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Manejo dos substratos para mudas hortícolas

Claudia Klein

Engenheira agrônoma, doutora e coordenadora do Curso de Agronomia da Unoesc SJCedro

klein811@hotmail.com

Crédito Agristar
Crédito Agristar

Alguns tipos de substratos, a citar vermiculita, perlita e turfa, por exemplo, são de fontes não renováveis, daí a importância da busca por fontes alternativas para o desenvolvimento inicial de mudas.

O material vai depender muito da região em questão. Assim, o principal foco é utilizar os subprodutos de outras atividades, por exemplo, na região oeste catarinense uma das atividades agropecuárias predominantes é a suinocultura. Neste contexto, preparam-se substratos utilizando-se de um processo de compostagem à base de serragem (subproduto de madeireiras) e dejeto líquido suíno (resíduo da atividade suinícola).

Se pensarmos nas cidades, há possibilidade do uso de resíduos sólidos das estações de tratamento de esgoto. Outras regiões brasileiras, utilizam, por exemplo, o engaço de cana-de-açúcar, de bananeira, fibra de coco, entre outros…

No geral, são materiais de fácil obtenção, pois priorizam-se subprodutos de outras atividades, os quais passam a ser matéria-prima para uma nova atividade, quando seriam colocados em aterros ou despejados em locais inapropriados.

O que é mais importante destacar é a importância de avaliar a qualidade, durabilidade e a estabilidade destes possíveis substratos, pois para cada tipo de muda e tamanho de recipiente (vaso) podemos ter uma resposta diferente quanto ao uso do substrato.

Características

Os substratos geralmente são materiais homogêneos. O que pode ter maior alteração é a composição química, ou seja, a concentração de nutrientes. Ainda, são de baixo custo, pois, neste caso, estamos tratando de materiais alternativos, ou seja, subprodutos de outras atividades.

O substrato precisa, em primeiro lugar, ser livre de patógenos e doenças, então o processo de esterilização é imprescindível. Outro ponto a ser observado é a estabilidade deste dentro dos recipientes, haja vista que é necessário que o substrato esteja em contato com a raiz que está se desenvolvendo.

A retenção de água está diretamente relacionada com o tamanho do recipiente/vaso. Desta forma, um mesmo substrato retém quantidades diferentes de água, dependendo do recipiente em que ele foi acondicionado.

Mais importante do que reter água é disponibilizá-la às plantas, e isso depende do tipo de poro presente no substrato.

Durabilidade

O custo do substrato dependerá da matéria-prima utilizada. Quanto à durabilidade, varia de acordo com a matéria-prima utilizada e a granulometria. Mas o ideal é que o substrato dure o tempo suficiente para que a muda esteja estabelecida.

Por exemplo, se vamos produzir flores anuais, podemos utilizar substratos com durabilidade de seis meses a um ano. Por outro lado, se vamos produzir mudas bianuais, precisamos de substratos mais duráveis, com maior densidade e maior estabilidade, em que a decomposição do material demore anos.

Assim, se considerarmos fontes alternativas, o principal custo-benefício é o impacto ambiental, pois o subproduto deixa de poluir, é aproveitado, e quando aproveitado, uma fonte não renovável é preservada.

Essa matéria você encontra na edição de maio da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar.

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