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Indução floral permite produção de manga fora de época

 

 

Glaucio da Cruz Genuncio

Doutor em Agronomia e professor de Fruticultura da UFMT

glauciogenuncio@gmail.com

Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita de Santana Matos

Doutoras em Agronomia ““ UFRRJ

 

Crédito Léa Cunha
Crédito Léa Cunha

Um dos maiores problemas do cultivo da mangueira é a irregularidade na produção devido a vários fatores, principalmente relacionados com a floração e frutificação, levando a uma baixa produtividade. Por consequência, para que a produção seja satisfatória, deve-se atentar para os aspectos fisiológicos e climáticos ligados a esses fatores.

A utilização de técnicas avançadas de produção e reguladores de crescimento vegetal permite o atendimento mais racional da demanda de mercado e a comercialização em épocas mais adequadas, atendendo ao mercado interno e externo.

Indução floral

O principal ganho da indução floral está na uniformização da produção, com redução da variação da produção, que pode chegar a 150% de um ano para o outro, em determinadas condições agronômicas.

Assim, o manejo adequado visando a indução floral em mangueiras permite a produção de frutos de excelente qualidade (coloração mais intensa) e em qualquer época do ano, contribuindo para a constância da safra e possibilitando a produção durante a entressafra, com retorno imediato ao produtor.

 A poda facilitaa aeração e iluminação da  copa - Crédito Shutterstock
A poda facilitaa aeração e iluminação da copa – Crédito Shutterstock

Técnicas

A mangueira faz parte do grupo de plantas que apresenta um conflito entre o vigor vegetativo e a intensidade de floração. Sendo assim, o processo natural de floração está associado à inibição do crescimento vegetativo e esta depende da idade, do estado nutricional da planta, assim como da regulação hídrica e de variáveis climáticas, como a associação de temperaturas médias diurnas e noturnas.

Temperaturas noturnas abaixo de 20ºC e fotoperíodos compreendidos entre 10 a 14 horas favorecem a indução floral que, associadas ao estresse hídrico, criam condições propícias para a paralisação do crescimento vegetativo nas condições de clima subtropical e tropical, respectivamente.

Técnicas de manejo bem conduzidas podem melhorar a quantidade e qualidade dos brotos vegetativos. A poda, quando bem conduzida, destaca-se como uma técnica que estimula a brotação em gemas axilares, conseguindo, assim, multiplicar o número de brotos,além da associação de técnicas adicionais, como manejo nutricional e a adoção do estresse hídrico para facilitar o amadurecimento dos brotos gerados pós-poda.

O estresse hídrico destaca-se na paralisação do crescimento vegetativo e diferenciação celular. Assim, um atraso no crescimento pode permitir, por mais tempo, um acúmulo do promotor floral ou a diminuição no nível do promotor vegetativo (ácido giberélico ““ GA3), à medida que o ramo amadurece. A poda, por exemplo, estimula a brotação de gemas axilares.

O crescimento vegetativo ou floral ocorre em duas fases distintas -na quebra de dormência e no crescimento da gema. Posteriormente, ocorre o desenvolvimento, fase essa denominada iniciação, e em seguida a indução, etapa em que fica determinado o tipo de broto que irá surgir: vegetativo ou floral.

A poda aumenta o brix da manga - Crédito Luize Hess
A poda aumenta o brix da manga – Crédito Luize Hess

Reguladores de crescimento

Para a floração, é necessário que ocorra a paralisação do crescimento vegetativo, uma vez que tal processo proporciona o bloqueio da distribuição de seiva elaborada e o acúmulo de carboidratos nas extremidades da copa da planta.

Essa paralisação pode ocorrer tanto pela incisão de ramos quanto por outro método que incite o bloqueio e posterior acúmulo de carboidratos, tendendo ao florescimento.

A paralisação e/ou redução do crescimento do sistema radicular favorece o florescimento devido à baixa síntese de giberelinas (a diminuição dos teores de giberelina aumentará a floração). A biossíntese de giberelina é mais acentuada em temperaturas elevadas, favorecendo a brotação dos ramos e suprimindo a floração da mangueira.

Os reguladores de crescimento vegetal que contêm um princípio ativo conhecido como paclobutrazol (PBZ)dificultam a biossíntese da giberelina, contribuindo para a inibição do crescimento dos ramos, promovendo a maturação das gemas e, consequentemente, favorecendo a floração.

A forma de aplicação do PBZ pode ser via foliar ou diretamente no solo, sendo que as doses estão em função da idade da planta, metro linear de copa (03 a 05 m), vigor e variedade de mangueira, além do tipo de solo e condições microclimáticas.

Equilíbrio

Para a diferenciação do vigor vegetativo e intensidade de floração, o equilíbrio entre os “hormônios de crescimento“ (auxina, citocinina e giberelina) deve ser levado em conta. Em específico, os hormônios auxina e a giberelina são responsáveis pelo crescimento vegetativo e a citocinina pelo crescimento reprodutivo. É esse balanço hormonal que influencia a floração.

A citocinina, por sua vez, é sintetizada no ápice das raízes e transportada via xilema para as gemas apicais, desempenhando um importantíssimo papel na diferenciação do tecido vegetativo e reprodutivo.

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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