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Manejo de irrigação na lavoura de repolho

Luiz Fernando Favarato

Engenheiro agrônomo, mestre e pesquisador em Fitotecnia/Manejo Olerícolas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – INCAPER

luiz.favarato@incaper.es.gov.br

CréditoShutterstock
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Por apresentar ciclo curto, sistema radicular pouco desenvolvido e ter em torno de 92% de água na sua constituição, a cultura do repolho requer um bom suprimento de água durante todo seu desenvolvimento. Assim, a irrigação é uma prática comumente utilizada, mesmo em regiões e estações com distribuição regular de chuvas.

A irrigação

Os sistemas de irrigação mais usados são por aspersão. A prática da irrigação propicia à cultura um suprimento regular de água, de maneira que as demais operações agrícolas possam atingir seus máximos benefícios, atuando como fator de garantia para a produção da cultura.

O crescimento das plantas fica estagnado, com 50% da capacidade de campo, podendo atingir o ponto de murcha permanente ao alcançar 30%. Um melhor desenvolvimento da cultura ocorre quando a água do solo é mantida entre 70 a 80% da capacidade de campo. A falta de água durante o ciclo causa redução do tamanho da cabeça e atraso na colheita, e no final do ciclo pode causar rachaduras.

No campo podem ser utilizados os métodos de irrigação por sulcos, aspersão e gotejamento. Em condições de sequeiro, são comuns rendimentos de 15 a 25 t/ha de cabeças frescas. Em condições climáticas ideais e sob manejo adequado de irrigação e de cultivo, os rendimentos podem chegar a 75 t/ha.

Considerando uma produtividade de 15 t/ha para repolho sem irrigação, com suprimento de água adequado via irrigação, é possível obter cerca de 200% de aumento na produtividade, ou seja 45 t/ha.

Produzindo 30 t/ha a mais, com valor médio de R$ 0,95 o quilo, obtém-se R$ 28.500,00 que, descontados dos custos do sistema de irrigação, em torno de R$5.500,00, resulta em R$ 23.000,00 de lucro.

Erros

A falta de monitoramento da demanda hídrica da cultura geralmente ocasiona um excesso de irrigação na área de cultivo, resultando em desperdício de água, energia e mão deobra, além de favorecer a incidência de doenças de solo, devido ao excesso de umidade.

Outra questão é a utilização de métodos de irrigação pouco eficientes, como irrigação por sulco, que apresenta uma eficiência de 40 a 60%, necessitando de um grande volume de água para superar a demanda hídrica da cultura.

Custo

O custo médio de implantação de um hectare do sistema de irrigação por aspersão fica em torno de R$ 5.500. Sabe-se que, independente do método, a irrigação surge para garantir a produção agrícola e evitar perda de produtividade, superando, assim, as estiagens e a baixa quantidade e distribuição de chuvas.

E para a garantia de lucratividade e eficiência do uso da água, a escolha do método deve ser verificada atentamente. Além disso, devem-se considerar as condições da propriedade, como clima, tipo de cultura, caracterização do solo e do terreno, suprimento de água e fatores sociais e econômicos, bem como aspectos legais. Em culturas temporárias como o repolho, o sistema por aspersão possibilita maior flexibilidade do sistema para atender a necessidade das culturas.

Essa matéria você encontra na edição de setembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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