O fosfito de potássio reforça a estrutura da planta, dificultando a penetração de patógenos, principalmente os causados por fungos. Já os fosfitos de magnésio, zinco, cobre e cálcio podem se apresentar, também, como fontes dos nutrientes
Os fosfitos foram introduzidos no mercado de fertilizantes na década de 1970 e têm ganhado cada vez mais espaço nos últimos anos porque algumas características interessantes foram observadas nesses produtos. Dentre elas, além da capacidade de fornecer rapidamente nutrientes às plantas,há a eficiência no controle de várias doenças causadas por patógenos.
Acredita-se que isso acontece devido à alta concentração de potássio (K), pois a adubação via foliar rica nesse nutriente consegue reduzir a severidade de diversas doenças. O fósforo (P) é considerado o nutriente mais limitante para a alta produtividade agrícola dos solos brasileiros, uma vez que,na totalidade os solos, não há quantidades adequadas de P.
Importância do fósforo
O fósforo é extremamente importante para o desenvolvimento inicial das plantas do tomateiro industrial, uma vez que está ligado diretamente ao equilíbrio energético e ao desenvolvimento radicular. Para Wesley Devair Bittencourt Machini, engenheiro agrônomo e consultor da AgroBR Consultoria Agrícola, os fosfitos aparecem no mercado como uma grande inovação, pois possuem em sua composição um elemento essencial para o desenvolvimento e crescimento das plantas ““ o P.
Este elemento é absorvido na forma quÃmica H2PO4, sendo o fosfato (PO4) uma exclusiva fonte de P para as plantas. “O fosfito, quando aplicado às plantas, é absorvido rapidamente por meio de suas estruturas radiculares, pois possui grande mobilidade na fisiologia da planta, atingindo rapidamente os locais que apresentam sintomas de deficiência desse nutriente“, esclarece o especialista.
Ação esperada
Os fosfitos são absorvidos rapidamente pelo sistema radicular e pelas folhas do tomateiro, em especial o industrial. Apresentam ação sistêmica e podem atuar fortemente na redução do crescimento micelial, na formação de esporângios e na liberação de zoósporos.
Uma das possÃveis explicações, dada por Wesley Bittencourt, é que o fosfito consegue atuar diretamente sobre os fungos pelo bloqueio de síntese de ATP, como indiretamente, pela indução de resistência à planta. Ao estar bem nutrida, ela se torna mais forte no campo, refletindo diretamente na produtividade. Além disso,apresenta maior capacidade de regeneração, se comparada a outra planta que apresenta deficiências nutricionais.
Contra fungos
O fosfito se torna uma fonte de combate contra fungos, pois tem ação fungistática, atrasando a formação de colônias. “Ele consegue diminuir a incidência desses patógenos, retardando o seu desenvolvimento. Estudos mostram que as características ácidas desse produto conseguem interferir no desenvolvimento de diversos agentes patogênicos“, justifica o consultor.
Na utilização do fosfito, a planta consegue obter a capacidade estimulativa de produzir fitoalexinas. Estas, por sua vez, são sintetizadas nas inclusões citoplasmáticas, que ficam localizadas próximas ao local de penetração do patógeno.
Quanto à ação defensiva por fungos, Wesley Bittencourt esclarece queisso acontece por uma desorganização celular, rompendo a membrana plasmática e inibindo as enzimas fúngicas. Devido a esses efeitos, o patógeno tem sua germinação inibida, a elongação do tubo germinativo impedida e o crescimento micelial dificultado.
Quando e quanto aplicar
O fosfito deve ser aplicado quando a planta apresentar sintomas visuais de carências nutricionais. Ele precisa ser utilizado como uma fonte de nutrição para a planta, pois é um fertilizante foliar, e não um fungicida, mesmo que estudos comprovem que seu resultado demonstra eficácia nesse ponto.
Wesley Bittencourt diz que a atuação e a interação do produto na planta podem acontecer de formas diferentes, de acordo com vários aspectos em que ela se encontra. “Devido aos fatores externos (clima, solo, relevo, entre outros) e/ou internos (genética) da planta,o fosfito pode atuar como uma fonte de nutrição, apenas, ou pode mostrar resultados antifúngicos“, detalha.
Alguns fabricantes recomendam uma dosagem que varia entre 150 a 350mL/100L de água, ou 0,60 a 2,00L/ha, realizando entre três a cinco aplicações, sendo a primeira antes do florescimento e as seguintes com intervalos de 45 a 60 dias.
Existem, hoje, diversas variedades e tipos de formulações, dentre os quais se destacam os fosfitos de potássio, magnésio (Mg), zinco (Zi), cobre (Cu) e cálcio (Ca). “O mais conhecido e popular é a formulação com K, já bastante utilizada pelos agricultores com a finalidade de melhorar os aspectos nutricionais da lavoura e reduzir gastos com a aplicação de defensivos fúngicos“, conclui Wesley Bittencourt.