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Fungos entomopatogênicos são eficientes no controle de tripes

Marina Aparecida Viana de Alencar

Doutora e professora do departamento de Agronomia da Faculdade Integrado de Campo Mourão

João Rafael De Conte Carvalho de Alencar

Mestre e professor do departamento de Agronomia – Grupo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas ““ GEMIP da Faculdade Integrado de Campo Mourão

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os tripes são insetos da ordem Thysanoptera, e possuem várias espécies consideradas pragas de culturas de importância agrícola, sendo os da família Thripidae os mais numerosos, e a maioria dos que causa dano econômico são dos gêneros Thrips e Frankliniella.

Esses insetos são cosmopolitas, se alimentando desde fungos, ovos de ácaros, pólen, pequenos artrópodes e diversas partes de plantas, como folhas, flores, brotos jovens e frutos, assim atuando em diversos estádios fenológicos da cultura.

Possuem grande atividade fitófaga, causando desde deformação até a destruição de folhas ou órgãos florais, com subsequentes cicatrizes e deformações nos frutos. Devido a sua alimentação, extraindo a seiva, o local ao redor fica ressecado, reduzindo a área fotossintética do órgão atacado. Além disso, transmitem bactérias do gênero Erwinia e viroses, como o tospovírus, responsável por perdas econômicas em várias culturas.

Culturas atingidas

Há uma grande diversidade de plantas que são hospedeiras de tripes, desde plantas daninhas que servem como abrigo, a plantas de interesse econômico que podem ter perdas de até 100% na produção.

São atacadas por esse mal as plantas ornamentais, frutíferas (uva, pêssego, maçã, morango etc.), hortaliças (alface, tomate, pepino, berinjela, batata etc.) e grandes culturas, como amendoim, algodão, soja, feijão e citros.

Controle

Para o manejo desta praga, o mais utilizado ainda tem sido o controle químico, porém, diversos estudos têm demonstrado o potencial de fungos entomopatogênicos para o controle em cultivo protegido, sendo promissores para o uso em campo. Dentre os principais gêneros de fungos que têm demonstrado eficiência, merecem destaque o Lecanicillium, Metarhizium e Beauveria.

A maior dificuldade encontrada para o controle deste inseto com fungos é devido ao hábito de ficarem escondidos, pois há a necessidade do contato do esporo com o corpo do inseto para adesão. Mesmo assim, tem-se conseguido mortalidades em torno de 70 a 90%.

Deve-se considerar que o uso de fungos entomopatogênicos realiza o controle de diversas outras pragas, como mosca-branca, afídeos, lagartas de lepidópteros e coleópteros. Sendo assim, o seu uso será benéfico para o controle de um complexo de pragas e não apenas para a praga-alvo, neste caso o tripes.

Além disso, de acordo com o fungo utilizado pode-se ter outras vantagens, como o uso de Lecanicilliumlecani que, além de insetos, controla fungos fitopatogênicos como o oídio.

Mais vantagens

Outra grande vantagem dos fungos entomopatogênicos é que eles infectam vários estágios do tripes, de ninfa, pré-pupa, pupa a adulto, porém, com variações de eficiência.

Para Beauveriabassiana a maior eficiência foi comprovada para o controle de pupas. Já Metarhiziumanisoplae possui eficiência em todas as fases do inseto, porém, os adultos são os mais suscetíveis, com mortalidades superiores a 85%.

Para o manejo da praga deve-se estar atento a sua ocorrência, realizando amostragens na época de ataque. Esses monitoramentos podem ser realizados com armadilhas adesivas de cor azul, que atraem o inseto.

 

Períodos críticos

Não há nível de dano estabelecido para as culturas atacadas por esse inseto. As fases de desenvolvimento da planta de maior preocupação variam de acordo com a cultura. Para o amendoim, por exemplo, o período crítico é no estádio inicial, após cerca de 15 dias da semeadura, permanecendo por oito semanas o controle, enquanto que para a maioria das frutíferas o período crítico é a floração.

O nível de controle não é estabelecido de maneira abrangente, porém, deve-se tomar cuidado maior com plantas que sofrem com viroses transmitidas pelo tripes (como o vira-cabeça-do-tomateiro), em que o controle é realizado de forma preventiva.

Os fungos entomopatogênicos têm sido utilizados em cultivo protegido, sendo promissores para uso em campo, mas ainda são necessários mais estudos.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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