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IAC desenvolve régua para orientar o plantio de cana

Crédito Geociclo
Crédito Geociclo

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC), desenvolveu uma ferramenta que reúne, em uma “régua“, informações necessárias para conhecer o potencial da produtividade média de cinco cortes de cana-de-açúcar.

Os dados são importantes para orientar o correto plantio de cana-de-açúcar, considerando conhecimentos sobre o perfil varietal de acordo com o ambiente de produção e as práticas de manejo. Em outras palavras, a “régua“ expressa o potencial dos ambientes de produção de cana no Brasil.

A novidade nesta ferramenta está nas notas do intervalo de 10 a 20, que compõem as condições do manejo avançado. Até então, as “réguas“ existentes traziam informações com notas até 10.

Na régua, as informações são organizadas de acordo com os critérios de manejo básico e avançado da cana-de-açúcar. No básico, estão incluídas as boas práticas agrícolas no preparo e conservação dos solos, incluindo calagem, gessagem e adubação, além de ações para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, e também gestão na escolha da variedade, de acordo com o ambiente e matrizes de épocas de plantio e colheita. Na “régua“, o manejo básico é dividido em ambientes desfavoráveis, médios e favoráveis.

O manejo avançado contempla a irrigação plena ou semiplena, a adubação verde, a adição de cálcio na profundidade maior do que a alcançada na gessagem, o uso de vinhaça, torta de filtro e compostagem. Inclui também a fertilização do solo por longo período, no mesmo local onde antes foram plantados soja, feijão, amendoim, milho ou citros, que apresentam efeito residual para a cana-de-açúcar.

“A régua registra variações das notas zero, com produtividade média de cinco cortes ou TCH5 de 50 toneladas, por hectare, até a nota 20, que representa produtividade média de cinco cortes ou TCH5 maior ou igual a 150 toneladas por hectare, e nota intermediária com TCH5 intermediário“, explica o pesquisador do IAC responsável pelo trabalho, Hélio do Prado.

 

Conhecimento é fundamental

Segundo Prado, para usar a “régua“ é necessário conhecimento prévio sobre o clima e a classificação do solo, de acordo com os 13 tipos de solos existentes no Brasil, em nível de detalhamento em termos químico e físico-hídrico, que viabilize o manejo. Com esses dois fatores, clima e solo, tem-se a nota no manejo básico ou avançado.

De posse do resultado apontado pela régua, faz-se a alocação de variedades, que se torna mais eficiente com o uso da nova ferramenta.

Segundo Prado, no Brasil essas informações são precisas para as 35 unidades agroindustriais que contam com o Ambicana. No total, 1,5 milhão de hectares são plantados por essas empresas, localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Piauí.

“Se essas empresas aumentassem a produção em apenas cinco toneladas por hectare, o salto total seria de 7,5 milhões de toneladas“, explica Marcos Guimarães de Andrade Landell, pesquisador e líder do Programa Cana IAC.

Com as notas variando até 20, a “régua“ prevê aumento significativo de produtividade para as próximas décadas. Atualmente, a nota máxima alcançada em canaviais é 14,6, o que equivale à produtividade de 123 toneladas por hectare, em cinco cortes. As 150 toneladas previstas na nota máxima da “régua“ somente ocorrerão caso o manejo seja de irrigação plena e com uso de variedades responsivas à água.

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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