Jéssica de Oliveira Lima
Engenheira agrônoma e mestranda em Fitotecnia ““ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Carlos Antônio dos Santos
Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia – UFRRJ
Margarida Goréte Ferreira do Carmo
Engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia e professora – UFRRJ
A produção de brócolis (Brassica oleracea var. italica) tem crescido bastante no Brasil nos últimos anos. Esta hortaliça tem tido presença constante nos mercados de hortifrúti – supermercados, sacolões, feiras – e em restaurantes.
Seu consumo crescente deve-se ao seu elevado valor nutricional como fonte de fibras, sais minerais, vitaminas e antioxidantes. É uma excelente fonte de vitaminas A, B e C, e de Ca, P, Mg, Cu, Fe e outros.
Seu consumo regular, assim como de outras brássicas, tem sido relacionando à diminuição de doenças imunológicas, cardiovasculares e cancerÃgenas. Por ser uma hortaliça com boa saÃda no mercado e bons preços, assume grande importância econômica e social, gerando riquezas e empregos diretos e indiretos desde o plantio, colheita até a sua comercialização.
Dados da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) indicam que a cultura movimenta no Brasil aproximadamente R$ 1 bilhão por ano, com produção de 290 mil toneladas/ano.
Ainda, segundo dados da Embrapa Hortaliças, a área cultivada no País é de cerca de 15 mil hectares, com maior concentração nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. Atualmente, o principal Estado produtor de brócolis é o de São Paulo, com área estimada em 03 mil hectares.
A cultura do brócolis apresenta um grande potencial de crescimento, pois o setor de alimentação saudável cresce cada vez mais, chegando à taxa de 98% de crescimento entre os anos de 2009 a 2014, segundo a agência de pesquisa Euromonitor.
Brócolis americano
As cultivares de brócolis atualmente disponíveis no mercado brasileiro são divididas em dois grupos: ramoso e americano. O brócolis do grupo ramoso apresenta caules com menor diâmetro, mais de uma inflorescência por planta e ramificações laterais, o que permite várias colheitas ao longo do tempo.
A comercialização do brócolis ramoso é feita em maços. Por ser mais perecÃvel que o brócolis americano, deve ser comercializado e consumido mais rapidamente. Já o brócolis americano, também conhecido como de “cabeça única“ ou “japonês”, apresenta caules grossos, inflorescência única e compacta, com maior diâmetro, semelhante à couve-flor.
Apresentam maior tempo de prateleira e têm sido comercializados também em embalagens plásticas e de forma congelada. O brócolis americano também vem ganhando espaço no mercado de hortaliças minimamente processadas, agregando valor ao produto e ampliando as possibilidades de consumo.
As cultivares
A produção de brócolis do tipo americano tem sido favorecida pelo lançamento de cultivares melhoradas geneticamente, em sua maioria híbridos, com maior adaptação climática e maior flexibilidade quanto ao local e época de plantio.
As cultivares híbridas têm se destacado, ainda, pela maior produtividade e resistência a algumas doenças. No geral, a maioria das cultivares de brócolis necessitam de temperaturas entre 20 a 24°C para desenvolvimento de folhas, e temperaturas de 15 a 18°C para a indução floral e formação da inflorescência.
Estão disponíveis no mercado algumas cultivares adaptadas, inclusive, ao cultivo no período de primavera/verão. O produtor deve procurar sempre escolher aquela mais adaptada às suas condições climáticas em função de sua região e época do ano. Ou seja, um dos primeiros passos para a implantação da lavoura é a escolha da cultivar certa para suas necessidades.
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