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Fosfito – Ação fungicida e sanitária no morangueiro

Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma, doutora e PhD em Agronomia – Universidade Federal de Sergipe (UFS)

robertacamargoss@gmail.com

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Agronomia ““ UFU

ferbacilieri@zipmail.com.br

Rubens Frederico Carneiro Filho

Graduando em Agronomia – UFU

rubens.carneiro@ufu.br

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

O morangueiro (Fragaria x ananassa) é uma espécie apreciada mundialmente pelo sabor e beleza dos frutos.  A disseminação das descobertas da relação entre os componentes presentes nos frutos e a saúde promove aumento crescente do consumo, trazendo novas demandas por produtividade e qualidade destes.

Em sistemas de manejos tecnificados, o rendimento e rentabilidade do cultivo de morango são atrativos para investimentos dos produtores. No entanto, o uso majoritário de insumos minerais e químicos, especialmente no controle de pragas e doenças, traz preocupações sobre as possíveis consequências do uso de quantidades elevadas de defensivos.

O aumento da pressão por parte da população, com maior acesso a conhecimentos e senso crítico, somado aos fracassos de produções com baixa qualidade e de altos custos direcionam o cultivo de morango à adoção de práticas de manejo mais racionais, com um forte interesse em alternativas estratégicas para garantir rendimentos competitivos e proteção das culturas.

Sustentabilidade

A nova abordagem para agricultura conhecida como sustentável procura introduzir práticas que possibilitem às plantas ativarem seus mecanismos de proteção, bem como a associação favorável com condições externas, como, por exemplo, associações com microrganismos, com melhorias na interação com o ambiente, o que gera,a longo prazo, equilíbrio ecológico do ecossistema do solo.

As plantas com metabolismo ativo são capazes de resistir melhor ao ataque de um agente externo desfavorável. Dentro deste contexto, a aplicação foliar de fertilizantes é considerada prática ecológica devido à incorporação dos elementos aplicados, por meio de uma maior capacidade de absorção das plantas, menor dose e maior frequência de aplicação.

A possibilidade de fornecer os nutrientes no decorrer do ciclo promove reduções significativas de perdas por lixiviação, reduzindo a perda dos insumos para locais não desejáveis, como rios, portanto, com menor impacto ambiental.

Combinação

A oferta de misturas e combinações de fertilizantes foliares aos produtores é extensa, com tendência a aumentar à medida que se comprova o efeito dos componentes nas atividades celulares dos vegetais. O ânion fosfito (Phi- H2PO31-), conhecido também como ácido fosforoso, é corriqueiramente recomendado como fertilizante foliar. No entanto, Phi é também um ingrediente ativo em vários fungicidas, apresentando efeito sobre a proteção e fisiologia dos vegetais, embora não seja consenso seu efeito nutricional.

A ação nas rotas metabólicas de Phi e Pi e a função nos vegetais são distintas, não podendo um ser confundido com o outro, com sérios prejuízos aos vegetais, mesmo que a aplicação dos dois tenha efeito sinérgico, ou seja, cada um ativa positivamente uma característica vegetal. Em geral, a fertilização é realizada com o fosfato e não com o fosfito, que deve ser utilizado com finalidade de bioestimulante vegetal, com maiores cuidados.

Devido a sua ação no funcionamento das plantas, podem ser considerados bioestimulantes, porque independente do aspecto nutricional, promovem o crescimento das plantas quando aplicados em baixas quantidades. O uso de fosfitos na cultura do morango se torna uma prática estratégica frente às alterações benéficas no desenvolvimento das plantas.

Créditos Shutterstock
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Bioestimulante

A ação bioestimulante de compostos inorgânicos como o Phi relaciona-se à influência na homeostase osmótica, ativação de hormônios e enzimas envolvidas na resposta ao estresse (por exemplo, as peroxidases), aumento na eficiência nutricional e tolerância ao estresse abiótico.

O fosfito fornece fósforo (P), nutriente fundamental para a estrutura da membrana, ácidos nucleicos DNA e RNA, transferência de energia (ATP), sendo considerado essencial para os seres vivos.

O ânion Phi é um isômero do ânion fosfato (Pi), no qual o hidrogênio substitui um dos átomos de oxigênio ligado ao átomo de P. Apresenta rápida absorção e translocação dentro da planta, com alta mobilidade tanto no xilema quanto no floema.

Mais benefícios

Pesquisas realizadas em campos de produção em vários países tropicais revelaram que o uso de fosfitos forneceu eficácia de controle comparável aos fungicidas de contato convencionais, o que destaca a relevância em sua utilização. Já as pesquisas realizadas em laboratório traçaram a relação entre a aplicação de fosfitos e a melhora na defesa das plantas.

A presença do fosfito nos vegetais desencadeia alterações funcionais complexas nas folhas, relacionadas com a indução de resistência contra fitopatógenos. Há, inclusive, alterações na expressão gênica que ativam múltiplas rotas metabólicas favoráveis à defesa das plantas.

A alta complexidade de ação pode gerar benefícios ao longo de todas as fases de desenvolvimento do morangueiro, como redução no período de formação de mudas, melhoria na resistência ao estresse que ocorre no momento do transplantio, provimento de condições energéticas para crescimento inicial mais rápido, até a melhoria das condições vegetativas no momento crítico de florescimento e frutificação.

As descobertas quanto à melhor colonização micorrízica após a aplicação de fosfito mostram alteração no padrão dos exsudados das raízes, com aumento na quantidade de açúcares solúveis e mudança no fluxo de aminoácidos e carboidratos das raízes para a rizosfera.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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