Carlos Gilberto Raetano
Doutor e professor – FCA/UNESP ““ Campus de Botucatu
Diego Miranda de Souza
Doutorando em Proteção de Plantas ““ FCA/UNESP – Botucatu
Matheus MerebNegrisoli
Mestrando em Proteção de Plantas ““ FCA/UNESP ““ Botucatu
No mercado existem diversas moléculas de produtos fitossanitários que são facilmente fotodegradáveis, necessitando da adição de um agente fotoprotetor para que não haja perda do princÃpio ativo e, assim, redução da eficiência do produto.
Dentre os produtos que necessitam de fotoproteção, vale destacar a suscetibilidade de moléculas inseticidas e herbicidas, além de diversos agentes usados no controle biológico. Por se tratarem de agentes microbianos de controle, a radiação solar pode afetar sua viabilidade drasticamente, afetando negativamente bactérias e propágulos infecciosos de fungos entomopatogênicos, como exemplo os respectivos gêneros Bacillus e Beauveria.
Os fotoprotetores mais importantes são aqueles que conferem proteção contra raios UVB, principalmente quando utilizados para evitar a fotodegradação de agentes microbianos à base de Bacillus. A utilização de óleos também pode conferir certa proteção contra raios UV,contudo, os agentes fotoprotetores irão atuar na reflexão das ondas curtas ou na conversão destas em ondas longas após serem absorvidas.
Os compostos fotoprotetores existentes são a oxibenzona e derivados do ácido estilbeno-dissulfônico. Estes produtos vêm sendo utilizados em pesquisas e têm apresentado resultados promissores, no entanto, não se encontram disponíveis no mercado.
Antiespumantes
Dentre os entraves na tecnologia de aplicação está a formação de espuma no tanque de pulverização, seja pela reação da mistura de determinados defensivos agrícolas, pelo sistema de agitação ou pela composição do produto. Com isso, tem aumentado a utilização de adjuvantes capazes de eliminar ou reduzir a formação de espuma no tanque, chamados de antiespumantes ou desespumantes.
Formulações de glifosato, por exemplo, podem conter substâncias que promovem a formação de espuma, requerendo a adição de um adjuvante antiespumante. Grande parte das formulações já possui em sua mistura algum agente antiespumante, uma vez que a formação de espuma pode ser também um inconveniente, mesmo no momento de envasamento do produto.
Os antiespumantes mais comuns são compostos por emulsões de silicone contendo dimetilpolissiloxano. Estes produtos irão atuar de forma a reduzir a tensão superficial, quebrando a emulsão entre o ar e a água, evitando a formação de espuma.
Quelatizantes
São adjuvantes que possuem a capacidade de isolar a reatividade dos íons do produto fitossanitário e, por este motivo, podem inibir a reação entre moléculas. Quando adicionado à calda, este produto possui a capacidade de atenuar a incompatibilidade entre ativos.
Os quelatizantes possuem potencial de uso quando são acrescentados fertilizantes foliares ou micronutrientes à calda fitossanitária, já que normalmente estes produtos podem reagir quimicamente com as moléculas do produto fitossanitário.
Entre os quelatizantes mais conhecidos estão o ácido cÃtrico e fenólico, além do etileno-diamina-tetracético (EDTA).
Adjuvantes x pulverizações
Existe uma ampla variedade de adjuvantes disponíveis no mercado, cada qual com suas particularidades e funcionalidades, estejam elas isoladas ou em conjunto. Ainda não existe um adjuvante que possa resolver todas as limitações de uma pulverização de uma única vez.
Pelo contrário, a caracterização funcional destas substâncias e dos produtos comerciais disponíveis torna-se cada vez mais fundamental para os usuários. Apesar disso, com as informações já disponibilizadas pela pesquisa, estas ferramentas são indispensáveis para concretizar dois objetivos atuais de toda pulverização: redução do volume de calda e redução de deriva.
Redução do volume de calda
A principal via de distribuição dos produtos fitossanitários na forma líquida é a pulverização, utilizando principalmente a água como veículo. É recorrente aos profissionais responsáveis pela aplicação de produtos fitossanitários o desafio de tratar uma maior área com mÃnima quantidade de água, sem comprometer a eficácia de controle.
Contudo, esta não é uma tarefa de fácil execução e nem sempre se aplica à realidade de alguns produtores e/ou condições da aplicação. Os adjuvantes podem ser ponto chave para o sucesso da redução no volume de aplicação de forma racional.
O espalhamento da calda no alvo promovido por alguns adjuvantes pode otimizar a cobertura da pulverização na superfície alvo e, teoricamente, compensar a redução do volume aplicado, porém, o estádio de desenvolvimento da planta no momento da aplicação, tecnologia de aplicação em uso e condições meteorológicas podem influenciar na tomada de decisão para tal procedimento.