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Inovação no controle da traça-da-batata

Flávia Maria Alves

Engenheira agrônoma, mestre em Agronomia (Produção Vegetal) e doutoranda em Fitotecniapela Universidade Federal de Viçosa – UFV

flaviamarialves@gmail.com

Mariane Gonçalves Ferreira

Engenheira agrônoma e mestranda em Fitotecniapela UFV

Flávio Lemes Fernandes

Engenheiro agrônomo, doutor e professor do Instituto de Ciências Agrárias da UFV – Campus de Rio Paranaíba (MG)

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A traça-da-batata possui como principal hospedeira plantas da família das solanáceas (tomate, berinjela, jiló), principalmente a batata. Esta é uma das pragas que provoca mais prejuízos econômicos a essa cultura, durante o ciclo cultural no campo e no seu armazenamento, originando perdas superiores a 70%.

As fêmeas ovipositam diretamente na folha e tubérculos, enquanto as larvas abrem galerias nas folhas, nervuras e hastes. Os danos nos tubérculos são observados por meio de galerias abertas pela praga, que provocam a perda de peso e da qualidade dos mesmos, tanto no campo como no armazenamento.

Em situações extremas podem levar ao secamento e à destruição total do tubérculo. Outra característica marcante do ataque da lagarta é o acúmulo de detritos e fios de seda na superfície dos tubérculos, indicando os pontos de entrada do inseto.

As condições mais favoráveis para o desenvolvimento da praga são temperaturas em torno de 25ºC, associadas ao tempo seco. No inverno esta praga pode entrar em quiescência/diapausa (paralização), aguardando o melhor momento para se transformar em adulta, ovipositar e causar perdas.

Praticamente todos os Estados produtores de batata são alvos da traça. Os mais afetados por este mal são Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Goiás. Em Minas Gerais, a região sul e do Alto Paranaíba são as mais afetadas. Nessas regiões a praga ataca, principalmente, no plantio de inverno (plantios de final de março a junho/julho), com colheita de agosto a novembro/dezembro.

Controle preventivo e curativo

O melhor controle para a traça-da-batata é a prevenção, por meio de rotação de culturas de plantas não hospedeiras, eliminação de restos culturais, batatas-sementes de boa qualidade e realização correta de tratos culturais.

De forma curativa, o controle é efetuado utilizando inseticidas. O controle químico contribui bastante para o manejo da praga e no mercado existem diversos ingredientes ativos, de diferentes classes e modos de ação. No entanto, devem-se utilizar inseticidas que possuem excelente perfil toxicológico e ambiental, seletivo aos inimigos naturais (evitar os inseticidas do grupo químico piretróide), que possuem ação translaminar e ação na fase de ovo e larva.

Medidas eficientes

As técnicas que reduzem o ataque da traça-da-batata são: preparação adequada do solo, que reduz a formação de torrões que podem servir de refúgio para a traça;uso de variedades de ciclo precoce; além de antecipar a colheita e evitar a época de maior densidade populacional da praga.

A semeadura de batatas-sementes infestadas pela traça dissemina essa praga no campo. Dessa forma, é importante adquirir batatas-sementes de boa qualidade. Devem-se evitar plantios superficiais, pois os tubérculos ficarão mais expostos ao ataque dessa praga.

A amontoa serve para dificultar que as larvas entrem por meio das fissuras no solo e os adultos ovipositem nos tubérculos expostos. Solos úmidos dificultam o acesso da praga aos tubérculos, pois as partículas do solo estarão mais aderidas umas às outras, e, consequentemente, irá reduzir a formação das fissuras.

A aspersão é indicada mesmo depois da dessecação, pois a praga não tolera condições prolongadas de umidade. É importante evitar o atraso da colheita, pois os tubérculos ficarão menos tempo suscetíveis ao ataque da praga.

Após a colheita não deixar restos culturais e batatas amontoadas nos campos, pois eles favorecem a propagação da traça, conservando a população na lavoura. Os tubérculos devem ser armazenados em locais limpos e livres de pragas, além das portas e janelas serem protegidas com telas, para impedir a entrada dos adultos da traça-da-batata.

Inovações

Em relação aos produtos inovadores, atualmente vários inseticidas estão disponíveis no mercado. Dentre eles há os fisiológicos (teflubenzurom, triflumurom e lufenurom), que atuam no crescimento do inseto.

O ingrediente ativo indoxacarbe é um inseticida que atua por ingestão, é altamente seletivo aos inimigos naturais presentes na cultura da batata e pode ser utilizado em qualquer estádio fenológico da cultura.

O ingrediente ativo rynaxypyr é altamente seletivo aos inimigos naturais, de rápida parada alimentar e apresenta ação translaminar. Outros são de origem biológica (espinosade), sendo de baixa toxicidade para organismos benéficos, o homem e animais.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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