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Mosca branca eleva em até 35% o gasto com inseticida na soja

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Crédito-Ballagro

Na safra 2015/16, além das preocupações com controle de lagartas e percevejos, produtores de soja de Mato Grosso e de Goiás enfrentaram também o aumento da incidência de mosca branca (Bemisia tabaci). Com isso, cresceu o gasto do produtor. Conforme cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), relativos aos dois estados, o dispêndio com inseticidas na safra 2015/16 foi estimado em 37% maior que na passada ““ considerando-se a compra dos insumos entre os meses de novembro/15 e fevereiro/16.

Em Campo Novo do Parecis (MT), o produtor de soja que gastou em média R$ 385,02/hectare com inseticidas na safra passada, agora despendeu R$ 508,90/ha, aumento de 32%. Em Primavera do Leste (MT), o gasto foi de R$ 391,78/ha na última safra para R$ 543,69/ha na temporada 2015/16, aumento de 39%, de acordo com cálculos do Cepea/CNA. Em Sorriso (MT), os gastos médios subiram de R$ 302,56/ha para R$ 377,73/ha, elevação de 25% de uma safra para a outra. Embora em Mato Grosso o inseto já tenha sido um problema na safra anterior, as principais causas do aumento do gasto foram a valorização do dólar frente ao Real e a alta procura por inseticidas, que estavam escassos em algumas revendas. Nas praças de Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste e Sorriso, o controle especificamente de mosca branca representou, nesta ordem, 32%, 34% e 42% do gasto com inseticidas.

Na região de Rio Verde (GO) o surto foi ainda maior, causando aumento de 51% no dispêndio com inseticidas, que passou de R$ 223,68/ha para R$ 337,86/ha nesta safra. Do total gasto com inseticidas 34% foi com o controle da mosca branca, segundo dados do Cepea/CNA.

Do ponto de vista econômico, em Campo Novo do Parecis, Primavera do Leste e em Sorriso, o produtor precisou em média de 3 sacas/ha para cobrir o aumento dos custos só com o controle da mosca branca. Na região de Rio Verde, o gasto extra com esse inseto equivaleu a 2 sc/ha. Nesse cenário, os inseticidas se tornaram o segundo item de maior representatividade no custo operacional efetivo (COE), ficando atrás apenas dos gastos com fertilizantes e ultrapassando herbicidas e fungicidas.

A participação dos inseticidas no COE vem aumentando já há alguns anos. Na safra 2012/13 de Goiás, o inseticida já era a categoria de defensivo com maior peso nos custos. Na temporada 2014/15, o gasto com esses produtos só era menor do que o valor despendido com os fertilizantes. Em Mato Grosso, foi na safra 2013/14, com o aparecimento da Helicoverpa, que os inseticidas se tornaram o segundo item de maior gasto da soja.

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