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Manejo do tomate em vaso dentro de estufa

Carlos Reisser Junior

Doutor em Fitotecnia/Agrometeorologia e pesquisador da Embrapa Clima Temperado

carlos.reisser@embrapa.br

 

Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

A produção brasileira de tomates, de acordo com o IBGE (2015), é de 35 milhões de toneladas cultivados em uma área de 55 mil hectares, com produtividade média de 63 t/ha.

Estima-se que a área coberta com estufas para todos os cultivos seja em torno de 11 mil hectares. Portanto, há muito a crescer se o sistema de produção de tomates quiser modernizar-se e investir na produção. Observa-se que em regiões tradicionalmente produtoras de tomate sem proteção, como no interior de São Paulo, o uso da técnica tem aumentado principalmente por reduzir os riscos de produção, aumentar a produtividade da cultura e a mãodeobra do agricultor.

Todos os tipos de tomate para consumo em saladas são recomendados para plantio no Brasil. Normalmente, as variedades de mesa, mais comuns para consumo nas regiões do sul, e os tomates cereja, são os mais valorizados, porém, o preço de todos os tipos flutua ao longo do ano, sendo todos afetados.

Variedades mais produtivas e de qualidade maior são as mais recomendadas, porém, as exigências locais de preferência de consumo e de mercado devem ser observadas.

Produção em vasos

O uso de vaso é uma técnica que foi desenvolvida para uso em ambientes protegidos, os quais exigem, para se tornarem eficientes economicamente, o cultivo consecutivo em uma mesma área. Essa utilização intensiva aumenta os riscos de aparecimento de pragas e doenças no solo que dificultam ou inviabilizam a produção de algumas espécies.

Uma doença bacteriana chamada comumente de “˜murchadeira’ ataca todas as solanáceas, e em condições normais mata a planta ou reduz muito sua produção. Outra praga importante é onematoide de solo, que tem ótimo desenvolvimento no solo de ambientes protegidos, causando redução de produtividade muito importante e crescente a cada cultivo.

Nesses casos, a “˜produção fora do solo’ da estufa deve ser buscada. Além do uso de vasos, outros sistemas são utilizados, como “˜slabs’ ou sacolas com substrato, ou sistemas de hidroponia em lâmina de água (NFT).

Os baldes podem acomodar uma ou mais plantas, onde são colocados substratos artificiais com características desejadas e neles a irrigação e a fertilização são feitas através de tubos de irrigação localizada por gotejamento.

Este tipo de manejo elimina a possibilidade da planta ser prejudicada com o aparecimento de patógenos indesejados. A cada número determinado de anos o substrato pode ser trocado e a produção pode ser mantida sem problemas.

Entre as vantagens do sistema de cultivo de tomate em vasos sob estufas estão: produzir consecutivamente sem período de repouso do solo e a adequação dos cultivos devido à proteção das culturas.

Os benefícios são relacionados, ainda, com a não contaminação do solo e o controle da fertilização e irrigação das plantas. Com o uso de baldes o produtor pode utilizar a capacidade máxima de aproveitamento do ambiente protegido.

Produtividade ao pé da letra

A produtividade da cultura nem sempre é o fator mais importante para o produtor rural. Lucratividade sim. Nos meios de comunicação fala-se em produtividades aumentando 10, 20 vezes. Mas o que isso significa? Significa que, se um produtor em sua propriedade não consegue produzir nada por impossibilidade climática, a produção de uma unidade passa a ser aumento infinito da produtividade. Isso é importante? E aí? Produtividade?

A produtividade do tomateiro depende de sua capacidade genética e do tempo de produção. Como o tomateiro é uma planta perene, ou seja, se as condições ambientais forem adequadas, ele não morre. Produz indefinidamente.

Em locais onde o cultivo não está exposto a fatores estressantes do clima, ou bióticos, ele não necessita de proteção. Uma estufa ou outra prática de proteção perde a importância. Porém, em locais onde os fatores estressantes inviabilizam a produção, é ai que se faz necessária a proteção.

É um assunto fora do contexto, porém, leva a entender que as tecnologias somente são necessárias sob certas condições específicas. Portanto, cada local e para cada condição ou sistema de proteção as escolhas tecnológicas são importantes.

Figura 1. Variação estacional de preços de tomate salada medido pelo índice sazonal de preços entre 1999 e 2006 (Fonte: Informações econômicas, SP, v.38, n.1. Machado et al., 2008).

Nova Imagem (1)A figura 1 mostra que o preço do tomate salada (outros tipos de tomate também) normalmente apresenta valores muito baixos entre o fim do mês de maio e o fim de novembro. O principal motivo é climático, notadamente devido ao período sem chuvas abundantes na região sudeste, que é a principal produtora da hortaliça no Brasil.

Esta região consegue altas produtividades e produz em condições naturais sem necessidade de proteção, portanto, com custo reduzido.

Para se produzir tomate em condições protegidas deve-se procurar produzir fora desta época ou buscar um produto diferenciado, como uma variedade diferente das normalmente fornecidas, ou um produto de qualidade diferente.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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