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Os agricultores fazendeiros podem estar entre os gestores mais limitados de todos, portanto, não surpreende o fato de que eles estão nervosos em relação a uma nova ideia chamada plantação prescritiva, que deve revolucionar o seu setor.
Em essência, trata-se de um sistema que avisa com maior precisão qual semente plantar e como cultivá-la em cada parte do terreno. Essa pode vir a ser a maior mudança na agricultura desde as plantas geneticamente modificadas. E ela está se revelando quase tão controversa, já que traz à tona questões profundas sobre quem é o proprietário das informações nas quais se baseiam o serviço.
Conheça o sistema
O sistema de plantação prescritivo da Monstanto, o FieldScripts, foi testado pela primeira vez no ano passado e agora está Ã venda em quatro estados americanos. Sua história começa em 2006 com uma startup do Vale do Silício, a Climate Corporation.
Criada por dois ex-funcionários do Google, utilizava-se de sensoriamento remoto e outras técnicas cartográficas para mapear todas as 25 milhões de plantações dos EUA e sobrepor a elas todas as informações climáticas que pudessem ser encontradas. Em 2010, essa base de dados já continha 150 bilhões de observações do solo e 10 trilhões de pontos de simulação climática.
A plantação prescritiva está finalmente se estabelecendo. Em novembro do ano passado, a produtora de sementes DuPont Pioneer se uniu aos fabricantes de máquinas agrícolas John Deere para distribuir informações sobre sementes e fertilizantes para os agricultores.
Uma cooperativa de fornecedoras de materiais de agricultura, a Land O’Lakes, comprou a Geosys, uma empresa de geração de imagens de satélite, em dezembro de 2013, para incrementar o seu braço de dados agrícolas.
Vantagens
Os benefícios são claros. Os fazendeiros que experimentaram o sistema Monsanto afirmam que ele aumentou os resultados em cerca de 5% ao longo de dois anos, uma façanha que não pode ser equiparada por nenhuma outra intervenção única.
As empresas de sementes acham que fornecer mais dados para os produtores poderia aumentar o rendimento do milho americano de 10 toneladas por hectare para 12,5 toneladas por hectare ““ o que daria um enorme aumento às parcas margens dos agricultores.
Como funciona
Todo agricultor sabe que a produtividade do milho varia consideravelmente em diferentes partes da propriedade. Uma área do campo pode produzir 10 ton/ha, enquanto que uma área vizinha pode estar produzindo apenas 7 ton/ha. Essas variações de produtividade em pontos próximos são resultantes de muitos fatores, além do tipo de solo e a densidade de plantas na área exercer um papel fundamental nessa variação.
Identificar as variações recorrentes em pontos próximos e determinar como otimizar a população de plantas para cada caso isolado numa propriedade é uma proposta extremamente complexa.
Com isso, os produtores acabam por tomar uma das seguintes decisões: empregar a mesma densidade populacional em toda a área; ou explorar densidades variáveis sem o conhecimento profundo das variações ao longo das glebas, ou desconhecendo como a produtividade dos híbridos pode ser impactada pelas variações ambientais ou populacionais.
Cada híbrido de milho reage de forma distinta às variações das características da área e da densidade populacional.
O sistema FieldScripts integra inovações da tecnologia de sementes, análise de dados e agricultura de precisão para fornecer aos produtores combinações ideais entre os melhores híbridos e diferentes taxas de semeadura que aumentem a produtividade da cultura.
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