O advento dos veículos aéreos não tripulados (Vants) ou drones trouxe à tona o emprego acentuado de programas computacionais para aquisição, tratamento e análise das imagens captadas por máquinas fotográficas embarcadas nesses robôs voadores. Surgida no final do século XX, a técnica de geoprocessamento vem se destacando, assim como os drones, que de uso militar e espacial originalmente passaram a povoar não só o imaginário popular, mas áreas que vão da indústria cinematográfica à horticultura
Centros de pesquisas e empresas privadas estão apostando no desenvolvimento e aprimoramento de programas que interpretam as imagens, transformando-as em dados úteis para o produtor. É o que vem fazendo o Laboratório de Imagem e Modelamento, da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP). “Investimos na criação de metodologias de processamento de imagens para drones de baixo custo capazes de operar em condições de campo adversas”, diz o pesquisador Lúcio André de Castro Jorge.
Para ele, as imagens tomadas por vants, aliadas a uma boa técnica de geoprocessamento, identificam com precisão na lavoura a existência de pragas e falhas, problemas de solo, áreas atingidas por erosão e assoreamento de rios, área atacada com nematoide, deficiência hídrica, porque um programa de computador indica com cores específicas esses problemas que provocam prejuízos nas propriedades.
O pesquisador vem desenvolvendo há mais de 15 anos soluções em software para uso, a princípio, em imagens captadas por qualquer aeronave. Algumas ferramentas estão disponíveis gratuitamente para os agricultores na página http://labimagem.cnpdia.embrapa.br/, como o sistema para análise da cobertura do solo – Siscob – e sistema de coleta geolocalizada – GeoFielder.
Técnicas de análise
As técnicas desenvolvidas pelo pesquisador para o tratamento das imagens estão sendo empregadas em cultura de cana, de citros, milho e algodão. Em Gavião Peixoto (SP), o engenheiro eletrônico está conduzindo estudos com vants para diagnóstico de uma doença que é considerada a mais importante, severa, séria, destrutiva e devastadora da citricultura mundial – o HLB (Huanglongbing), conhecida como greening.
No Estado de São Paulo, entre 2005 e 2012, a praga foi a causa da eliminação de 26,7 milhões de plantas, segundo dados divulgados pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), baseado nos relatórios de inspeção e erradicação de plantas que os produtores entregam semestralmente.
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