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Mecanização a favor da safrinha

Patrícia Morais Crivelenti

Diretora de MKT e Estratégia da Jumil

Crédito Jumil
Crédito Jumil

Segundo dados colhidos em vários institutos de pesquisas, Learning Center Monsanto, Fundação MT, Embrapa, etc., e observações a campo, a média de perda no milho varia entre 07 e 24%. Na soja, esta mensuração é ainda discutível, pois há uma diversidade maior na qualidade e classificação das sementes, assim como um lapso na coleta de informações, mas a estimativa é que isto fique em torno de 04 a 15%.

Nesta cultura, provavelmente assistiremos a uma mudança. Haverá um momento de intersecção entre alguns produtores trabalhando quase em fluxo contínuo de semeadura e as empresas de híbridos buscando arquitetura de plantas definidas, precocidade e alta produtividade com uma menor pressão na população em linhas.

Após este encontro, provavelmente a operação de plantio ficará um pouco mais definida neste quesito.

Duas outras culturas extremamente pressionadas pela qualidade do plantio são o feijão e o amendoim, com sementes mais sensíveis que sofrem maior impacto nos sistemas mecânicos, e o algodão, com sementes bem irregulares, um desafio para a distribuição convencional de sementes.

Milho com espaçamento perfeito entre plantas, devido ao sistema pneumático de distribuição ““ Crédito Jumil
Milho com espaçamento perfeito entre plantas, devido ao sistema pneumático de distribuição ““ Crédito Jumil

Erros de plantio

Antes de entrarmos nas possibilidades de correção, gostaríamos de apresentar as variáveis que mais impactam no incremento de produtividade dos estandes.

  1. a) Distribuição das sementes ao longo das linhas de maneira consistente e equitativa, com o mínimo de duplos, triplos e/ ou falhas;
  2. b) Baixos coeficientes de variação na distância entre as sementes – elas não devem estar muito próximas, procurando evitar dominância entre plantas;
  3. c) Controle de profundidade das sementes;
  4. d) Compactação excessiva nas camadas intermediárias do solo;
  5. e) Compactação na linha de plantio devido ao excesso de pressão na unidade semeadora;

Interessante nesta discussão é que entra uma infinidade de variáveis que impactam nestas estatísticas. Porém, o relevante é que separemos o que podemos controlar do que foge ao nosso controle.

O momento do plantio é muito estressante para os produtores. A estreita janela de plantio associada à pressão com a movimentação de máquinas, logística, ciclo de chuvas em mudança, falta de mão de obra especializada, paradas de máquina, entre outros, são fatores que podem ocasionar mudança de estratégia. Com todo este universo em movimento acelerado, provavelmente ocorrerão falhas que não poderão ser corrigidas posteriormente, frustrando o resultado final.

Espaçamento perfeito entre plantas no sistema pneumático de distribuição ““ Crédito Jumil
Espaçamento perfeito entre plantas no sistema pneumático de distribuição ““ Crédito Jumil

Pontos a serem checados

Em nossas viagens, encontramos uma infinidade de desacertos que normalmente ocorrem de maneira frequente.Podemos sugerir um check-list de prevenções:

  • Checar o poder germinativo das sementes e a qualidade das mesmas, inclusive o prazo de validade. Aumentar a atenção quando as sementes utilizadas se desenvolverem em ambientes de alto estresse climático ou o mercado aumentar a demanda de maneira significativa;
  • Inadequação das sementes ao kit de distribuição, peneira, calço e gafanhoto (roseta),e no caso dos distribuidores mecânicos, refazer a verificação a cada novo plantio. Nossa experiência indica que os sistemas mecânicos de distribuição apresentam uma queda significativa na qualidade da distribuição (aumento de falhas, duplos e triplos) em populações acima de 20 sementes por metro linear. Trata-se de uma restrição física do sistema;
  • Ignorar a necessidade da incorporação de grafite em máquinas pneumáticas, ou sementes que tenham dificuldade em deslizar pelos sistemas;
  • Ainda em máquinas pneumáticas, checar a possibilidade de perda de vácuo, pelo desgaste natural dos sistemas;
  • Alta velocidade de plantio, que interfere diretamente na plantabilidade e remove as sementes após deposição das mesmas ao solo, aumentando a probabilidade de ficarem descobertas; aumenta a trepidação dos carrinhos de sementes, fazendo com que perca o contato com o solo em vários momentos, prejudicando o controle de profundidade.
  • Caso haja uma dificuldade de movimentação de máquinas em sua propriedade, considere aumentar o número de linhas/ha.
  • Inadequação das ferramentas de solo. O plantio direto e a ILP fizeram com que as alterações fisiológicas e bioquímicas se acelerassem. Devemos considerar a probabilidade de alteração das ferramentas de solo em nossas plantadeiras ao longo destas mudanças;
  • Alinhamento da plantadeira em relação ao trator;
  • Máquinas sem a manutenção adequada.

Soja uniforme e com profundidade de germinação são efeitos da mola pneumática ““ Crédito Jumil
Soja uniforme e com profundidade de germinação são efeitos da mola pneumática ““ Crédito Jumil

Cuidados com as plantadeiras

Entre os cuidados que os produtores devem ter com suas plantadeiras estão: manutenção de todo o sistema, desde a transmissão até a cobertura das sementes, que podem impactar na distribuição das mesmas. Uma somatória de pequenos desvios pode provocar grandes impactos na plantabilidade.

Alinhamento dos carrinhos: a transmissão (da roda motriz ao carrinho de sementes e dos carrinhos ao distribuidor) deve rodar de maneira suave e estar adequadamente lubrificada.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Grãos, edição de janeiro 2017. Adquira a sua para leitura completa.

 

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