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Fertilizantes organominerais suprem as necessidades das plantas

Diego Henriques Santos

Engenheiro agrônomo da CODASP – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Regional Noroeste)

dihens@bol.com.br

 

 Crédito Itaueira
Crédito Itaueira

A grande vantagem do uso de fertilizantes organominerais é que no processo de fabricação a mistura entre material orgânico e mineral permite colocar em um único grânulo todos os nutrientes para suprir a necessidade das plantas.

Com isso, podem-se realizar adubações e distribuir os nutrientes de forma mais homogênea nas áreas, o que é muito interessante, especialmente para micronutrientes que são exigidos em pequenas quantidades, e por isso são difíceis de serem aplicados.

A legislação brasileira de fertilizantes exige que os fertilizantes organominerais apresentem matéria orgânica total mínima de 25%, umidade máxima de 20%, teores de N, P2O5 e K2O conforme declarado no registro do produto, somatório das concentrações de NPK, NP, NK ou PK de no mínimo 12%, além de serem constituídos por no mínimo 50% de matérias-primas de origem orgânica. Ou seja, numa tonelada, o fertilizante organomineral deve ter 500 kg ou mais de produto de origem orgânica. O restante é completado com fertilizantes minerais.

Papel na produção

A matéria orgânica presente nos fertilizantes organominerais é importante para melhorar a fertilidade do solo e suas propriedades físicas, pois eleva a capacidade de retenção de água; promove a redução da densidade aparente do solo e o aumento da porosidade total do solo; forma agregados capazes de reduzir a erosão e aumentar a capacidade de absorção do solo; e eleva a capacidade de troca catiônica, pela ação de micelas húmicas coloidais e com atividade superior às argilas.

A matéria orgânica presente nos organominerais também eleva os teores de nitrogênio, fósforo e enxofre a partir de sua decomposição e da mineralização. Além disso, ela reduz a fixação do fósforo pelos óxidos de ferro e alumínio, bloqueando os sítios de fixação com os radicais orgânicos.

Possui, ainda, efeito quelante sobre o ferro, o manganês, o zinco e o cobre, além de aumentar a população de microrganismos benéficos ao solo e às plantas. De maneira geral, em função da matéria orgânica presente em sua composição, o fertilizante organomineral é facilmente absorvido pelas plantas por meio de raízes, caule e folhas, ativando o metabolismo e melhorando a fotossíntese e outros processos fisiológicos.

Com isso, as plantas resistem melhor às pragas e doenças, além de apresentarem maior vigor na brotação e produtividade elevada.

Por estimular um maior crescimento radicular, permite uma melhor absorção de água e nutrientes. A planta absorve mais, fica mais forte e resistente a pragas, doenças e estresses climáticos, influenciando diretamente a qualidade do produto final.

Manejo

A fertirrigação tem se mostrado mais eficiente no fornecimento de nutrientes para diversas culturas olerícolas, com uma série de vantagens sobre a forma tradicional. Por outro lado, a adubação foliar permite complementar de maneira equilibrada a fertilização do solo, ou mesmo para situações de estresses quando se pretende uma resposta rápida da cultura, em caso de carência de nutrientes.

A adubação deve ser baseada na análise de solo e seguir orientação técnica de um profissional com experiência na cultura. A aplicação é realizada da mesma forma que a de um adubo químico convencional, inclusive utilizando os mesmos equipamentos e procedimentos.

No entanto, à medida que a microbiota do solo é ativada pela matéria orgânica presente no fertilizante organomineral, os minerais são liberados gradativamente para as plantas. Esse processo garante expressiva redução da perda do mineral, seja por volatilização de nitrogênio, fixação de fósforo ou lixiviação de potássio e nitratos. Trata-se de um produto ecologicamente correto e economicamente rentável.

Culturas beneficiadas

A aplicação de fertilizantes organominerais tem permitido respostas positivas em diversas olerícolas. Em trabalho realizado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) com alface, foi avaliada a produção de mudas e a produção comercial em função da aplicação foliar de fertilizantes organominerais líquidos.

As mudas tratadas apresentaram maior altura, número de folhas e maior massa seca da parte aérea e das raízes. Outros trabalhos apontam resultados positivos também para outras culturas, como rúcula, coentro, cebolinha, hortaliças-frutos (como tomate e pimentão) e hortaliças-raízes (como beterraba, cenoura e batata), com resultados positivos em relação ao número de folhas, altura das plantas, massa fresca e seca da parte aérea e raízes.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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