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domingo, novembro 24, 2024
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Monitoramento nutricional garante alta produtividade

 

Lafayete Gonçalves Campelo Martins

Engenheiro florestal, doutor em Nutrição de Plantas, consultor e professor da Faculdade de Estudos Superiores de Minas Gerais

lafayetecampelo@gmail.com

Crédito Painel Florestal
Crédito Painel Florestal

Os sintomas de deficiência nutricional podem se manifestar de várias maneiras, tais como clorose ou amarelecimento das folhas, seca de ponteiros, perda de dominância apical, redução de crescimento, presença de manchas foliares, etc.

Em alguns casos, as carências nutricionais ocorrem de maneira imperceptível visualmente. Normalmente, quando os sintomas visuais são perceptíveis, significa que o grau da carência nutricional já está muito elevado e a produtividade florestal já foi comprometida.

É por isso que a diagnose visual não é o método mais adequado para se detectar deficiências nutricionais nos plantios florestais. A interpretação de resultados de análise química dos tecidos permite detectar as carências nutricionais antes que elas se manifestem visualmente.

Não existe um nutriente que seja mais ou menos importante para as florestas. Existem dezessete elementos que são considerados essenciais para o crescimento e para o desenvolvimento das florestas. São eles: carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, zinco, cobre, molibdênio, ferro, manganês, cloro e níquel.

Se for considerado que o mais importante é aquele cujo fornecimento resulte em maior crescimento das árvores, então o mais importante é o que estiver mais escasso. Se for considerado que o mais importante é o nutriente absorvido e acumulado em maior quantidade pelas árvores e que, portanto, é exportado em maior quantidade por ocasião das colheitas, então o mais importante seria o cálcio.

No Brasil, os solos mais férteis são priorizados para a agricultura de modo geral. Os plantios florestais se destacaram nas regiões cujos solos são de intensa intemperização, tais como os Latossolos das regiões dos cerrados, e nas regiões litorâneas em que há predomínio de Latossolos Amarelos, Argissolos e NeossolosQuartzarênicos.

A baixa fertilidade natural é comum nessas classes de solo, especialmente para os nutrientes como cálcio, fósforo, potássio e magnésio. Outro fator que agrava a situação de fertilidade dos solos normalmente utilizados pela silvicultura brasileira é o mau uso a que foram submetidos antes dos plantios florestais.

Muitas florestas foram implantadas em solos historicamente utilizados como pastagens que já se encontravam em estado de degradação e sem qualquer tipo de prática conservacionista para evitar erosão. Ou seja, muitas florestas já foram implantadas em solos exauridos quimicamente e que atualmente são dependentes da aplicação de fertilizantes para garantir uma boa produtividade.

Resposta da planta

 Não existe um nutriente que seja mais ou menos importante para as florestas - Crédito Luize Hess
Não existe um nutriente que seja mais ou menos importante para as florestas – Crédito Luize Hess

As espécies florestais, de modo geral, são altamente responsivas às fertilizações realizadas com critérios técnicos, especialmente as do gênero Eucalyptus. É importante destacar que, em muitos casos, a falta de respostas ocorre pelo motivo das fertilizações terem sido realizadas sem um critério bem definido. O critério mais indicado é a realização do monitoramento nutricional.

É a partir do monitoramento nutricional que são diagnosticadas as carências nutricionais, definem-se os elementos nutrientes mais limitantes e as doses dos fertilizantes necessárias para corrigir as deficiências detectadas.

A caracterização dos solos (por meio de levantamentos pedológicos e/ou simplesmente por análises químicas), feita antes da realização dos plantios, permite recomendar as doses dos fertilizantes a serem aplicadas nas diversas adubações para um novo plantio florestal.

O monitoramento nutricional permite avaliar a qualidade das adubações já realizadas, possibilitando um ajuste mais preciso para uma eventual correção de rumo quando a floresta já está estabelecida. É bom lembrar que, diferentemente da agricultura cujas espécies normalmente têm ciclos anuais, as espécies florestais são perenes e a produtividade final pode ser fortemente afetada por eventos naturais ou inerentes ao manejo durante as fases intermediárias do crescimento.

Por meio do monitoramento nutricional é possível detectar se essas ocorrências tiveram efeito sobre a nutrição, e possibilita ações corretivas ao longo do crescimento das florestas. Já foi possível comprovar, por meio de experimentos de campo, que a correção de deficiências nutricionais, realizada entre dois e três anos de idade em florestas de eucalipto, resultou em diferenças significativas no crescimento um ano após a aplicação dos fertilizantes. As diferenças entre florestas que receberam e que não receberam as adubações corretivas foram, em média, de 7,5 m3/ha.

Análises

É praticamente impossível recomendar doses de fertilizantes sem a realização de análises químicas de solos e/ou de tecidos. Conforme já foi dito, a diagnose visual (feita por meio de observação de sintomas de deficiência e sem a análise química) não é o método mais adequado, considerando o fato de que o aparecimento desses sintomas ocorre quando a floresta já perdeu produtividade.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro/novembro  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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