Em março deste ano o Centro de Tecnologia e Treinamento em Cultivo Protegido ““ Projeto Horticunha ““ completou seu primeiro ano de operação. Situado na região da Serra do Mar, a 1.000m do nível do mar, na Estância Climática de Cunha (SP), a 45 km da cidade de Aparecida (SP) e a apenas 40 km do mar e da cidade histórica de Paraty (RJ), a Horticunha tornou-se uma referência na região do Vale do ParaÃba em termos de cultivo protegido.
O projeto, montado pela empresa de assessoria em cultivo protegido EACEA (www.eacea.com.br), tem como objetivo a produção de hortaliças com qualidade e produtividade superior. A primeira fase do projeto contou com uma área de estufas de 1.500 m2, e ainda com um centro para realização de cursos e treinamentos com capacidade para até 12 pessoas.
O curso
O engenheiro agrícola Andrés da Silva, presidente de EACEA e um dos proprietários do projeto Horticunha, conta que neste primeiro ano de funcionamento foram colhidas acima de 30 toneladas de tomate italiano. Mais de 150 produtores, técnicos e investidores de todo o Brasil passaram pelos cursos e treinamentos da EACEA em Horticunha, dos quais muitos já iniciaram seus próprios negócios de cultivo protegido.
Além disso, o projeto Horticunhafunciona como um epicentro para a realização de testes e ensaios de produtos, equipamentos e insumos que são validados pelos técnicos da EACEA para utilização nas estufas nacionais.
Neste primeiro ano, foram testados os tomates italianos Tyna (Sakata), Pai-Pai (Enza), tipo salada Paron (Syngenta) e tipo grapeAngeli (Syngenta). Outras empresas que realizaram testes de seus produtos e serviços em Horticunhaforam: Jacto, Agrocultivo, Pasckal, Fortfibra, Hidrosense, Terra Molhada, Delta, Carolina Soil, Koppert, AllCrop, Ginegar, Celeiro Verde, Hidroceres, Anjos e Souza.
Em Horticunha são testados diferentes manejos de cultivo entre o solo e o substrato, ciclos longos x curtos, uso de “˜mudões’ e até mesmo do sistema de interplantio, com resultados interessantes e que podem ser aplicados por produtores em diferentes regiões do Brasil.
Com o uso do controle biológico, o manejo integrado de pragas e doenças resultou em um número mÃnimo de aplicações de agroquímicos e em uma melhor qualidade das plantas. Em termos de sabor, os produtos de Horticunha possuem uma ótima aceitação na região.
Andrés da Silva ressalta: “A qualidade do tomate é um resultado das escolhas que o produtor faz em relação ao local da propriedade, do tipo de estufa, do sistema de irrigação, da genética, da qualidade da mão de obra e do manejo. E o interessante é que o cultivo protegido permite controlar tudo isto de maneira otimizada. Basta ver os resultados do 1º Concurso do Melhor Tomate de Mesa do Brasil, em setembro de 2015: os primeiros colocados de todas as categorias foram tomates cultivados em estufas“.
Mais proteção para as plantas
As estufas da Haygrove(modelo Trellis) instaladas em Horticunha apresentaram um excelente desempenho em termos de controle de clima, com uma taxa de ventilação de mais de 40%. Este modelo, apesar de ter um pé direito de apenas três metros, possui um volume de ar equivalente às estufas tradicionais de 4m.
Por se tratar de uma estrutura tubular e pré-fabricada, a montagem da estufa ficou muito simples, podendo ser realizada pelo próprio produtor. Um sistema de janelas sob os arcos (roll-on) permite o controle do déficit de umidade e protege o cultivo da chuva conforme as necessidades da planta. As janelas podem ser abertas manualmente ou por meio de sistema motorizado.
O sistema de irrigação é automatizado, com tensiometria gasosa (Hidrosense), o que pode ser monitorado à distância via internet. Isto permite um melhor controle da produção, redução dos riscos e melhor qualidade de vida para o produtor.
Ampliação
Em junho deste ano o projeto triplicará sua superfície, incorporando novos cultivos como os de pimentão colorido de especialidade, morango e folhosas (demonstração da técnica de floating).
Novos cursos e atividades estão programados a partir de julho de 2016. As novidades deste ano serão os cursos de imersão em produção de outros cultivos com o morango, pimentão e folhosas, além dos novos tópicos em qualidade pós-colheita e de gastronomia. “A arte de produzir, o prazer de saborear! Bon appetit!“, pontua Andrés da Silva.
Â