Autores
Aike Anneliese Kretzschmar
aike.kretzschmar@udesc.br
Leo Rufato
Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura – CAV/UDESC
A produção brasileira de maçãs na safra 2017/18 foi de 1.094.116 toneladas. Na safra 2018/19 este valor alcançou 1.258.000 toneladas. Nas unidades federativas, 603,29 mil toneladas foram produzidas no RS, 586,47 mil toneladas em Santa Catarina, 26,52 mil toneladas no Paraná e 7,03 mil toneladas nos demais Estados (LSPA/IBGE). Para a safra 2019/20, há indícios de que não irá ultrapassar a cifra de 1.100.000 ton, em virtude do baixo calibre da fruta.
O Brasil participa com 1,34% da produção mundial de maçãs, situando-se entre os 10 maiores produtores da fruta no mundo, perdendo apenas para a China, (que detém 52% da produção mundial), EUA, Turquia, Irã, Itália, França, Polônia, Rússia e Argentina.
A produtividade varia muito em função de clima, sistema de produção e tecnologias utilizadas. A média brasileira fica em torno de 40 a 50 ton/ha, mas esta média engloba pomares jovens, que ainda não produzem, bem como áreas velhas, em declínio de produção, ou menos tecnificadas. Desta forma, pode-se afirmar que as produtividades podem chegar a até 80 ton/ha nas principais regiões produtoras do Brasil.
Regiões produtoras
Os principais Estados produtores são todos do Sul do Brasil. Santa Catarina lidera com 52,6%, seguida de perto pelo Rio Grande do Sul com 44,8% e em terceiro o Paraná com 2,6%.
Este quadro foi alterado na safra 2019, sendo que o Rio Grande do Sul passou a ser o primeiro produtor nacional da fruta. A serra catarinense, onde despontam o município de São Joaquim e a variedade Fuji, segundo as últimas informações, continua a registrar crescimento na área cultivada da fruta.
Crescimento
A produção encontra-se quase estabilizada ao longo dos últimos anos, com pouca ampliação de área. Os novos plantios referem-se, em sua maioria, à reconversão de pomares, de forma que a produção tem pouca variação anual. Apesar disto, se considerarmos a América do Sul como um todo, o Brasil é o único país onde a produção continua se expandindo.
Os três Estados produtores somam atualmente 33.000 hectares. O mercado de trabalho no segmento oferece oportunidades a mais de 49 mil pessoas, e outras 98 mil colocações indiretas, perfazendo 148 mil empregos gerados.
Levantamentos feitos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) mostram que a média de participação de cultivares na produção brasileira de maçã, nos últimos cinco anos, foi de 56% do grupo Gala; 39% de Fuji; e 6% de outros. Esta proporção varia conforme a região, sendo que em São Joaquim as maçãs do grupo Fuji representam cerca de 60% da produção, contra 40% do grupo Gala.
Sazonalidade
A maçã produz anualmente, e a safra vai de meados de janeiro, nas cultivares mais precoces, até final de abril, nas mais tardias. No período de colheita normalmente a oferta é maior, mas devido à possibilidade de armazenamento, a oferta da fruta se estende ao longo de todo o ano. No final do período de armazenamento os preços aumentam, pela menor oferta do produto nacional.
Exportação e importação
O Brasil exportou 30,79 ton em 2016, 55,44 ton em 2017 e 71,0 toneladas de maçãs em 2018, para 66 países do mundo, entre os quais Bangladesh (mercado recente), Rússia, Irlanda, Portugal, Reino Unido, Índia, França, Países Baixos, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Omã e Suécia.
Além da fruta “in natura”, exportou também o suco da fruta para 49 países, salientando-se Estados Unidos (com quase 63% do total), além de Japão e Alemanha, bem como África do Sul. Quanto às importações da fruta, registrou-se diminuição: 4,3% na quantidade e 7,6% nos valores pagos. O produto procedeu em especial do Chile e da Argentina.
Custo de produção
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