A presença de plantas daninhas em um cultivo reduz consideravelmente a produtividade e o lucro dos agricultores. Espécies como buva, leiteiro e picão trazem grandes prejuízos a culturas como soja, cana-de-açúcar, milho, café, trigo, aveia, centeio, arroz e pastagens formadas.
Os herbicidas são ferramentas que controlam essas plantas. Entretanto, o uso contÃnuo de herbicidas com um único mecanismo de ação resulta na seleção de populações tolerantes ou resistentes, o que dificulta o controle das plantas daninhas. “Os herbicidas mais utilizados têm como princÃpio ativo o glifosato e o que se observa é a perda de efetividade no controle a esse tipo de planta“, afirma o professor doutor da Universidade de Passo Fundo e parceiro da Iniciativa 2,4-D, Mauro Rizzardi.
As plantas daninhas interferem no desenvolvimento da lavoura por competirem pelos nutrientes, luz e água presentes no solo. Segundo Rizzardi, as perdas de produtividade devido à presença de plantas daninhas, se não controladas podem chegar a 40%. Com o controle incorreto, varia entre cinco e 10%. “Uma planta de buva por m² reduz em até 12% a produtividade ““ ou seja, seis sacos por hectare, o que equivale a uma perda de R$ 360“, diz.
Resistência
Nos Estados Unidos, foram registradas 21 espécies resistentes. No Brasil, o número já está em seis e algumas precauções devem ser tomadas para que o quadro não se agrave. De acordo com o professor, é necessário que o produtor esteja sempre atento à lavoura e observe o aparecimento de plantas daninhas antes que o problema se agrave. O controle é mais eficaz quando realizado na fase inicial do desenvolvimento da planta.
Deve-se, também, garantir a rotação dos mecanismos de ação dos herbicidas utilizados, evitando defensivos que atuem de forma similar na planta, ou mesmo que possuam o mesmo princÃpio ativo.
Nesse sentido, o 2,4-D se apresenta como uma solução eficiente. “A molécula é amplamente utilizada para o controle de plantas daninhas de folhas largas e uma ferramenta essencial no manejo de plantas de difícil controle, como buva, leiteiro, picão-preto e nabiça“.
Com mais de 60 anos no mercado mundial, o 2,4-D é um dos herbicidas mais adotados na agricultura moderna, com registro em mais de 70 países, incluindo o Brasil. “Esta é uma substância já conhecida pelos produtores e continua a ser uma boa alternativa como rotação de mecanismo de ação“, afirma.
Conscientização
Para auxiliar os produtores rurais na utilização correta deste herbicida, um grupo denominado Iniciativa 2,4-D realiza palestras e treinamentos e disponibiliza material técnico com informações sobre o sistema. Em 2014, foram realizados 74 treinamentos em todas as macrorregiões do Brasil. Ao todo 3,5 mil produtores, técnicos e operadores de equipamentos participaram dos eventos.
Nas palestras sobre o 2,4-D foram abordadas informações técnicas sobre a molécula, suas características físico-químicas, situação regulatória, estudos de toxicidade, segurança no campo e manejo de resistência de plantas daninhas. Nos treinamentos sobre tecnologia da aplicação, os agricultores aprenderam a importância da escolha e utilização correta dos equipamentos de pulverização, observação das condições climáticas como vento e umidade, além de como evitar a deriva.
A Iniciativa 2,4-D é um grupo formado por representantes das empresas ADAMA, Atanor, Dow AgroSciences e Nufarm, que, com apoio acadêmico, tem como propósito gerar informação técnica sobre o uso correto e seguro de defensivos agrícolas.