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Hortaliças minimamente processadas agregam valor e comodidade

A produção de vegetais e hortaliças minimamente processados agrega valor aos produtos e oferece maior comodidade aos consumidores, que adquirem um produto já lavado e cortado

 

Foto 01 - Crédito Bomverdi Hortifrut
Foto 01 – Crédito Bomverdi Hortifrut

As hortaliças e vegetais minimamente processados, diferente do que muitos pensam, não passam pelo tradicional processo de industrialização de alimentos. O termo “minimamente“ é utilizado justamente porque as hortaliças e vegetais passam por um processo simplificado de produção, preservando praticamente todos os aspectos e características dos produtos in natura e acrescentando o benefício da comodidade, por ser um produto pronto para o consumo (lavado, descascado, cortado, sanitizado e fracionado de forma conveniente).

 Segundo Caio Pulce Moreira, especialista em projetos da AJM Equipamentos, para o cliente final (consumidor) a principal vantagem oferecida pelas hortaliças e vegetais minimamente processados é a comodidade e praticidade. “Esses produtos surgem como uma solução para a atual correria do dia-a-dia dos consumidores, além da vantagem de ser um produto natural, que vai de encontro à tendência mundial de alimentação saudável“, avalia.

Para o público institucional (restaurantes, escolas, hospitais, etc.) ele informa que as vantagens mais valorizadas são: redução de mão de obra, economia de água, eliminação de desperdícios, redução da área de trabalho, dos custos de armazenamento, de lixo e a padronização dos cortes.

Valor agregado

Para o empreendedor (produtor rural, agroindústrias, associações de produtores e unidades de processamento), o valor agregado de venda pode chegar a 30 vezes o valor do produto “in natura“.

“Para iniciar na atvidade de forma correta e ir crescendo aos poucos, é necessário basicamente um cortador de folhas e hortaliças e uma centrifuga industrial própria para vegetais e hortaliças,além de pequenas adequações no espaço físico e acessórios do processo (balanças, mesas, tanques, etc.). O valor do investimento é variável e específico para cada ideia, mas uma média para iniciar da forma correta é entre R$ 90 mil a R$ 120 mil“, calcula Caio Moreira.

Demanda

Pela experiência de Caio Moreira na montagem de unidades de processamento em todo o Brasil, ele estima que atualmente, aproximadamente entre 5 e 15% da população de cada cidade consumam frequentemente (diariamente) produtos minimamente processados, demanda que vem crescendo ano a ano.

“Mesmo durante o atual período de crise, muitos de nossos clientes têm aumentado a produção e investido em novos equipamentos para reduzir o custo com mão de obra. As etapas mais trabalhosas e obrigatórias que exigem um investimento inicial é o corte (Cortador de Folhas e Hortaliças – CVD 200) e a etapa de secagem (Centrífuga Industrial – CTN 1100). As outras etapas são menos trabalhosas e podem ser feitas de forma manual inicialmente, observando o porte do projeto e a intenção de cada empreendedor. Para projetos intermediários e mais mecanizados, com menos mão de obra, são necessários mais equipamentos“, expõe o profissional.

 

Alimento saudável e prático

Atualmente, na Europa, Estados Unidos e Japão o volume de hortaliças e vegetais minimamente processados já ultrapassa o volume de “in natura“, sendo que essa tendência mundial de alimentação saudável e prática já chegou ao Brasil e mostra evolução crescente.

Na prática

Produção de alface da BomverdiHortifruti, em Porangaba (SP) - Crédito Bomverdi Hortifruti
Produção de alface da BomverdiHortifruti, em Porangaba (SP) – Crédito Bomverdi Hortifruti

A empresa Bomverdi Hortifruti, localizada em Porangaba (SP), é produtora de vegetais hidropônicos para abastecer a fábrica de minimamente processados. “A Bomverdi está sempre preocupada em aprimorar e buscar novas ferramentas de trabalho que estejam contribuindo para a economia de recursos hídricos do planeta. Desenvolver produtos hidropônicos é a certeza de que estamos fazendo nosso papel nesse difícil compromisso. A vida depende da água e precisamos cuidar bem dela“, defende Marcello Mazetto de Souza, engenheiro agrônomo da empresa.

Para ele, ser produtor e processador é o maior diferencial na área de folhas minimamente processadas. Além disso, torna-se possível trabalhar sem a ruptura da cadeia do frio. “Nosso processo de fábrica até o transporte final é 100% refrigerado, o que garante a qualidade e o tempo de prateleira maior“, pontua Marcello.

 

De ponta a ponta

A VG Processados também investe em vegetais minimamente processados. “Os produtos chegam aqui in natura, são selecionados, passam por pré-lavagem, descascamento, corte, centrifugação, embalagem, armazenamento e logística. Estamos no mercado há um ano para atender a demanda da Bahia, que sofria carência dos minimamente processados, embora já trabalhássemos com isso antes porque eu tinha cozinha industrial. Eu processava mil quilos diariamente, mas com poucas ferramentas“, conta Maria de Cássia Ornelas, diretora da VG Processados.

Foi daí que surgiu a ideia e a necessidade de avançar para um escala maior. Atualmente, a VG Processados atende restaurantes, hotéis, fast foods e hospitais. “Processamos minimamente todos os vegetais, mas os mais procurados pelo mercado são os que dão mais trabalho, como abóbora, batata, cenoura e folhosas“, relata Maria de Cássia.

Cortador de folhas e hortaliças da VG Processados - CréditoVG Processados
Cortador de folhas e hortaliças da VG Processados – CréditoVG Processados

Quando aumentou a escala de produção, a empresária partiu para a mecanização do processo, e investiu muito no processo. “Nossa estrutura é reconhecida como uma das melhores do País, porque tem todo um fluxo, de acordo com as normas exigidas. Estamos realizando um trabalho para conquistar o ISO 9001 com uma gestora de qualidade porque o mercado e o consumidor final buscam por alimentos saudáveis com praticidade, coma garantia de que o alimento está bem sanitizado e que seja um produto 100% natural“, diz.

Cortador de folhas e hortaliças da VG Processados - CréditoVG Processados
Cortador de folhas e hortaliças da VG Processados – CréditoVG Processados

Ainda segundo Maria de Cássia, os vegetais são sazonais e a cada semana eles sofrem alteração de preços. Para os minimamente processados, o fator custo onera em mais de 100% com relação ao mesmo produto in natura, mas ela garante que as vantagens compensam.

“Se o consumidor final comprar um quilo de abóbora in natura, por exemplo, 25% desse peso é perdido no descascamento e nas sementes. Além disso, ele não terá gastos com água e esgoto, além da mão de obra e a certeza que o produto minimamente processado está pronto e que não apresentará perda nenhuma. Por isso existe um fator agregado de vantagem, de modo que no final o produto minimamente processado é mais vantajoso do que o produto in natura“, explica. A empresária calcula que o investimento feito nos equipamentos para a fabricação dos minimamente processados se pagará em dois anos.

Oportunidade

Fábio Antônio de Almeida e Luiz Flavio de Almeida são sócios na empresa Alimentos Processados Santa Rita, na cidade de Barra Mansa (RJ). Segundo eles, diante da dificuldade que o País está enfrentando, o setor de vegetais minimamente processados vai bem, em relação a outros setores.

Foi da oportunidade que surgiu também a ideia de Marilia Cristina Aragon, engenheira agrônoma que durante toda a graduação realizou estágio com minimamente processados e pós-colheita de produtos hortícolas. Atualmente ela é sócia-proprietária da Tudo Pronto – Comércio de Minimamente Processados.

“Estamos muito felizes com a abertura da empresa e a aceitação dos produtos no mercado. Um trabalho cuidadoso, árduo e crescente vem sendo feito desde a compra dos insumos até a prateleira dos nossos clientes. Como reconhecimento temos, em poucos meses de funcionamento, clientes em 10 cidades da região, incluindo supermercados, quitandas, varejões, restaurantes e cozinhas industriais“, orgulha-se.

Parceria faz o sucesso do empreendimento

A Associação dos Produtores de Tambaú ““ APTA foi criada em dezembro de 2005, com o apoio da prefeitura local, para que um grupo de produtores rurais participasse do Programa de Aquisição de Alimentos ““ Doação Simultânea, parceria da Companhia Nacional de Abastecimento ““ CONAB e Ministério do Desenvolvimento Social ““ MDS, em que os consumidores adquirem produtos hortifrutigranjeiros da agricultura familiar para abastecer entidades beneficentes e alimentação escolar.

Com o crescimento e o amadurecimento, a APTA, em maio de 2010, constituiu a COPEAGRO ““ Cooperativa Agropecuária de Tambaú e Região com o principal objetivo de abrir novos mercados, e trabalhar o lado comercial da atividade.

Hoje a Copeagro tem a participação de 65 produtores rurais dos municípios de Santa Cruz das Palmeiras, Santa Rita do Passa Quatro e Tambaú. “Com a necessidade de acompanhar as mudanças do mercado e cada vez mais buscar canais alternativos de comercialização, procura parcerias para a construção de um Complexo Agroindustrial de Tambaú e Região ““ Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável ““ MICROBACIAS II ““ Acesso ao Mercado, que em sua primeira etapa contará com a Comercialização do Leite Spot e a Agroindústria de Minimamente Processadas“, conta Ana Paula Marques Rodrigues, responsável pela assessoria e desenvolvimento da Copeagroo.

A Copeagro tem a participação de 65 produtores rurais nos minimamente processados - Crédito Ana PaulaMarques
A Copeagro tem a participação de 65 produtores rurais nos minimamente processados – Crédito Ana PaulaMarques

Segundo ela, o treinamento dos funcionários nos alimentos minimamente processados teve início em março, e em abril a comercialização já começou. A ideia, desde o início, foi agregar valor aos produtos dos cooperados. “Como estamos muito no início, nosso trabalho ainda é só com a horticultura: abobrinha, abóbora, alface, almeirão, acelga, brócolis, cenoura, cheiro verde, chicória, chuchu, couve, couve-flor, mandioca, jiló, quiabo e repolho“, informa Ana Paula, que está abrindo novos mercados, entre restaurantes e supermercados.

“Hoje posso dizer que a organização mudou muito. Temos que estar atentos aos produtos que chegam e à qualidade deles, bem como ao comportamento e exigência dos consumidores, que gostam de novidades. Por isso, também fazemos “misturas” de legumes de yakissoba (acelga ou repolho, cenoura, couve-flor e brócolis), salada colorida (cenoura e beterraba ralada e couve fininha)“, conta a assessora.

A ideia apresenta a importância de agregar valor aos produtos e a visão de desenvolvimento econômico para a região. Com a participação de 43 produtores, entre agricultores familiares e produtores médios, a produção de leite, frutas e hortaliças supera as expectativas para a implantação do complexo agroindustrial.

Atendimento personalizado

Há mais de 14 anos trabalhando em feiras pela cidade de Ribeirão Preto (SP), Regina Hatano Kogawa notou em seus clientes a necessidade e a procura por produtos práticos. Foi então que decidiu diferenciar-se dos demais oferecendo aos seus consumidores verduras e legumes “picadinhos”, minimamente processados, higienizados, selecionados e prontos para o consumo.

De acordo com a necessidade de cada cliente, Regina preparava as bandejas e os kits personalizados. “Alguns queriam com pimentão, outros não podiam comer cenoura, outros ainda já queriam um kit pronto para a sopa da sua dieta, e dessa forma cada cliente foi ganhando seu espaço e auxiliando na decisão da montagem de cada pedido. A satisfação dos clientes foi enorme ao chegar à feira e ver que tinha uma bandeja com seu pedido específico, já pronto para o consumo e ainda na quantidade ideal, sem desperdício“, justifica a empresária.

Por meio de críticas e sugestões, Regina aprimorou cada vez mais seus produtos, o que aconteceu graças aos seus clientes, que contribuíram de forma significativa para o desenvolvimento e sucesso da loja na cidade de Ribeirão Preto e região.

Com o crescimento e a fidelização dos clientes, Regina se deparou com a necessidade de abrir uma loja dedicada para seus produtos especializados. Surgiu então a Regina Picadinhos, localizada no Novo Mercadão da Cidade, que já é sucesso entre os fieis clientes.

A Regina Picadinhos aprimorou cada vez mais seus produtos, o que aconteceu graças aos seus clientes - Crédito Regina Hatano
A Regina Picadinhos aprimorou cada vez mais seus produtos, o que aconteceu graças aos seus clientes – Crédito Regina Hatano

Especialista no processo

A AJM Equipamentos é especialista em equipamentos para processar hortaliças e vegetais e fabrica toda a linha (pré-lavador, lavador, cortador de folhas e hortaliças, descascador, cubetadeira, ralador industrial, tanque de sanitização, mesas de inspeção, centrífuga,etc.) e que orienta de forma individual e personalizada os interessados em iniciar na área.

Veja os equipamentos funcionando:

Essa matéria você encontra na edição de agosto 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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