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Influência dos organominerais no algodão

 

Letícia de Abreu Faria

Doutora e professora da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) ““ Paragominas (PA)

leticia.faria@ufra.edu.br

BrennaThayane dos Santos Aguiar 

Graduanda em Engenharia Agronômica ““ UFRA

Milena Raiane Alves da Silva

Graduanda em Zootecnia ““ UFRA

Crédito Ademir Torchetti
Crédito Ademir Torchetti

O manejo da fertilidade do solo é uma das ferramentas com elevada capacidade de aumentar a produtividade do algodão. O enriquecimento do teor de matéria orgânica nos solos agrícolas tem sido uma demanda emergente que tem estimulado a busca por fertilizantes diferenciados, como os organominerais.

O uso dos organominerais possibilita maior eficiência dos nutrientes e maiores benefícios nos aspectos físico, químico e biológico do solo e, consequentemente, podem refletir em maiores produtividades das culturas, inclusive do algodão, com aumento no percentual de fibra colhida.

Os maiores reflexos na produtividade com a adubação via organominerais deve ser observado em áreas manejadas por muito tempo em sistema convencional, o que se deve ao incremento de nutrientes na forma orgânica junto às fontes minerais,que reduz fatores de perdas e aumenta a eficiência de uso dos nutrientes aplicados.

Em sistema de manejo conservacionista, como o plantio direto, a cultura do algodão vem se mostrando eficiente devido à redução dos gastos com fertilizantes e minimização das perdas de nutrientes, principalmente por lixiviação e erosão, além de incrementar o teor de matéria orgânica do solo.

Manejo

O manejo de aplicação de fertilizantes organominerais, principalmente a localização e momento de aplicação, deve considerar a velocidade de disponibilização dos nutrientes pelo mesmo, assim como o entendimento da marcha de absorção dos nutrientes pelo algodoeiro e as condições edafoclimáticas.

Há a necessidade de mais estudos sobre a velocidade na liberação dos nutrientes pelos organominerais, pois, em hipótese, a liberação gradativa e seu menor efeito salino podem implicar em menor necessidade de parcelamento, comparado aos fertilizantes convencionais.

A granulometria ou forma física em que se apresenta o fertilizante organomineral é outro fator relevante no manejo de aplicação. Existem fertilizantes organominerais que não apresentam granulometria específica e podem mostrar teores elevados de umidade (até 30%), como ocorre com o enriquecimento de leiras de compostagem, por exemplo, o que dificulta a logística de aplicação em culturas como o algodão.

Por outro lado, já existem no mercado produtos granulados e peletizados facilitando a aplicação localizada.

Cuidados que devem ser tomados

O armazenamento, embalagem e manipulação dos fertilizantes organominerais deve ser cuidadoso quanto à exposição a condições de elevada umidade relativa do ar. A presença de material orgânico aumenta o grau de higroscopicidade do fertilizante, ou seja, a capacidade de absorver a umidade do ar e, em consequência disso, há prejuízo na dureza dos grânulos ou péletes, ocorrência de quebra, pegajosidade, aumento de volume, rachamento, empedramento e afinamento das partículas, com prejuízos na aplicação e qualidade de distribuição do produto.

Por isso, as embalagens destinadas para estoque devem ser mantidas bem vedadas e durante a aplicação deve ser evitada exposição do fertilizante por longo período, principalmente em condições com elevada umidade relativa do ar.

Vantagens da utilização

A decomposição e mineralização da matéria orgânica do fertilizante aumentam os teores de nutrientes no solo, além de reduzir a fixação do fósforo pelos óxidos de ferro e alumínio, bloqueando os sítios de fixação com os radicais orgânicos e aumentando a população de microrganismos benéficos no solo.

De modo geral, os nutrientes do fertilizante organomineral são facilmente absorvidos pelas plantas por meio de raízes, caule e folhas, ativando o metabolismo e melhorando a fotossíntese e outros processos fisiológicos.

O mercado dos fertilizantes organominerais vem crescendo bastante no Brasil e pode refletir na redução da necessidade de importação de insumos, além de sua colaboração na reciclagem de subprodutos da agroindústria e produção pecuária.

No mercado é possível encontrar produtos granulados, mistura de grânulos com material orgânico na forma de pélete e até líquido.

Essa matéria você encontra na edição de março 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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