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Métodos de produção de mudas de maracujá

 

Eduardo Augusto Girardi

eduardo.girardi@embrapa.br

Onildo Nunes de Jesus

Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura

 

CréditoAgrocinco
CréditoAgrocinco

O maracujá pode ser multiplicado por sementes, via sexuada, ou por estaquia e enxertia, via assexuada. A micropropagação também é possível. Comercialmente, a formação de mudas em sacolas com a semeadura é a forma mais frequente.

A produção por sementes é mais barata, rápida e simples, embora exija a coleta de sementes em um grupo de plantas superiores diferentes (plantas matrizes) para evitar o problema da autoincompatibilidade do maracujá azedo (Passiflora edulis).

A estaquia é mais barata e rápida do que a enxertia, mas as duas exigem a manutenção de plantas matrizes diferentes e livres de doenças para fornecer as estacas e gemas, e essas devem ser coletadas de plantas mais produtivas e que sejam diferentes entre si para evitar problemas de baixa produção condicionada pelaincompatibilidade genética.

Plantas provenientes de estaquias sãomenos vigorosas, porém, produzem frutos mais precocemente quando comparado às plantas derivadas de sementes.

Produção por sementes

Sementes preferencialmente recém-coletadas de frutos obtidos de plantas superiores selecionadas anteriormente ou de cruzamentos específicos, no caso de híbridos, são usadas nesse processo.

A mucilagem é retirada e as sementes, a depender da taxa de germinação, colocadas de uma a três por recipiente, que pode ser tubete e sacola, em geral preenchidos com substrato comercial ou aquele disponível, desde que livre de pragas, doenças e plantas infestantes.

O tamanho do recipiente vai depender de quanto tempo a muda ficará no viveiro.Se apenas 60 dias, podem ser pequenos, cerca de 150 mL, mas se for ficar até seis meses, são preferíveis sacolas de 4 L ou mais, para evitar danos às raízes das mudas.

Em geral, com cerca de 30 dias já ocorre agerminaçãodo maracujá amarelo (P.edulis). É importante que toda a produção de mudas de maracujá seja feita em viveiro protegido com telado antiafídeo para evitar a contaminação das mudas por viroses transmitidas por pulgões e que o substrato seja livre de doença como a fusariose.

Após a germinação, pode ser feito o desbaste, regas frequentes e adubação/fertirrigação. A formação das mudas ocorre sem maiores problemas, aplicando tratamentos preventivos contra doenças da parte aérea, se necessário.

Mudas de estacas e enxertadas

Detalhes da enxertia em maracujá - Crédito Onildo Nunes de Jesus
Detalhes da enxertia em maracujá – Crédito Onildo Nunes de Jesus

As mesmas orientações anteriores valem para mudas de estacas e enxertadas. Contudo, durante a estaquia e enxertia, é necessário manter as mudas em ambiente mais úmido e fresco, com uso de telas de sombreamento, câmaras úmidas, nebulização, até que ocorra o enraizamento e a cicatrização do enxerto.

Depois disso, seguem para ambiente menos úmido para rustificar as mudas para o plantio. A estaquia do maracujá ocorre de forma fácil, sem muitas exigências, e se recomendam estacas com pelo menos três gemas para propagação.

No caso da enxertia, é necessário a seleção de porta-enxerto resistente a fusariose, vigorosoe que possibilite o vingamento da variedade copa. A técnica mais usada é a garfagem de topo em fenda cheia, com porta-enxerto e enxerto, apresentando diâmetro de caule semelhante.

O corte pode ser feito com lâminas desinfestadas e o amarrio do enxerto com fitas e clipes. Com cerca de 10 a 20 dias, o enxerto está pego. Mudas enxertadas, em geral, necessitam de 90 a 150 dias para estarem prontas para plantio.

Para algumas espécies resistentes a patógenos de solo, a falta de uniformidade na germinação dos porta-enxertos, disponibilidade de sementes das espécies silvestres e vigor das mudas ainda constituem problemas para produção de mudas enxertadas. Estudos sobre a conservação e germinação dessas espécies vêm sendo realizados visando superar esses problemas.

Tratamento térmico por imersão

O tratamento térmico por imersão em água é interessante para aplicar em sementes antes da semeadura a fim de eliminar patógenos que possam estar contaminando as sementes. Também pode ajudar a quebrar a dormência de sementes em algumas espécies, um problema bastante frequente.

Cada espécie tem um tempo e temperatura específicos, e por isso não se pode generalizar quanto aos tratamentos, como aplicação de reguladores vegetais.

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