Larissa Nunes dos Santos
Juliana Pinheiro Dadalto
Doutorandas em Engenharia Agrícola ““ Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Haroldo Carlos Fernandes
Professor titular do Departamento de Engenharia Agrícola (UFV)
Atualmente, no setor florestal brasileiro, é possível mecanizar as operações que vão desde o preparo inicial da área até a etapa final, que é a colheita e o transporte da madeira. A colheita florestal é a operação com maior grau de mecanização, por ser a operação que gera maior custo à madeira posta na fábrica, assim sendo necessário o aumento da produtividade horária no corte e extração da madeira, visando à redução do custo final do trabalho executado.
Com o aumento da demanda por produtos florestais e restrições territoriais, a automação das operações de manejo, como a aplicação de insumos e colheita de madeira, tem surgido como uma alternativa. Ela permite a redução da quantidade de insumos, sendo estes aplicados apenas no local desejado, na quantidade e no tempo correto, o que reduz os custos e contribui para o aumento da produtividade da floresta.
Para esse tipo de operação são utilizados sensores capazes de detectar os locais e pontos da cultura a serem trabalhados.
Ganhos
Na colheita, a automação traz ganhos relacionados à sua qualidade e eficiência – uma vez que o seu processamento ocorre de maneira automática, o que resulta na obtenção de toras traçadas com o tamanho desejado; nivelamento automático da cabine do operador, melhorando assim o seu conforto e campo de visão, o que contribui para o aumento da produção; e aquisição automática de informações relacionadas ao consumo de combustÃvel, produtividade da floresta e da máquina, e tempo gasto para todas as etapas do processo, que podem auxiliar na melhoria do planejamento das operações. Esta automação da colheita já é uma realidade do setor florestal.
Limitações
Como fatores limitantes para a mecanização e automação, pode-se citar: o capital exigido para o investimento em máquinas, equipamentos, softwares e a declividade do terreno, que é a maior limitação a todas atividades florestais mecanizadas.
Vale a pena?
Uma das vantagens trazidas pela mecanização para a cultura florestal está associada à redução de perdas de mudas, resultado da melhoria da qualidade e uniformização das operações, fornecendo às mudas plantadas uma área preparada de forma mais homogênea, que proporcione melhores condições para o seu estabelecimento e desenvolvimento, além da redução de perdas no momento do transplantio.
Muitas vezes, quando feito de forma manual, devido ao cansaço ou distração do trabalhador, o transplantio pode ser realizado de maneira incorreta. Já a vantagem da automação está ligada ao melhor desenvolvimento das mudas ao se realizar a aplicação de insumos à taxa variável, isto é, mudas com maior exigência de nutrientes. Elas receberão, por exemplo, adubação diferenciada das demais, contribuindo assim para o aumento da produtividade do povoamento florestal.
Outras vantagens advindas da mecanização e automação para o setor florestal são: a redução do tempo para realização das operações, aumentando assim a eficiência operacional e diminuindo os custos, aumento da qualidade das operações, redução de desperdÃcio de insumos, maior ergonomia e segurança no trabalho e menor exigência física do trabalhador.
Investimento inicial
O investimento inicial e o tempo de retorno irão depender do grau de mecanização que o produtor ou empresa deseja utilizar, potência das máquinas e tecnologia embarcada. Geralmente, as máquinas de colheita florestal possuem um maior investimento inicial, por serem necessárias máquinas mais pesadas, tecnológicas e na maioria das vezes importadas, sendo a produtividade horária da máquina um fator crucial para que este investimento seja recuperado em um menor prazo.
Mais produtividade
A mecanização e automação das atividades florestais contribuem para o aumento da produtividade a partir do uso de técnicas que visam suprir a necessidade nutricional de cada planta, o que reduz o uso de insumos e danos ao meio ambiente, uma vez que está sendo aplicada a dose correta, no momento certo.
Contribuem também para o aumento da produção de todas as etapas silviculturais, sendo realizado um maior trabalho em um menor tempo, quando comparados a métodos manuais e semimecanizados, resultando na redução dos custos e aumento da qualidade das operações.