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Monitoramento é fundamental para controle eficiente de formigas

Ronald Zanetti

Professor da Universidade Federal de Lavras

zanetti@ufla.br

CréditoShutterstock
CréditoShutterstock

As formigas cortadeiras são insetos sociais que apresentam castas reprodutoras e não reprodutoras, vivendo em colônias permanentes. São mastigadores e se desenvolvem por holometabolia (ovo-larva-pupa-adulto). Pertencem à ordem Hymenoptera, família Formicidae e subfamília Myrmecinae. Os gêneros de maior importância são Atta (saúvas) e Acromyrmex (quenquéns).

São as principais pragas dos reflorestamentos brasileiros, pois atacam intensamente e constantemente as plantas em qualquer fase de seu desenvolvimento, cortando suas folhas, flores, brotos e ramos finos, que são carregados para o interior de seus ninhos sob o solo, o que torna difícil o seu controle. Elas representam mais de 75% dos custos e do tempo gasto no controle de pragas florestais.

As formigas cortadeiras constroem ninhos subterrâneos com dezenas ou centenas de câmaras (conhecidas, também, como panelas) ligadas entre si e com o exterior por meio de galerias. No exterior notam-se os montes de terra solta formada pela terra retirada das câmaras e galerias. Quando adulto, um sauveiro pode medir mais de 200m2, com uma população que pode variar de três a seis milhões de formigas.

Prejuízos

O combate a formigas cortadeiras é fundamental em reflorestamentos, uma vez que as formigas constituem fator limitante ao seu desenvolvimento, causando perdas diretas, como a morte de mudas e a redução do crescimento de árvores, e indiretas, como a diminuição da resistência das árvores a outros insetos e a agentes patogênicos às mesmas.

Experimentos demonstram que árvores de Eucalyptus saligna com 100% de desfolhamento deixaram de produzir 40,4% da madeira que deveriam produzir durante o ano seguinte à desfolha e que, ainda, árvores com uma redução de 50% de folhas deixaram de produzir 13,2% da madeira em relação àquelas não desfolhadas.

Árvores de Pinus caribaea atacadas reduzem 12% no crescimento em altura e 17,4% em diâmetro, além de apresentar mortalidade média de 11,7%. Árvores de Eucalyptus grandis, desfolhadas aos seis meses de idade, têm 99,3% de probabilidade de morrer, enquanto o crescimento em altura e diâmetro é reduzido em 31,7% e 25,1%, respectivamente, provocando uma redução de 61,6% na produção de madeira em relação às árvores não desfolhadas.

Alerta geral

Os danos causados por formigas cortadeiras são maiores em árvores de um a três anos de idade, sendo que um desfolhamento total retarda o crescimento da árvore, enquanto que dois ou três consecutivos, normalmente acarretam a sua morte.

Estudos mostram que a perda provocada por cinco formigueiros de Atta sexdens em plantios de Pinus spp. é de 14% no volume de madeira. Densidades maiores que 30 formigueiros/ha de Atta laevigata em plantios de Pinus caribaea com menos de 10 anos de idade podem reduzir mais de 50% da produção de madeira/ha. Estudos sobre eucalipto mostram que 0,87% é a perda anual no volume de madeira para cada 2,76 m2 de sauveiro/ha.

Distribuição das formigas cortadeiras noBrasil

As formigas cortadeiras, do gênero Atta e Acromyrmex distribuem-se desde o sul dos Estados Unidos até o centro da Argentina. Não se verificou, ainda, sua presença no Chile, em algumas ilhas das Antilhas e no Canadá. Somente no Brasil, ocorrem 20 espécies e nove subespécies taxonômicas aceitas como Acromyrmex e 10 espécies e três subespécies de Atta.

Estrutura do formigueiro

As formigas cortadeiras constroem ninhos subterrâneos com dezenas ou centenas de câmaras ligadas entre si e com o exterior por meio de galerias. No exterior notam-se os montes de terra solta formada pela terra retirada das câmaras e galerias. Assim, um formigueiro é formado por:

  • Panela de fungo: são câmaras que contêm a cultura do fungo ou jardins de fungo.
  • Panela de lixo: são câmaras destinadas ao depósito de resíduos de vegetal esgotado, fungos exauridos e cadáveres de formigas.
  • Panela vazia: são câmaras vazias à espera de lixo ou de fungo.
  • Panela de terra: são câmaras que possuem terra solta em seu interior.
  • Olheiro: são aberturas externas dos ninhos.
  • Canais: são túneis que interligam as câmaras, e estas com os olheiros.
  • Carreiro ou trilha externa: são caminhos externos percorridos pelas formigas, para buscar alimento.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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