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sábado, novembro 23, 2024
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Formigas – Conhecimento e prevenção evitam prejuízos

 

Evelinne Silva Chaves

Bióloga

vellychaves@hotmail.com

Michele Martins Corrêa

Doutora e professora da UESB

mcorrea@uesb.edu.br

Crédito SXC
Crédito SXC

As formigas (Família Formicidae, Ordem Hymenoptera, Classe Hexapoda), são um dos grupos de insetos mais abundantes e desempenham uma variedade de importantes funções ecológicas no ambiente.

Das cerca de 13 mil espécies de formigas descritas, apenas algumas são consideradas pragas, como é o caso das formigas cortadeiras. Conhecidas popularmente como saúvas e quenquéns, são formigas representantes dos gêneros Atta e Acromyrmex, respectivamente, e ocorrem desde o sul dos Estados Unidos até o centro da Argentina.

Essas formigas cortam material vegetal como folhas, flores, brotos e ramos finos para cultivar, dentro dos ninhos, um fungo simbionte, que é o principal alimento desses insetos, já que os soldados e operárias que fazem o corte também podem se alimentar do exsudato do material cortado.

Não confunda

Existem diferenças morfológicas entre as espécies dos gêneros Atta e Acromyrmex que possibilitam o reconhecimento. As espécies de Atta (saúvas) têm castas com tamanhos distintos, enquanto as operárias possuem três pares de espinhos no dorso do tórax e os soldados (operárias maiores) possuem de 12 a 15 mm de comprimento.

As espécies de Acromyrmex (quenquéns) possuem pouca distinção entre as castas – as operárias apresentam quatro ou cinco pares de espinhos no dorso do tórax e os soldados têm de oito a 10 mm de comprimento. Além disso, o tipo e os tamanhos dos ninhos também contribuem para o reconhecimento correto.

As saúvas possuem grandes ninhos, que apresentam montes de terra solta e podem conter de um a oito milhões de formigas, enquanto que os ninhos de quenquéns são menores, menos visíveis e podem abrigar cerca de 200 mil indivíduos. Contudo, para a identificação correta das espécies consulte um especialista.

Florestas em perigo

Algumas espécies vegetais são mais cortadas do que outras por essas formigas e essa preferência geralmente está relacionada à qualidade e quantidade de defesas químicas das plantas, que podem atuar como repelente ou veneno. Como a maioria das plantas cultivadas possuem menos defesas químicas, essas formigas podem atacar uma grande variedade de culturas, como cana-de-açúcar, soja, café, mandioca, cacau, pastagens, gramíneas e florestas cultivadas, como Eucalyptus e Pinus.

Além disso, há uma certa preferência pelas formigas cortadeiras concentrarem seus ataques em plantas de áreas próximas aos ninhos. Em lavouras, as formigas cortadeiras estão entre as espécies economicamente mais prejudiciais. Os danos podem representar entre 20 e 30% da produção de algumas culturas, ocasionando perdas financeiras enormes em todos os países onde as espécies ocorrem.

Além disso, o ataque desses insetos pode deixar as plantas com um intenso desfolhamento, menos resistentes e mais suscetíveis ao ataque de outras pragas e doenças.

 O monitoramento ajuda no controle das formigas - Crédito Luize Hess
O monitoramento ajuda no controle das formigas – Crédito Luize Hess

Fique atento

De acordo com a Entomologia Agrícola, um inseto não é considerado praga quando ocorre em uma cultura sem causar dano econômico. Porém, quando um homem limpa um campo para o plantio, causa um desequilíbrio ambiental que, juntamente com a fartura de alimento proveniente da plantação, pode favorecer o aumento populacional de insetos fitófagos, causadores de danos à cultura.

Neste caso, há uma queda na produção agrícola e, consequentemente, um prejuízo. Considera-se, então, este inseto como praga, sendo recomendado o controle.

Manejo

O controle das formigas cortadeiras pode ser feito de forma mecânica, cultural, biológica ou química. O controle mecânico consiste na escavação do ninho para a retirada da rainha. Esse controle deve ser realizado apenas em ninhos com até quatro meses de existência, idade em que a rainha ainda encontra-se superficialmente no solo.

A partir desta idade, a rainha irá alojar-se a uma profundidade maior (cerca de 1,5 metros), tornando impossível a sua retirada. Em áreas de plantios comerciais, como reflorestamentos e sistemas de pastagens, esse controle pode ser inviável devido às extensas áreas e ao exagerado esforço físico necessário para realização dessa técnica.

O controle biológico seria o uso de inimigos naturais para controlar a densidade de ninhos das formigas cortadeiras, como fungos patogênicos, predadores e parasitas, enquanto que o controle cultural é feito pela captura das rainhas antes da fundação dos ninhos.

Essa matéria completa você encontra na edição de junho/julho da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura completa!

 

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