mercados e classes sociais. As características que fazem o tomate ser uma das hortaliças mais produzidas no mundo são: a versatilidade culinária, o valor nutricional e a grande variabilidade genética.
Este crescente consumo de tomate deve-se a sua utilização como alimento funcional, por apresentar altos teores de vitaminas A, C e licopeno. Este alto consumo também está relacionado à consolidação das redes de fastfood, que o utilizam nas formas processadas e fresca, e ao aumento de demanda por alimentos industrializados ou semiprontos, como o caso de molhos pré-preparados ou prontos para o consumo, como os catchups, extrato de tomate, tomate em cubos e outros (Carvalho & Pagliuca, 2007).
Altas produtividades
Para obter altas produções, várias medidas devem ser realizadas. Isso inclui a execução de boas práticas agrícolas, utilização de diferentes formas de manejo fitossanitário e, principalmente, realizar as adubações seguindo a recomendação de análise de solo e foliar, de modo que as plantas se desenvolvam em um ambienteequilibrado quanto à disponibilidade de nutrientes (Abboud et al., 2013).
Uma alternativa para que a adubação seja realizada de maneira eficaz, sem comprometer o desenvolvimento da planta e o meio ambiente, é a utilização de adubação orgânica, dentre eles o uso de fertilizantes organominerais.
Os organominerais
Os fertilizantes organominerais são adubos orgânicos enriquecidos com nutrientes minerais. Nessa composição, a parte orgânica pode ser obtida a partir de fontes como dejetos processados de aves e suÃnos ““ mais conhecida como cama de frango ““ esterco de bovinos ou pelo uso da turfa, um material rico em nutrientes ““ principalmente carbono ““ extraÃdo de solos com alta umidade.
A turfa é formada por restos vegetais decompostos por bactérias ou enzimas. Já os minerais são fabricados industrialmente e acrescentados à matéria-prima orgânica.
O segmento de fertilizantes organominerais se expandiu nos últimos quatro anos em um forte ritmo decorrente das demandas por adubos e por aproveitamento de resíduos na agricultura. Em 2013 foram comercializados 3,5 milhões de toneladas de organominerais (Santos, 2014).
Paralelamente, há a geração de conhecimentos e rotas tecnológicas para a incorporação de resíduos orgânicos e minerais, agentes biológicos e novos materiais para a produção de adubos. Neste contexto, o Ministério da Agricultura preparou o Plano Nacional de Fertilizantes, em que são propostas medidas de incentivo às pequenas e médias indústrias regionais para a produção de fertilizantes organominerais (Benites et al., 2010).
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