O Moinho Sete Irmãos, de propriedade do Grupo Carfepe, em Uberlândia, não tem produção própria de trigo, mas está há 61 anos neste mercado, apostando na cultura. “O Moinho Sete Irmãos é uma empresa genuinamente mineira, que possui como principal produto, desde sua fundação, a farinha de trigo. Trabalhamos sempre no incentivo aos produtores rurais de Minas Gerais para ampliação da triticultura no Estado“, diz a responsável pela área de comercialização de trigo da empresa, Isabel Maria dos Reis Alves.
O fomento ao cultivo do trigo no Cerrado pode ser estratégico à autossuficiência nacional, evitando a evasão de divisas na ordem de R$ 2 bilhões/ano na importação de trigo grão e farinha de trigo. Segundo Isabel, esta é uma atividade muito rentável, não só em relação ao valor de comercialização do cereal como também pelas vantagens que a palhada agrega para outros cultivos.
Mercado atendido
Atualmente, o Moinho Sete Irmãos comercializa e entrega seus produtos para Minas Gerais (Triângulo Mineiro/Alto ParanaÃba, Norte de Minas, Zona da Mata e Centro-Sul), São Paulo (Ribeirão Preto), Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre.
Somente no Estado de Minas Gerais, existem quatromoinhos, ou seja, a indústria moageira de Minas Gerais e região centro-oeste tem capacidade instalada de processamento de trigo na ordem de um milhão de toneladas de trigo por ano. “Daà já temos um grande motivo para que a produção de trigo no Triângulo Mineiro tenha seu crescimento a cada ano.A região é privilegiada em termos de comercialização, uma vez que o trigo é colhido na entressafra brasileira e argentina, e ainda tem condição de plantio de sequeiro e irrigado“, avalia Isabel.
Atendendo a pedidos
As variedades de trigo cultivadas na região do Triângulo mineiro são de qualidade excelente, atendendo perfeitamente o padrão de qualidade da indústria de panificação, de acordo com a responsável pela comercialização de trigo do Moinho Sete Irmãos.
Entretanto, ela aponta como um dos grandes desafios no cultivo do trigo em Minas Gerais a segregação e armazenagem do produto, uma vez que nem sempre a comercialização é feita imediatamente após a colheita. “Neste caso, requer uma estrutura de armazenagem que possa resguardar a qualidade do grão, evitando perdas, por umidade e infestação por carunchos“, conclui Isabel.