Saullo Monteiro Gomes
Mauro Henrique Poczynek
Graduandos em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)
Fabiano Pacentchuk
Engenheiro agrônomo, mestre em produção Vegetal e doutorando em Agronomia ““Unicentro
Criz Renê Zanovello
Engenheiro mecânico e mestre em Produção Vegetal ““ Unicentro
Itacir Eloi Sandini
Engenheiro agrônomo, doutor e professor de Agronomia ““ Unicentro
A demanda mundial por alimentos é diretamente afetada pelo crescimento populacional, sendo que este fato resulta numa tendência de pesquisas que visam o melhoramento e otimização dos meios de produção de alimentos.
A cultura do tomate tem ganhado espaço no mercado mundial, já que seu produto final apresenta alto valor agregado, além de elevada produção em áreas relativamente pequenas, se comparado a outras culturas de grande importância no mercado.
Em âmbito nacional, a cultura do tomateiro é cultivada em diversos Estados.Se somadas as áreas de cultivo, apresentam produção de 4.167.629 de toneladas de tomate, cultivadas em 63.980 hectares, segundo dados do ano de 2016 coletados pelo IBGE.
O cultivo do tomate, via de regra, pode se dar de duas maneiras: a campo aberto, onde a cultura sofre influência direta do ambiente, e a segunda em ambiente protegido, também conhecido como “estufa“.
O cultivo em ambiente protegido apresenta como principal vantagem certo controle dos efeitos do ambiente sobre a cultura, onde se tem o objetivo de criar um ambiente favorável para bom desempenho das plantas, que pode influenciar beneficamente na produção final.
Cultivo em estufa
Para o sucesso da planta de tomate, as condições ambientais têm que ser favoráveis ao seu desenvolvimento, incluindo fatores como temperatura, luminosidade e umidade relativa do ar.
Na região sul do país têm-se condições em épocas do ano que impossibilitam o cultivo a campo aberto, devido à quantidade elevada de chuva, baixas temperaturas e, inclusive, em alguns casos incidência de granizo. Com a utilização do cultivo em ambiente protegido se torna possível a permanência dessas culturas na área em épocas desfavoráveis, também podendo resultar em maior produção e qualidade do produto final.
O cultivo em ambiente protegido tem como vantagem ao cultivo em campo aberto a proteção plástica, que evita o frio e a chuva que afetam negativamente a cultura, além de otimizar o uso da irrigação, uma vez que nesse tipo de ambiente tem-se menor taxa de evapotranspiração das plantas e redução nas adubações em cobertura, pois o solo apresenta umidade mais controlada (Dusi, et al 1993).
Vantagens também foram citadas por Purquerio (2006).Este autor destaca que o ambiente protegido permite o cultivo em épocas que ao campo aberto não são recomendadas para as culturas; permite o uso mais eficiente da água devido à redução das necessidades hÃdricas com a irrigação; melhoria no aproveitamento de nutrientes, luz solar e CO2, resultando em uma redução no ciclo da cultura (precocidade); e por fim uma redução na utilização de insumos, como fertilizantes e defensivos.
O ambiente protegido feito sob condições adequadas e um manejo correto pode resultar em produtividades superiores às observadas em campo aberto. Cermeño (1990) relata a possibilidade de produção em ambiente protegido ser duas a três vezes maior que as relatadas em campo aberto, além da qualidade superior.
Produtividade
Como o intuito do cultivo em ambiente protegido é controlar alguns fatores ambientais afim de favorecer o desenvolvimento da cultura, espera-se que isso possa refletir em produtividade se comparado a um cultivo à mercê das adversidades ambientais em campo aberto.
Como exemplo da possibilidade de maior produtividade do cultivo em estufa em relação ao campo aberto têm-se os dados de Lopes (1997). Neste trabalho foi utilizada a cultivar Carmen e observou-se produtividades de 135 e 99 ton ha-1, na estufa e no campo aberto, respectivamente. Isso pode variar conforme o manejo adotado, variedade utilizada e condições adversas.