O início do cultivo da cana-de-açúcar no Brasil data do início do século XVI, pelas mãos dos colonizadores portugueses. Planta de origem asiática, historicamente vem sendo responsável pela produção de açúcar. No século passado, a busca por combustÃveis renováveis encontrou na cultura uma grande aliada para a produção de etanol e criou um novo desafio: aumentar a produtividade para atender ambas as demandas.
Entretanto, a estiagem que atinge, sobretudo, a Região Sudeste está prejudicando a cultura. A seca é a mais intensa dos últimos 80 anos, sem registros de precipitações intensas na época chuvosa e, ainda menos, na estação seca. Nas plantações de cana-de-açúcar, as reduções de produtividade chegam a atingir 15%, com variações de 10 a 30%. De acordo com Paulo Sentelhas, engenheiro agrônomo especialista em Agrometereologia da ESALQ/USP, isso fez com que algumas usinas encerrassem a moagem ao final de setembro, fato que há muitos anos não acontecia.
“Caso a seca perdure por mais tempo, e a previsão é que isso se estenda até o final de outubro, o principal efeito continuará sendo as quebras de produtividade nas culturas perenes e semi-perenes, além de atrasar sobremaneira o início da safra de verão“, relata Sentelhas. Consequentemente, o atraso também poderá afetar o calendário agrícola e comprometer o planejamento dos produtores.
Haja vista a situação no Estado de São Paulo, uma opção é o monitoramento e a elaboração de balanços hídricos. “Além disso, a irrigação passa a ser a melhor medida de prevenção contra as secas, garantindo estabilidade de produção e minimizando os riscos climáticos“, afirma o professor associado da ESALQ.
A Netafim, empresa pioneira e lÃder mundial em soluções de irrigação por gotejamento, desenvolveu a técnica de gotejamento subterrâneo para a cana-de-açúcar, que proporciona bons resultados em aumento de produção, em economia de água e na qualidade do solo. “O gotejamento subterrâneo também ajuda a aumentar a longevidade do canavial. No Brasil, temos casos de áreas que estão no 14º corte, sendo que a média de uma área de sequeiro ou de métodos de irrigação tradicionais é de 6 a 8“, explica Daniel Pedroso, engenheiro agronômico da Netafim Brasil.
Em Nova Europa (SP), a Usina Santa Fé tem conseguido excelentes resultados em uma área de ensaio, na qual foram lançadas entre 15 a 20 gemas por metro quadrado com média de 30 a 35 perfilhos em apenas 90 dias pós-plantio. “Este resultado é quase o dobro do que normalmente se atinge em áreas sem o gotejo. O motivo disto é que a água e os nutrientes são levados diretamente à raiz da planta, sem desperdÃcios“, relata Pedroso.
Na mesma área, a economia de água também é um fator de destaque. “Para irrigar uma área convencional, precisamos de cerca de 200 mil litros por hectare por irrigação. Na área de gotejo, este número cai para 30 mil litros“.
O objetivo é chegar a pelo menos 190 toneladas por hectare, como já alcançado em outras áreas de gotejamento implantado pela Netafim. “Sabemos do potencial da cultura se o manejo for realizado da forma correta e o uso do gotejamento subterrâneo é a técnica ideal para alcançar tais resultados“, finaliza Daniel Pedroso.
Fonte: Alfapress Comunicações