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Manejo nutricional no tomate estaqueado

Renato Passos Brandão

Gestor Agronômico da Bio Soja

 

Foto 01 - Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A cultura do tomate ocupa lugar de destaque na horticultura brasileira, ficando atrás somente da batata. Em 2015, a área plantada era de aproximadamente 63.400 ha, sendo 70% destinada ao mercado e 30% para a indústria. Atualmente, há uma área expressiva de tomate em ambientes protegidos, com produtividades da ordem de 200 t/ha.

A quantidade de nutrientes extraídos pelo tomate estaqueado varia em função do material genético, densidade de plantio, condições fitossanitárias, hábito de crescimento e, principalmente, em função da produtividade.

A quantidade absorvida e exportada de nutrientes para a produção de 100 t de frutos está especificada na tabela 1.

Tabela 1. Quantidade absorvida e exportada de nutrientes pela cultura do tomateiro estaqueado para a produção de 100 t de frutos.

Partes da planta N P2O5 K2O Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
———————kg—————– ———————g—————-
Frutos 113 40 241 10 6 10 86 80 452 75 100
Restos culturais 93 34 193 192 23 39 189 3.340 1.515 2.098 400
Total 206 74 434 202 29 49 275 3.420 1.967 2.173 500
% exportada 55 54 56 5 21 20 31 2,3 23 3,4 20

Espaçamento: 1 x 0,5 m (20.000 plantas/ha)

Variedade Santa Clara, em cultivo a campo

Fonte: Adaptado de Fayadet al. (2002)

Fases de desenvolvimento do tomate estaqueado

A nutrição do tomate estaqueado deve levar em consideração as fases da cultura. O ciclo do tomateiro estaqueado pode se dividido em três fases (Figura 1).

  • Primeira fase: fase vegetativa. Tem início no transplante das mudas ao início do florescimento. Duração média de quatro a cino semanas. Nesta fase da cultura, aplicar de 800 a 1.200 kg/ha de P2O5 dividindo a dose do fósforo no transplante das mudas e na amontoa. Em solos com baixo teor de B, Zn e Mn, realizar o fornecimento destes nutrientes no transplante das mudas. A fonte de fósforo mais eficiente é o organomineral. A Bio Soja possui o Fertium® Phós HF, fertilizante organomineral fornecedor N, P, K e micronutrientes com altos teores de substâncias húmicas.

Evitar a utilização de altas doses de K no transplante das mudas do tomate, que pode ocasionar salinização do solo e morte das raízes das plantas. Em ambientes protegidos, reduzir a utilização do cloreto de potássio. Este fertilizante potássico possui alto índice salino (IS = 116).

As fontes de K mais adequadas para o cultivo do tomate em ambientes protegidos são o nitrato de potássio (IS = 73,6) e o sulfato de potássio (IS = 46). Entretanto, são fontes potássicas com maior custo do potássio do que o cloreto.

Realizar adubações foliares com macro e micronutrientes em complementação às adubações de solo. Além disso, realizar também o fornecimento com o molibdênio para a melhoria do metabolismo do nitrogênio e bioestimulantes para o estímulo ao desenvolvimento radicular e vegetativo do tomateiro (Bioenergy®).

Nesta fase do tomate, iniciar as pulverizações foliares com Phitopress® Cobre,um fertilizante foliar fornecedor de íons fosfito, estimulando a síntese de “fitoalexinas“ pelo tomate. São metabólitos secundários que estimulam a resistência natural das plantas às doenças.

  • Segunda fase: florescimento. Duração média de cinco a seis semanas (início do florescimento ao início da colheita dos frutos do tomate).Realizar as adubações no solo com nitrogênio e potássio. Além disso, realizar adubações foliares com cálcio e boro visando o maior pegamento da florada do tomate.

Nesta fase, se houver necessidade, realizar adubações foliares com fósforo e bioestimulantes à base de extratos de algas marinhas. Se houver necessidade, realizar pulverizações foliares com micronutrientes.

  • Terceira fase: frutificação (início ao término da colheita dos frutos de tomate). Para as cultivares de crescimento indeterminado, a duração desta fase é de seis a oito semanas, dependendo do manejo da cultura no campo ou em ambientes protegidos. Entretanto, as cultivares de crescimento determinado, que possuem produção mais concentrada, apresentam esta fase mais curta, durando cerca de três a cinco semanas.

Realizar as adubações no solo com nitrogênio e potássio com formulações mais concentradas de potássio. Além disso, realizar adubações foliares com cálcio e boro visando à melhoria na qualidade dos frutos, evitando ou minimizando a podridão apical ou o fundo preto.

As adubações foliares com boro reduzem a incidência do lóculo aberto e aumentam a produção de lignina, tornando as plantas mais resistentes ao ataque de pragas e doenças. Além disso, aumentam a firmeza dos frutos e o tempo de prateleira.

A fonte de potássio via foliar mais adequada para o tomate é o carbonato de potássio, que apresenta maior velocidade de absorção em baixa umidade do ar e possui menor índice salino entre as fontes de potássio.

Nesta fase, realizar adubações foliares com magnésio e bioestimulantes à base de extratos de algas marinhas para potencializar a taxa fotossintética das plantas e reduzir os danos causados pelos estresses abióticos e bióticos.

Avaliação do estado nutricional do tomate estaqueado

O produtor pode utilizar a análise foliar para a avaliação do estado nutricional do tomate estaqueado. É uma ferramenta fundamental para os ajustes das adubações de solo e foliares e a maximização dos investimentos realizados com os corretivos agrícolas e fertilizantes.

Considerações finais

O tomate é uma das principais olerícolas no Brasil, com grande importância socioeconômica. O custo de produção é elevado e os fertilizantes têm uma participação significativa.

Portanto, o produtor de tomate precisa realizar práticas culturais que maximizem os investimentos realizados em nutrição. Realizar o fornecimento dos nutrientes, levando em consideração as fases fenológicas do tomate, utilizando fontes de nutrientes de melhor qualidade.

Além disso, realizar o monitoramento nutricional com a análise foliar para a avaliação do estado nutricional do tomate estaqueado. Esta é uma ferramenta fundamental para os ajustes das adubações de solo e foliares e a maximização dos investimentos realizados com os corretivos agrícolas e fertilizantes.

 

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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