Com a hidroponia há uma maior aceleração no ciclo da planta, assim como benefícios em economia hídrica, elevada padrão e de qualidade das plantas e, por fim, uma grande assepsia das plantas produzidas neste sistema
No ano de 2017 a CEAGESP contabilizou que cerca de 3.000 toneladas de coentro em folha passaram por lá, sendo o 70º produto mais comercializado no terminal de São Paulo naquele ano.
Atualmente, assinala o engenheiro agrônomo especialista em Hidroponia, Rafael Simoni, em razão da busca por uma alimentação mais saudável, existe uma crescente demanda por ervas, temperos e condimentos in natura, e com o coentro não é diferente. “Essa mudança de hábito está gradativamente aumentando as vendas desse tempero em todo o País e o volume de vendas da CEAGESP deverá subir”, avalia.
Versátil
Desde que se tenha o cuidado adequado, o coentro pode ser adaptado a diferentes regiões, sem qualquer problema, graças às suas características físicas. Entretanto, pode ser produzido em qualquer época do ano, desde que o seu cultivo seja realizado utilizando uma técnica que forneça o necessário para o seu desenvolvimento – por isso, o consultor da Hidroponic Adriano Edson Trevizan Delazeri recomenda que a produção seja feita em hidroponia, o que permite que seu crescimento seja maximizado, além de controlar tudo o que a planta recebe para ter um melhor desempenho.
As vantagens do coentro hidropônico é que, em um sistema hidropônico bem conduzido, o produto final é mais limpo, mais tenro e mais aromático. Além disso, o produto tem menos propensão a murchar depois de ser colhido e o tempo de prateleira geralmente é maior.
Ponto de origem
O coentro é encontrado do Sul da Europa e Norte da África até o Sudoeste da Ásia. É uma planta macia que cresce até 50 cm de altura. Todas as partes da planta são comestíveis, mas as folhas frescas e as sementes secas são as partes mais tradicionalmente usadas na culinária. As folhas são de forma variável.
Embora nativo do Irã, o coentro cresce selvagem por uma vasta área da Ásia Ocidental e Sul da Europa. Ele parece ter sido cultivado na Grécia desde pelo menos 2.000 a.C. Um texto recuperado em Pilos refere-se à espécie sendo cultivada para a fabricação de perfumes. Aparentemente, foi usado de duas formas: como tempero, por suas sementes, e como erva, pelo sabor de suas folhas.
No Brasil, conta Adriano Delazeri, as folhas são a parte da planta mais utilizada, as quais fazem parte de muitos pratos regionais no norte e nordeste. Trazido para o Brasil por portugueses, nas regiões de colonização as folhas são usadas no preparo de sopas e peixes.
Variedades
“Temos, no Brasil, uma dezena de variedades, com períodos de cultivo desde 40 dias no verão, Coentro Verdão e Coentro Rei, até 60 dias, Coentro Pacifico e Coentro Português, além de variedades sugeridas para a produção de microgeens, para serem consumidas entre 10 e 15 dias da germinação, Coentro Maia. Em sistemas hidropônicos as variedades mais precoces são as preferidas, com um destaque especial para os microgreens, brotos e baby leafs, novidades cada vez mais presentes na gastronomia”, aponta o especialista Adriano Delazeri.
A recomendação de Rafael Simoni é que se opte por cultivares do tipo Verdão e Nacional para as regiões mais quentes, e cultivares tipo Português para as regiões Sul e Sudeste, em razão do clima mais ameno e maior resistência ao pendoamento precoce.
Adriano pondera que o coentro em estufas hidropônicas se adapta a oscilações climáticas, pois prefere climas quentes. “Baixas temperaturas cessam ou retardam seu crescimento. Para a germinação das sementes, a melhor faixa é de 20 a 30°C, enquanto na fase de desenvolvimento vegetativo vai bem entre 18 e 25°C. Os produtores de coentro cultivam a planta até o desenvolvimento das folhas, e é vendido em maços. Não tenho conhecimento da produção de semente de coentro em sistemas hidropônicos”, detalha.
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