Manejo de produção do quiabo para altas produtividades

Claudio Nunes Martins

Gerente comercial da ISLA Sementes

O quiabo é uma hortaliça de relativo baixo custo de produção, possuindo um ciclo rápido e sendo cultivado principalmente na região nordeste e sudeste do Brasil. Se destacam, como maiores produtores, os Estados de Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.

Rico em vitaminas A, C e B1, além de cálcio (mineral essencial para o fortalecimento dos ossos), o quiabo faz parte da culinária brasileira em pratos tradicionais. Um exemplo é o tradicional frango com quiabo, um clássico da culinária mineira.

Manejo

Embora seja uma cultura de fácil manejo, alguns fatores são essenciais para uma melhor produtividade. Entre eles, podemos destacar:

â–º Clima e época de plantio: o quiabo é uma hortaliça de clima tropical, desenvolvendo-se bem em clima quente (temperaturas que variam entre 18 a 35°C) e não suportando temperaturas baixas. Fora dessa faixa ideal de crescimento, verifica-se a queda de flores e de frutos.

Para a germinação das sementes, a exigência é ainda maior: a faixa de temperatura ótima é de 21 a 35°C. Com temperatura média de 20°C, as sementes levam em torno de 17 dias para germinarem; e com temperatura média de 30°C, a germinação acontece em média após sete dias.

A melhor época para plantar o quiabo vai de agosto a fevereiro. No entanto, em regiões de clima quente pode ser plantado o ano todo.

â–º Escolha do local de plantio, solo e adubação: para o quiabo, o ideal é escolher locais em que os solos sejam de textura areno-argilosa, bem drenados, livres de infestação de nematoides, ricos em matéria orgânica e com pH entre 6,0 a 6,8. Ele pode ser cultivado em rotação com outras culturas, visando o aproveitamento do adubo residual.

O quiabeiro é muito sensível à acidez do solo. Por isso, a adubação de plantio e correção do solo deve ser realizada de acordo com a análise de solo, a qual deve ser feita com pelo menos 90 dias de antecedência.

Condições de solo propícias para o cultivo do quiabo e sua adubação

Fonte: Manual Técnico – Cultivo de Hortaliças ““ Abcsem

A definição da dose dos nutrientes a ser aplicada deve ser tomada de acordo com a análise do solo.

Quando da aplicação de adubo orgânico, usar de 10 a 20 t/ha de esterco de curral curtido (ou composto orgânico), cerca de 10 a 20 dias antes do plantio. No caso de esterco de galinha, utilizar apenas 1/4 dessas quantidades: 2,5 a 5 t/ha. A adubação de cobertura deve ser realizada com pelo menos três aplicações. Isso se justifica pela alta demanda de nutrientes que a planta apresenta no início do florescimento e durante a frutificação.

Escolha da variedade, plantio e espaçamento

O quiabo produzido no País, tradicionalmente, é do tipo cilíndrico e se destina quase que exclusivamente ao mercado interno. Apesar do grande número de cultivares disponíveis, são poucas as cultivares plantadas no Brasil, sendo a maioria de origem nacional e de polinização aberta.

A escolha da cultivar pelo produtor deve ser realizada de acordo com as exigências do mercado, principalmente com relação à produtividade, rusticidade, coloração, precocidade e tipo de fruto. Além disso, características como baixa perda de massa e resistência a pragas e doenças também devem ser levadas em conta.

Mais recentemente, foram introduzidos no mercado híbridos de quiabo com algumas vantagens aos produtores e consumidores, destacando-se a maior precocidade, resistência a pragas e uniformidade, além da melhor padronização, qualidade dos frutos e estabilidade de comportamento sob condições ambientais variáveis.

Controle de pragas e doenças

O controle de pragas e doenças, quando necessário, deve ser feito com produtos registrados para a cultura do quiabo, buscando um profissional capacitado para a identificação dos sintomas e/ou das pragas e recomendação adequada de defensivos agrícolas.

Essa matéria completa você encontra na edição de junho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.