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Mudas – O ponto alto do plantio de couve-flor

Emanuele Possas de Souza

Graduanda em Engenharia Agronômica, FCAT/UNESP

Pâmela Gomes Nakada Freitas

Engenheira agrônoma e professora assistente, FCAT/UNESP

pamelanakada@dracena.unesp.br

Antonio Ismael Inácio Cardoso

Engenheiro agrônomo e professor titular, FCA/UNESP

Felipe Oliveira Magro

Engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo de Jundiaí-SP

 

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

Com o aumento da competitividade e a necessidade de se produzir com mais qualidade, tornou-se necessário para o produtor de couve-flor investir na utilização de novos equipamentos e tecnologias, como sistemas de irrigação, adubação, controle de pragas e doenças e, principalmente, cultivares mais adaptadas e com maior potencial de produção, no entanto, se não utilizarem mudas de qualidade, este é o primeiro passo para a redução da produtividade.

Mudas de alta qualidade darão origem a plantas com alto potencial produtivo e mudas com sistema radicular ou parte aérea afetadas darão origem a plantas com potencial limitado.

Condução das mudas

Atualmente, tem-se utilizado bandejas de poliestireno expandido (“isopor“) ou de plástico rígido para a produção de mudas. Estas apresentam vantagens sobre outros recipientes, como a facilidade no transporte (por acondicionarem grande número de mudas); melhor aproveitamento das sementes híbridas que apresentam maior valor, produzindo-se com cada semente viável uma muda; redução do ciclo da planta no campo; facilidade para realização dos tratos culturais iniciais (irrigações, fertirrigações e pulverizações); melhor população (estande) com menos falhas, aumento da homogeneidade das plantas; reutilização do material e menor dano à raiz no ato do transplante.

Tem ampla adaptação à utilização de diversos substratos alternativos, comerciais ou a mistura destes, e também viabiliza a produção de mudas em grande escala com custo inferior. Podem ser produzidas na propriedade pelo próprio agricultor ou adquiridas de viveiristas especializados.

Este mercado profissionalizado de mudas trabalha principalmente visando o sistema de vendas por encomenda. Para produção pelo próprio produtor, este necessita ter ambiente protegido adequado somente para este fim, com bancadas para colocação das bandejas, sistema de irrigação e fechamento das laterais com tela antiafídeos para evitar a entrada de pragas e doenças.

Quanto ao tamanho dos recipientes, devem ser utilizados aqueles que permitam a otimização do fornecimento de água, luz e nutrientes até a muda atingir o tamanho necessário para o transplante. Alterando o volume do recipiente, altera-se o volume de enraizamento das plantas, o qual afeta o crescimento e tamanho da parte aérea.

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

Bandejas

Na cultura da couve-flor, as mudas estão sendo produzidas geralmente em bandejas de 200 a 288 células. A bandeja com 288 células tem 6,2 cm de altura e 3,5 cm de comprimento, totalizando um volume de 34,6 cm3. Este volume pode ser considerado relativamente pequeno e esta economia pode prejudicar a qualidade da muda e a produção final.

A tendência ao uso de bandejas com células pequenas visa a economia de substrato e de espaço no viveiro, pois quanto menor o volume das células, maior o número de mudas que podem ser obtidas por metro quadrado de estufa e, consequentemente, menor o custo de produção.

Entretanto, a economia obtida pode prejudicar a produção final, pois o menor volume de célula pode ser insuficiente para o desenvolvimento adequado das mudas, impedindo que as cultivares disponíveis expressem seu potencial, reduzindo a produtividade e a qualidade da “cabeça“, principalmente se as condições de cultivo não forem as ideais.

Por exemplo, mudas produzidas em bandejas com menor número de células (maior volume de substrato por muda) tendem a suportar chuvas intensas logo após o transplante, com menor perda de produção em relação às mudas produzidas em bandejas com maior número de células.

A idade da muda é outro fator que pode afetar a planta no campo, pois o desenvolvimento radicular desta é dependente do volume de substrato disponível, e se for mantida por período muito grande, ela poderá apresentar deficiências nutricionais ou até mesmo o enovelamento das raízes.

Em geral, as mudas devem ter de três a quatro folhas definitivas, alcançando este estádio de desenvolvimento aos 20 a 25 dias após a semeadura, variando o tempo em função das condições climáticas.

A boa qualidade da muda evita a disseminação de doenças - Fotos Shutterstock
A boa qualidade da muda evita a disseminação de doenças – Fotos Shutterstock

Comercialização

Para produtores especializados ocorre a tendência de se comercializar mudas mais novas para reduzir o tempo destas nos viveiros de produção. Os produtores que irão cultivar estas mudas às vezes preferem as mais desenvolvidas. Provavelmente, esta preferência pode estar relacionada à facilidade no transplante proporcionado por mudas com o sistema radicular compacto, que não se quebre no momento da retirada das bandejas.

Entretanto, em couve flor, ao utilizar mudas passadas do ponto de transplante aumenta-se a porcentagem de plantas com “cabeças“ pequenas, consequentemente de menor valor comercial.

Manejo

Para a produção de mudas, o manejo correto e o tipo de substrato agrícola exercem influência significativa na formação do sistema radicular de plantas e, portanto, podem interferir no estado nutricional.

A fibra da casca do coco verde está se tornando matéria-prima importante na produção de substratos de boa qualidade para a produção de mudas. A facilidade de produção, baixo custo e alta disponibilidade são algumas vantagens apresentadas por este tipo de substrato, além de ser um produto renovável.

No entanto, o substrato feito a partir das fibras de coco é pobre em nutrientes essenciais para as plantas. Portanto, é preciso fornecê-los de acordo com as necessidades da espécie a ser cultivada, adicionando-se adubos em pré-plantio ou, principalmente, em fertirrigação.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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