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sábado, setembro 21, 2024
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Nova técnica produz mudas de seringueira livres de pragas

 

Paulo Fernando de Brito

Engenheiro agrônomo, Msc. – Escritório de Defesa Agropecuária de Barretos – Coordenadoria de Defesa Agropecuária

paulo.brito@cda.sp.gov.br

 

Créditos Paulo Brito
Créditos Paulo Brito

A seringueira (Hevea brasiliensis Willd. ex A. de Juss) Mueller-Argovienis, originária da região Amazônica, é uma das mais importantes espécies inclusas no gênero e a principal responsável pelo fornecimento da borracha natural. Essa matéria-prima é empregada em larga escala pela indústria automobilística, e também em diversos outros segmentos industriais.

O Brasil produz apenas cerca de 1% da demanda mundial por borracha e ocupa o 9º lugar no ranking de produção. Deste total produzido no País, somente o Estado de São Paulo contribui com cerca de 55%, sendo, portanto, o maior produtor brasileiro.

De fato, o cultivo da seringueira tem grande expressão econômica em São Paulo, no entanto, não se exclui o fato de que existem também problemas fitossanitários que podem contribuir para a redução na produção. Os nematoides de galhas, pertencentes ao gênero Meloidogyne Goeldi, constituem o principal grupo de fitonematoides de importância econômica.

Novidade a vista

Uma nova técnica de cultivo de mudas de seringueira em escala comercial, desenvolvida pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Escritório de Defesa Agropecuária de Barretos (EDA Barretos), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) de Jaboticabal, tem reduzido a zero o nível de contaminação de pragas de solo.

A técnica deixa as mudas suspensas em uma bancada de pelo menos 40 centímetros de altura em vez de cultivá-las diretamente no solo ““ o que impossibilita a contaminação de pragas de solo e raízes com o nematoide Meloidogyne spp e o Pratylenchus spp.

Pragas comuns da seringueira

As pragas mais comuns nas mudas de seringueira são as de solo e raízes, principalmente os nematoides Meloidogyne spp e Pratylenchus spp; e algumas pragas de folhas, principalmente antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) e mal das folhas (Microcyclus ulei).

Danos

As pragas causam diminuição no desenvolvimento das mudas, atrasando o seu crescimento e aumentando o período para a produção das mesmas. As pragas de folhas (antracnose e mal das folhas) em nível alto de infestação causam mortes de mudas, mas podem ser controladas com o uso de fungicidas específicos.

Já as pragas de solo (nematoides) não causam mortes de mudas, mas não têm controle ““ elas infestam as mudas, contaminando a área do futuro seringal.

Manejo inovador

A nova técnica consiste em produzir as mudas, da semeadura até a liberação para o plantio, em bancada com no mínimo 40 cm de altura, em recipiente plástico e substrato. Com isso, as mudas são formadas em um sistema de produção onde não ocorre contato com o solo, evitando a contaminação por pragas de solo.

Além disso, há um controle sistemático de pragas durante a formação das mudas, principalmente de folhas, com um programa de pulverizações para evitar a ocorrência das pragas.

Outra grande vantagem deste novo sistema de produção de mudas que foi implantado no Estado de São Paulo é o rigoroso controle da origem das sementes e borbulhas, proporcionando a rastreabilidade dos materiais reprodutivos, oferecendo garantia genética das mudas de seringueira adquiridas pelo produtor de borracha natural.

Esta técnica garante, ainda, um rigoroso controle da origem das sementes e das borbulhas utilizadas na produção das mudas; a implantação de um programa de controle de pragas e de adubação via fertirrigação.


Vantagem

Como as mudas não terão contato com o solo, neste novo sistema não haverá risco de se contaminarem por nematoides. Conforme levantamento amostral realizado em mudas de seringueira produzidas em viveiros tradicionais (mudas produzidas em sacola plástica com terra ou plantada diretamente no solo) pelo Escritório de Defesa Agropecuária de Barretos (EDA Barretos)/Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), em parceria com a UNESP Jaboticabal, 74% das amostras de raízes analisadas pela UNESP Jaboticabal estavam contaminadas por nematoides Pratylenchus sp e 35% por nematoides Meloidogyne spp.

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