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Fosfito dá mais resistência para a alface

 

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano(UNIFENAS)

douglas.marques@unifenas.br

 

Fotos Shutterstock
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A cultura da alface está sujeita ao ataque de várias doenças e pragas, fazendo com que o produtor normalmente necessite lançar mão do controle químico que, embora garanta uma boa aparência do produto, pode acumular-se como resíduos nas folhas e comprometer a saúde do consumidor.

O fosfito é considerado um agente indutor de resistência a doenças, sendo um sal de ácido fosforoso. Os ânions fosfitos (H2PO3, HPO3-2) são formas reduzidas de fósforo (P), análogas aos fosfatos (H2PO4, HPO4-2 e PO4-3), originadas a partir da redução deste. Atualmente, existem no mercado diversas formulações à base de fosfito, cuja utilização na agricultura tem se intensificado nos últimos anos.

Relação direta

A resistência da planta a um determinado patógeno é definida como sendo a capacidade da planta de atrasar ou evitar a entrada de um microrganismo em seu interior, bem como criar condições adversas para a colonização de seus tecidos pelo mesmo.

As defesas vegetais podem também ser classificadas como estruturais, quando baseadas em características anatômicas, e bioquímicas, quando relacionadas a compostos biologicamente ativos, enquanto que os mecanismos de defesa estruturais (físicos) atrasam ou impedem a penetração dos fungos.

O fosfito

O fosfito atua na indução de resistência da alface, ativando os mecanismos de defesa da planta por meio da ativação das barreiras estruturais e bioquímicas envolvidas no processo. A utilização de fosfitos na produção vegetal favorece a proteção da planta contra doenças fúngicas, vasculares (fusarium, verticilium e rhizoctonia), oídios e botrytis e viabiliza a resistência futura da planta, devendo, portanto, ser utilizado principalmente de forma preventiva.

Outros benefícios

A utilização dos fosfitos na agricultura possui as seguintes vantagens: custo relativo da matéria-prima, prevenção e controle das doenças produzidas por fungos, melhoria do estado nutricional das plantas, sobretudo nos estádios de maior aumento da atividade metabólica, quando a aplicação do produto representaria um fornecimento suplementar de nutrientes, devido à absorção mais rápida de fósforo pela planta em comparação com produtos à base de fosfato.

Fotos Shutterstock
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Como deve ser a aplicação

Na alface, o fosfito deve ser aplicado aos sete e 14 dias, por causa do ciclo curto das culturas. A utilização deste produto deve ser, principalmente, de forma preventiva, devido ao seu alto grau de solubilidade e mobilidade, sendo rapidamente absorvidos pelas plantas, deslocando-se através das membranas celulares.

O caráter sistêmico dos fosfitos (ascendente e descendente) favorece a sua rápida absorção, que ocorre em três a seis horas, via raízes, caules e folhas. O uso do fosfito via foliar proporciona aumento nas quantidades de nutrientes contidos nas plantas, resultando em incremento na produção.

A dosagem do fosfito pode variar em função do produto aplicado. De maneira geral, as recomendações para algumas plantas são:

Culturas Dose por aplicação Épocas de aplicação
Dose/100 L de água Dose/hectare
Hortaliças folhosas 150 a 200 mL 400 a 750 mL Iniciar as aplicações sete a 14 dias após o transplante, e as demais a cada 15 dias.
Hortaliças de frutos 300 a 400 mL 600 mL a 1,5 L Aplicações quinzenais iniciando 15 dias após a emergência até o final da fase vegetativa.

Mais resistência

O fosfito proporciona vários efeitos positivos às culturas, como:

ðAumenta o teor de clorofila na planta;

ðEstimula a fotossíntese;

ðFavorece o desenvolvimento radicular;

ðAumenta a produção.

Custo

Geralmente o custo de aplicação não é alto, variando em função do produto escolhido. Atualmente, são comercializadas várias fontes de fosfito, como o fosfito de potássio, de magnésio, de zinco, de cálcio, de molibdênio, sendo facilmente encontradas essas opções no comércio.

O custo-benefício da aplicação de fosfitos nas diferentes culturas normalmente é alto, pois ele controla e previne doenças fúngicas, devido à produção de fitoalexinas que inibem o desenvolvimento de fungos, além de favorecer a absorção de vários nutrientes e a atividade fotossintética, melhorando a nutrição mineral das plantas.

Essa matéria você encontra na edição de junho da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar.

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