As mudas de morango são classificadas em dois grupos: de dias curtos e de dias neutros. As primeiras, influenciadas pelo fotoperíodo, são plantadas entre abril e maio e as outras, não influenciadas pelo comprimento do dia, podem ser plantadas em qualquer época, mas normalmente são plantadas entre maio e setembro. Já se iniciam experiências para plantio em outras épocas do ano.
Heitor Antonio Pagnan, agrônomo responsável e proprietário da Maxxi Mudas, informa que as mudas de dia curto, como Camino Real, BenÃcia e Merced, podem produzir até janeiro e as de dia neutro, como Aromas e San Andréas, podem produzir o ano inteiro, dependendo da altitude onde foram plantadas.
A partir do dia 22 de dezembro há um pico de luz, quando a cultura passa para o chamado verão. “Assim, de dezembro até abril as mudas produzem estolões, mostrando que elas querem se reproduzir. Isso significa que as variedades de dia curto normalmente não produzem morango entre janeiro e março, variando muito de variedade para variedade“, explica Heitor Pagnan.
A história
No Brasil, isso começou há mais de 10 anos e hoje, no Sul de Minas, a variedade de dia neutro San Andréas seguramente é a mais plantada. Por enquanto, a variedade Aromas tem se mostrado altamente produtiva, chegando a 2,4 kg em 16 meses de produção. “O produtor viu que o material produzido na entressafra, que é de janeiro até julho, tem mais lucratividade. Após esse período o preço do morango começa a cair, porque entram em produção as variedades de dias curtos. Dessa forma, teremos morango todos os meses do ano“, explica Heitor Pagnan.
Cuidados
Basicamente, recomenda Heitor Pagnan, o cuidado básico que o produtor deve ter com as mudas nacionais começa pela sua origem, ou seja, informar-se se houve uma análise prévia de laboratório que confirmasse que as mudas possuem condições mÃnimas de sanidade, o que não ocorre como deveria, apesar dos esforços dos organismos envolvidos.
A fiscalização deveria ser mais rigorosa para com a produção de mudas nacionais. No entanto, isso não ocorre. Verifica-se que sobre a produção de mudas nacional não existe sequer uma análise de laboratório.
A Maxxi Mudas
As mudas que a Maxxi Mudas traz para o Brasil são produzidas na Patagônia Argentina, onde se tem extremos de temperatura, que podem chegar a menos 15ºC no inverno. São áreas de campos que não têm outra produção senão a de mudas de morango. As temperaturas negativas são um fator que faz as mudas serem sadias, condição importantÃssima para que elas tenham qualidade.
As circunstâncias geográficas ao Sul da Argentina, combinando campo limpo e temperaturas negativas, propiciam um ambiente excelente para produção de mudas, as quais ficam livres de doenças ou patógenos.
Importante referir o trabalho cientÃfico elaborado por vários pesquisadores da Embrapa, dentre os quais a hoje professora de fruticultura Carine Cocco, que chegouà conclusão que segue abaixo:
“Mudas de morango importadas da Argentina mostram maior diâmetro da coroa e maior teor de carboidratos em órgãos de reserva, levando à maior produção de frutas precoces. […] Os viveiros nacionais ainda não são capazes de fornecer mudas de alta qualidade para competir com as mudas da Patagônia Argentina.”
“Referimos que as mudas trazidas para o Brasil têm alta qualidade final de produção e, consequentemente, de produtividade. Isso foi provado pelo trabalho cientÃfico realizado pela Embrapa, quando comparou as mudas da Patagônia Argentina em relação às mudas do Chile e nacionais. As mudas Argentinas sempre são melhores. Muitos produtores do Brasil, infelizmente, ainda não se dão conta de que se tiverem uma muda de má qualidade poderão colocar todo o projeto em perigo“, avisa Heitor Pagnan.
Atualmente, o produtor tem à disposição uma muda nacional que pode produzir por alguns meses, porém, em quase 100% dos casos exige doses mais elevadas de agrotóxicos para manter um nível adequado de sanidade, diferente dos materiais comercializados pelas Maxxi Mudas.