Autor
Bruno Nicchio
Pós-doutorado PNPD em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
bruno_nicchio@hotmail.com
O fósforo (P) é um dos nutrientes minerais (elemento essencial) mais importantes para as culturas agrícolas do Brasil, absorvido em grandes quantidades junto com nitrogênio e potássio.
Porém, este elemento essencial torna-se mais relevante no cenário agrícola brasileiro em função de suas baixas quantidades nos solos, que em sua grande maioria apresentam elevado nível de intemperização, resultado de seu material de origem.
Estes solos são comumente ácidos (baixo pH), com elevados teores de alumínio, manganês e ferro, além da grande quantidade de argila o que faz com que este elemento ao ser aplicado fique retido em sua grande parte, reduzindo a eficiência da fertilização.
Deste modo, grandes quantidades de fertilizantes são necessárias para alcançar resultados satisfatórios. No caso de plantios florestais, como o eucalipto, a aplicação de fosfato é fundamental e pode dobrar a produtividade das plantações, passando a produção de madeira de 150 para 300 m³ na idade de corte.
O P é comumente aplicado no solo antes do plantio florestal, como no caso do Eucalipto. Assim, o cuidado com o histórico e características do solo é imprescindível já que os fatores citados acima podem influência grandemente na resposta das plantas a aplicação de P.
Por isso, recomenda-se sempre a correção do solo através da calagem antes da aplicação de P no solo. Todavia, de acordo com a 5ª aproximação (1999) para plantio de eucalipto dispensa-se a calagem para a correção de acidez do solo, uma vez que essas plantas são bastante tolerantes ao Al.
A aplicação de calcário se justifica para o suprimento de Ca e Mg, se estes nutrientes não forem constituintes dos outros fertilizantes utilizados, quando seus teores no solo estão aquém daqueles necessários para atingir a produtividade esperada. Essas considerações são válidas para a terra do substrato para produção de mudas e em condições de campo.
Recomendações
A adubação fosfatada pode ser baseada de duas maneiras: corretiva e manutenção. A adubação corretiva visa aplicação de fosfato natural (P de baixa solubilidade) em área total antes do plantio e calagem.
Este manejo visa à correção do P quando seus teores no solo estiverem abaixo de 15 – 10 mg dm-3 (o que pode variar de acordo com teor de argila do solo/5ª Aproximação, 1999). Assim, para teores do elemento no solo inferiores à metade do nível crítico de manutenção, pode-se incorporar até 600 kg ha-1 de fosfato natural, em um sulco ao lado da linha de plantio, ou 300 kg ha-1 se o teor de P estiver entre a metade e o nível crítico de manutenção, para a produtividade esperada.
Além disso, os fosfatos devem ser reativos, assim apresentando maior eficiência agronômica, ou seja, que reagem com o tempo liberando gradualmente o P (melhor efeito após o primeiro ano de aplicação). O fosfato reativo Bayóvar apresenta boa reatividade e teor de P2O5 de 30%.
Manutenção
No caso da adubação de manutenção, seu objetivo é a aplicação de fosfato solúvel/acidulado (P de alta solubilidade) localizado na linha/sulco/cova de plantio, com objetivo de disponibilizar P para a cultura agrícola.
Para teores do elemento no solo superiores ao nível crítico da manutenção, aplicar 40 g de superfosfato triplo por cova (20 x 20 x 20 cm) de plantio, se o solo for arenoso, 50 g, se for de textura média, ou 60 g, se o solo for argiloso (5ª Aproximação, 1999).
Fontes de fósforo
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