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Fundação MT em Campo 2018 aproxima pesquisa do produtor rural

 

Pesquisa, tempo, tecnologia e aprendizado reafirmam o trabalho da Fundação MT no campo

O evento de Nova Mutum contou com nove estações - Crédito Luize Hess
O evento de Nova Mutum contou com nove estações – Crédito Luize Hess

Janeiro e fevereiro são períodos de colheita da soja e semeadura da segunda safra (milho, algodão e outras culturas) em Mato Grosso. São também os meses em que a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) realiza o Fundação MT em Campo em suas áreas de pesquisa em Nova Mutum e em Rondonópolis.

No dia 31 de janeiro, o evento aconteceu em Nova Mutum para estudantes e profissionais da imprensa, e nos dias 01º e 02 de fevereiro recebeu 650 agricultores que visualizaram, avaliaram e discutiram com pesquisadores e demais participantes situações reais a campo, com protocolos de pesquisa agronômica na fase depré-colheita da soja.

Coletiva de imprensa com pesquisadores da Fundação MT. O evento é realizado há cinco anos - Crédito Luize Hess
Coletiva de imprensa com pesquisadores da Fundação MT. O evento é realizado há cinco anos – Crédito Luize Hess

O mesmo formato do evento também aconteceu em Rondonópolis (MT), nos dias 07, 08 e 09 de fevereiro. “Em Rondonópolis temos experimentos com duração de 10 anos, com uma expectativa maior de público“, informa Luiz Carlos de Oliveira, responsável pela área de Marketing e Novos Projetos.

Luiz Carlos de Oliveira, responsável pela área de Marketing e Novos Projetos - Fotos: Luize Hess
Luiz Carlos de Oliveira, responsável pela área de Marketing e Novos Projetos – Fotos: Luize Hess

Estações

O evento de Nova Mutum contou com nove estações e é realizado há cinco anos no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD) do Médio Norte. Adubação, correção do solo, mecanização agrícola, manejo de pragas, doenças e nematoides foram alguns dos temas detalhados para a classe agrícola de vários Estados brasileiros.

Em meio ao tema do evento “˜O tempo em movimento’, a Fundação MT destacou e reafirmou que o futuro da agricultura está em função do que se faz hoje e na integração e sincronia de todas as decisões relacionadas à produção e gestão agrícola.

“Há pouco tempo o dia a dia do campo trazia discussões pontuais sobre as situações da lavoura, que hoje são integradas. Não existem mais fatores isolados e a agricultura deve ser pensada de forma sistêmica e com a certeza de que o que se faz hoje implica em alguma coisa lá na frente. Quando se pergunta “˜qual futuro eu quero ter’? A resposta é “˜o futuro começa hoje’. Quando se pensa no todo, a condução da lavoura é mais clara, mais segura, mais consistente e tudo isso gera produtividade, rentabilidade e a possibilidade de ser sustentável economicamente, socialmente e ambientalmente ao longo do tempo“, pontua Leandro Zancanaro, gestor técnico da Fundação MT.

 Leandro Zancanaro, gestor técnico da Fundação MT - Fotos Luize Hess
Leandro Zancanaro, gestor técnico da Fundação MT – Fotos Luize Hess

Ainda segundo ele, na estação experimental da Fundação MT em Rondonópolis, cujos experimentos já acontecem há dez anos, os efeitos são visuais. “Podemos sim aumentar a capacidade produtiva dos nossos solos com os mesmos insumos e com as mesmas máquinas, só mudando o modo de fazer. Mas é preciso ter persistência. O que acontece muito é que as pessoas querem respostas em curto prazo, e por isso estão sempre reiniciando“, avalia o profissional.

Porteira adentro

Elusmar Maggi Scheffer é produtor rural e sócio proprietário do Grupo Bom Futuro Agrícola,um dos maiores do Brasil, atualmente, sediado em Cuiabá (MT), e marcou presença no primeiro dia do Fundação MT em Campo de Nova Mutum.

Elusmar Maggi Scheffer é produtor rural e sócio proprietário do Grupo Bom Futuro Agrícola,um dos maiores do Brasil, atualmente, sediado em Cuiabá (MT) - Fotos Luize Hess
Elusmar Maggi Scheffer é produtor rural e sócio proprietário do Grupo Bom Futuro Agrícola,um dos maiores do Brasil, atualmente, sediado em Cuiabá (MT) – Fotos Luize Hess

Ele produz soja grão e semente, algodão, cria abelhas, gado e pecuária/integração, peixe, produz energia einveste em transporte. “Atuamos em 33 municípios do Mato Grosso, com 270 mil hectares físicos, mas são plantados em torno de 500 mil hectares por ano de soja, algodão e milho.Já visitei o Fundação MT em Campo em outras edições egosto de acompanhar de perto, ver as produções dos talhões. Quando cheguei em Mato Grosso, em 1982, as médias produtivas que alcançávamos eram de 38 sacas por hectare. Hoje achamos ruim quando o talhão fecha média com 63 sacas e fazemos uma pesquisa refinada para saber o que houve, se foi compactação, estresse hídrico, ou doenças. Somos parceiros da Fundação MT -sabemos que a instituição é tecnologia e futuro, e quem arranca na frente, está sempre à frente“, opina.

Para ele, os campos estavam muito bonitos, e os pesquisadores ávidos pela busca de novas tecnologias e produtos químicos. “É uma interação muito boa da Fundação MT com todos os produtores do Estado“, afirma Elusmar Scheffer.

 

Os agricultores discutiram com pesquisadores situações reais a campo - Crédito Luize Hess
Os agricultores discutiram com pesquisadores situações reais a campo – Crédito Luize Hess

25 anos de história

Em dezembro de 2018, a Fundação MT completará 25 anos de atuação. Para Luiz Carlos, gestor de Marketing, os vários projetos da instituição são pensadospara o futuro, dentre eles, projetos educacionais que visam a capacitação do profissional, principalmente de técnicos agrícolas, oferecendo suporte na capacitação e preparação desses profissionais para o mercado de trabalho.

Durante o Fundação MT em Campo foi anunciado o novo slogan: “˜Dando vida aos resultados’. O slogan retrata o trabalho que a empresa realiza ao longo deste um quarto de século.

O ativismo da Fundação MT na pesquisa agropecuária permitiu o crescimento das culturas de soja, algodão e milho em Mato Grosso. Quando problemas sérios surgiram nas lavouras de soja, como o cancro da haste e o nematoide de cisto, a Fundação MT agiu e trouxe soluções, entre muitos outros momentos.

Para Francisco Soares Neto, diretor presidente da empresa, o maior desafio daqui para frente é aumentar a produtividade com rentabilidade e estabilidade, ao longo do tempo. “Ao longo desses 25 anos a instituição passou por muitas fases. A primeira foi muito importante – a introdução e adaptação da soja ao cerrado mato-grossense. No início, toda a tecnologia vinha do Sudeste ou do Sul, e não se adaptou bem à região. Com isso os produtores se reuniram porque sentiram a necessidade urgente de uma pesquisa para selecionar sojas que se adaptassem bem à região“, relata.

Francisco Soares Neto, diretor presidente da Fundação MT - Fotos: Luize Hess
Francisco Soares Neto, diretor presidente da Fundação MT – Fotos: Luize Hess

Em parceria com a Embrapa, o estudo da Fundação MT seguiu e teve um avanço muito grande a partir desse momento. A parceria com a Embrapa se manteve até o ano de 2000, e depois a Fundação MT tomou um rumo independente.

Estudantes

A Fundação MT também traz novidades, com a nova área intitulada de Novos Projetos. O primeiro novo projeto já está sendo desenvolvido -o Fundação MT nas instituições, onde está inserido o evento exclusivo para estudantes de escolas técnicas e de ensino superior na área agrícola.

No mesmo formato do Fundação MT em Campo, o CAD Médio Norte foi aberto no dia 31 de janeiro para 60 alunos do curso técnico em Agropecuária da Escola Agrícola Ranchão, de Nova Mutum, e para estudantes de Agronomia da Unemat.

Assim foi também em Rondonópolis, no dia 07 de fevereiro. O evento foi gratuito e as inscrições feitas na hora. “Vemos uma importância muito grande nessa oportunidade de trazer os estudantes ao CAD. Quando eles estão só com os pesquisadores, ficam muito mais à vontade para perguntar. Para a formação deles é essencial, vão ter mais aprendizado, perguntar mais e levar o que viram no campo para a sala de aula. O assunto fertilidade é uma das matérias que eles mais encontram dificuldade, e ver a teoria na prática vai ajudá-los muito“, destacou Wanderley Sérgio Borsatto, diretor da Ranchão.

Tecnologia

Os participantes do evento também puderam conhecer mais sobre a tecnologia de veículo aéreo não tripulado (V.A.N.T.), o drone, a serviço da agricultura. Andrei Maciel, analista de Geoprocessamento da Fundação MT, mostrou no evento em Nova Mutum a utilização da ferramenta. Com ela são feitas, durante todo o ano, imagens dos experimentos da empresa no intuito de proporcionar uma visão diferente.

Andrei Maciel, analista de Geoprocessamento da Fundação MT, mostrou a utilização do drone - Crédito Luize Hess
Andrei Maciel, analista de Geoprocessamento da Fundação MT, mostrou a utilização do drone – Crédito Luize Hess

“Olhando de cima temos uma visão mais ampla do que está acontecendo no campo e conseguimos identificar situações na lavoura de uma maneira mais fácil e completa. Nos tratamentos, que ficam um ao lado do outro, é possível correlacionar melhor os resultados visualizados e encontrar possíveis anomalias“, explica o analista.

Andrei destaca ainda que a Fundação MT já utiliza a ferramenta há seis anos na avaliação de experimentos e, com isso, mensura mais facilmente e obtém mais dados para a pesquisa aplicada. No entanto, o profissional ressalta que o drone não substitui a ida ao campo, mas auxilia no direcionamento do que precisa ser mais observado, para então ser realizado o trabalho.

Além de drone, a Fundação MT iniciou um trabalho de validação de pesquisa com imagens aéreas aplicadas à agricultura.

A utilização do equipamento também foi mostrada no Fundação MT em Campo, em Rondonópolis, nos dias 08 e 09 de fevereiro, na Fazenda Cachoeira. Nessa estação, que teve foco em Sistemas de Produção, um dos destaques foi o experimento realizado há 10 anos consecutivos em rotação de culturas na soja.

Essa matéria você encontra na edição de março2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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