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Fosfito é aliado no controle da phytophthora em eucalipto

Wesley Devair Bittencourt Machini

Engenheiro agrônomo da AgroBR Consultoria Agrícola

wdevair@hotmail.com

 

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

A Phytophthora sp. é considerada um patógeno cosmopolita e polígafo. Este fungo tem os seus relatos em diversas localidades do Brasil, sendo que sua ocorrência foi verificada em diversos viveiros que utilizam o sistema de tubetes para produção de mudas, utilizando um substrato de alta densidade que não apresenta boa drenagem e criando condições ideais para a proliferação e desenvolvimento do fungo, como alta umidade e baixa aeração.

Os propágulos do fungo são disseminados pela água da chuva ou irrigação, do vento ou de partículas de solo aderidas aos implementos agrícolas. Podem sobreviver em recipientes, substratos ou nas instalações dos viveiros.

Sintomas

A Phytophthora sp. causa o tombamento de mudas, sendo uma doença que provoca a morte delas especialmente quando estão nas fases de germinação e plântula, pois atacam os tecidos densos da radícula e do caulículo.

As plantas passam a apresentar um sintoma característico, que é uma lesão no colo da plântula, podendo atingir todo o tamanho no caulículo. Os sintomas começam demonstrando um aspecto encharcado, formando uma depressão na área afetada, e logo depois vai adquirindo uma coloração que vai escurecendo, causando uma necrose no tecido afetado.

A doença destrói estes tecidos, e acaba causando o tombamento da plântula e sua morte. Os próximos sintomas são classificados como secundários: murcha, enrolamento e seca dos cotilédones e suas primeiras folhas verdadeiras, de acordo com o tamanho ou idade da planta.

Prevenção x cura

A Phytophthora sp. é uma doença muito agressiva que se espalha rapidamente, sendo que quando os primeiros sintomas aparecem diversas mudas já foram afetadas. Será extremamente difícil realizar uma aplicação curativa para controle desta doença utilizando o fosfito, uma vez que este é apenas um fertilizante foliar que auxilia no controle da disseminação dos fungos.

Porém, com a utilização do fosfito a planta consegue obter a capacidade estimulativa de produzir fitoalexinas. Estas são sintetizadas nas inclusões citoplasmáticas que ficam localizadas próximas ao local de penetração do patógeno.

A ação defensiva por fungos acontece por uma desorganização celular, rompendo a membrana plasmática e inibindo as enzimas fúngicas. Devido a esses efeitos, o patógeno tem sua germinação inibida, a elongação do tubo germinativo impedida e o crescimento micelial dificultado.

As fitolexinas são compostas por antimicrobianos de massa molecular baixa, sintetizada e acumulada nas plantas após estresses químico, físico ou biológico. Elas são capazes de impedir ou reduzir a atuação de agentes patogênicos. Uma planta bem nutrida, portanto, possui menor chance de ser atacada por diversos patógenos e mostra maior resistência.

Eficiência do fosfito

Os fosfitos são absorvidos rapidamente pelo sistema radicular e pelas folhas. Apresentam ação sistêmica e podem atuar fortemente reduzindo o crescimento micelial, a formação de esporângios e a diminuição da liberação de zoósporos.

Uma das possíveis explicações é que o fosfito consegue atuar diretamente sobre os fungos pelo bloqueio de síntese de ATP, e indiretamente, pela indução de resistência à planta, uma vez que uma planta bem nutrida é mais forte no campo e possui capacidade de regeneração muito ampla quando comparada a outra planta que apresenta deficiências nutricionais.

O fosfito se torna uma fonte de combate a fungos, pois tem ação fungistática, atrasando a formação de colônias. Consegue, portanto, diminuir a incidência destes patógenos, retardando o seu desenvolvimento. Há alguns estudos que mostram que as características ácidas dos fosfitos conseguem interferir no desenvolvimento de diversos agentes patogênicos.

Com a utilização do fosfito a planta consegue obter a capacidade estimulativa de se defender - Crédito Nutrion
Com a utilização do fosfito a planta consegue obter a capacidade estimulativa de se defender – Crédito Nutrion

Manejo

A aplicação do fosfito deve ser realizada utilizando os critérios de dosagem e período de aplicação, uma vez que as mudas de eucalipto ainda se encontram dentro do viveiro e precisam de cuidados especiais para que não ocorra nenhuma desordem nutricional, deixando-as suscetíveis ao ataque de patógeno, uma vez que a nutrição vegetal é de extrema importância para a autodefesa da planta.

Deve-se ressaltar que o fosfito é um excelente aliado para realizar cura ou prevenção de desordens nutricionais, pois este é um fertilizante foliar e não um fungicida, mesmo que diversos estudos comprovem seu resultado positivo para o controle de diversos tipos de fungos.

Ao detectar o sintoma ou a presença de sinais deste patógeno, o correto é realizar a aplicação preventiva e/ou curativa de outro produto específico recomendado por um técnico que entenda do assunto.

A sua atuação e interação na planta pode acontecer de formas diferentes, de acordo com vários aspectos onde esta se encontra. Devido aos fatores externos (clima, solo, relevo, entre outros) e/ou internos (genética) da planta, a aplicação de um fosfito pode atuar como fonte de nutrição apenas, ou pode mostrar resultados antifúngicos.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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