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Mudas florestais – Cuidados começam no plantio

David Pessanha Siqueira

Engenheiro agrônomo e mestrando em Produção Vegetal – Universidade Estadual do Norte Fluminense

pessanhasdavid@hotmail.com

 

Crédito Shuttertock
Crédito Shutterstock

Os plantios florestais vêm ganhando destaque no cenário nacional pelo fato de serem menos exigentes em tratos culturais, quando comparados a outros plantios de interesse agrícola e devido à alta lucratividade que proporcionam, quando bem manejados.

No entanto, os plantios florestais devem ser considerados como poupanças, isto é, o ganho ocorre em longo prazo, levando em conta que são necessários vários anos para que a cultura se desenvolva e forneça o retorno do capital investido.

Neste sentido, o produtor que decidir implantar um povoamento florestal deve ter cautela em diversos aspectos que são primordiais para garantir o sucesso do seu empreendimento. Esse cuidado deve começar com o preparo do solo, melhorando suas características químicas e realizando a adubação necessária, que pode ser feita na linha de plantio ou diretamente nas covas, tendo como base a análise de solo da área e as características físicas, como a compactação, que é prejudicial para o desenvolvimento das mudas pela redução da aeração e permeabilidade da água.

Convencionalmente, o que é usado no preparo do solo é a aração e gradagem, porém, uma técnica que merece destaque no pré-plantio florestal é a subsolagem associada ao cultivo mínimo, por ser eficiente no revolvimento do solo, atingindo maiores profundidades, tendo em vista o longo alcance das raízes das espécies florestais.

Erros fatais

Um erro muito comum ocorre na escolha do viveiro que irá fornecer as mudas, que, em geral, é feita pelo menor preço de venda, sendo uma economia em curto prazo, sem levar em consideração os longos anos que o plantio permanecerá no campo. Devem-se priorizar viveiros íntegros, que oferecem garantia de qualidade das mudas.

Viveiros não regulamentados podem fornecer mudas de procedência duvidosa, que tenham sido manejadas de maneira inadequada. Dentre os cuidados necessários para produção de mudas de qualidade, destacam-se: escolha e preenchimento dos recipientes, fertilização e regime hídrico, rustificação e cuidados na expedição.

Quando mal manejadas, podem gerar um sistema radicular deformado e um torrão pouco estruturado, dificultando o manuseio desde a retirada da muda do recipiente até o plantio, quando elas são lançadas para dentro das covas.

Consequências

O manejo inadequado das mudas no viveiro pode também provocar o enovelamento do sistema radicular, que ocorre quando o recipiente apresenta dimensões inadequadas para a espécie em questão, ou também quando a muda já passou do tempo para o plantio.

Esse enovelamento pode causar danos ao desenvolvimento da muda quando nas condições de campo, dificultando o crescimento das raízes e, consequentemente, a absorção de água e nutrientes, afetando assim o desempenho pós-plantio.

Ainda inerente aos viveiros, podem ocorrer problemas em função do potencial genético das matrizes e quanto à sanidade do material propagativo utilizado, sendo condições limitantes para o sucesso do plantio.

O rápido crescimento pós-plantio é importante para que a cultura se estabeleça e saia da competição com as plantas invasoras, o que reduz o número de capinas necessárias e, consequentemente, o investimento necessário ao manejo inicial.

Torrão indesejado oriundo da escolha inadequada do substrato - Crédito David Pessanha
Torrão indesejado oriundo da escolha inadequada do substrato – Crédito David Pessanha

 

Dicas importantes

Durante o plantio é importante que o sistema radicular esteja na posição vertical, acompanhando a cova. A abertura da cova deve ser feita verticalmente, para que a muda siga a mesma orientação, facilitando o desenvolvimento e obtenção de um fuste ereto, gerando madeira de qualidade superior.

A cova a ser aberta deve ser de tamanho proporcional ao torrão da muda que será utilizada. O sistema radicular não deve ser dobrado nem danificado, podendo ocorrer em resposta a um torrão malformado ou à má condução do plantio. No momento que a muda é colocada na cova, é relevante que se pressione levemente o solo ao seu redor, garantindo maior contato do sistema radicular da muda com o solo e sua estabilidade física, com resistência ao tombamento e tortuosidade do fuste.

Cuidados

Deve-se ter atenção para que não ocorra o soterramento do coleto. O coleto pode ser entendido como a região de transição entre o sistema radicular e a parte aérea da muda.

O soterramento do coleto pode ter como consequência a proximidade com diversos microrganismos que podem induzir doenças, como a murcha bacteriana do eucalipto, causada pela bactéria Ralstoniasolanacearum.

Além da maior probabilidade de doenças, o soterramento do coleto pode facilitar o ataque de insetos, como o caso do coró das pastagens em eucalipto (Diloboderusabderus). Outro fator prejudicial é a umidade do solo, que quando em contato com o coleto também pode trazer prejuízos, causando podridões.

Para que não ocorra o soterramento do coleto, é necessário que se observe com atenção a região de divisão entre a parte aérea e o sistema radicular da muda, garantindo que, no momento do plantio, o solo não sobreponha esta região.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro/outubro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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