17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Hortifrúti Novas oportunidades no cultivo de passifloráceas

Novas oportunidades no cultivo de passifloráceas

José Rafael da Silva

Engenheiro agrônomo, MSc.

j.rafael.silva@hotmail.com

Frutos de diferentes espécies de Passifloras Fotos JRS
Frutos de diferentes espécies de Passifloras Fotos JRS

O maracujazeiro (P. edulis f flavicarpa ““ maracujá amarelo ou azedo) é uma planta bastante cultivada em vários países, notadamente Peru, Equador, Colômbia, Costa Rica, Austrália, Nova Zelândia, alguns da Polinésia e alguns africanos. No entanto, o grande destaque é o Brasil, sendo o maior produtor e também o maior consumidor mundial. Praticamente a metade do maracujá produzido no mundo, e também o consumido, é brasileiro.

Também é conhecido o fato de o maracujazeiro ser uma planta legitimamente brasileira e conhecida desde tempos muito remotos. Mas sua primeira notação na literatura é do início do século da chegada de Cabral ao Brasil.

Embora o Brasil seja considerado o centro de origem, com registro de mais de 150 espécies dentro de seu território, o uso comercial de passifloras está restrito basicamente a duas principais espécies – P. edulis (maracujá amarelo/azedo) e P. alata (maracujá doce).

Alguns países da América Latina e Central, com muito menor número de espécies em seus territórios, chegam a explorar, economicamente, até nove espécies de passifloras.

Assim, este artigo tem a finalidade de apresentar, novamente, algumas espécies conhecidas popularmente como maracujás, com alto potencial econômico para a região.

P edulis f. edulis ““ Maracujá roxo Fotos JRS
P edulis f. edulis ““ Maracujá roxo Fotos JRS

Potencial das espécies

Como informação básica, os maracujás pertencem à família Passifloraceae, com um número variável de gêneros de acordo com diferentes autores, sendo o gênero Passiflora o que concentra o maior número de espécies com potencial econômico.

Este gênero agrega espécies com frutos que variam, em peso, desde 05 g até 1,5 kg; cores e sabores para todos os gostos; valor alimentício, medicinal ou ornamental para atender os mais variados padrões de necessidade nutricional, de saúde ou simplesmente para decoração de ambientes.

Principais espécies

 

Das espécies mencionadas a seguir, algumas já têm variedades lançadas e devidamente registradas, enquanto outras se encontram em fase de avançados estudos ou já são exploradas regionalmente e sem plantios comerciais. Devido à amplitude do tema, deixou-se de especificar os maracujás ornamentais, atualmente com mais de 200 espécies exploradas e uma infinidade de híbridos.

  1. edulis f flavicarpa, o conhecido e popular maracujá amarelo ou azedo, é responsável por 95% da área plantada com maracujá no país. Tem mais de 10 variedades registradas no Ministério da Agricultura. Neste caso, as novidades são as novas variedades, lançadas para atender determinados nichos de mercado. Tanto apresentam diferentes tamanhos de frutos quanto diferentes colorações de casca.

Passiflora edulis f edulis, conhecido como maracujá roxo ou roxinho silvestre, tem sabor e aroma iguais ao azedo, no entanto, não apresenta a mesma acidez, sendo facilmente consumido como fruta fresca, sem adição de açúcar.

Suas variedades melhoradas são amplamente cultivadas nos países andinos, africanos, na Austrália e outros, sendo a principal espécie consumida nos países europeus. O Brasil não tem nenhuma variedade disponível, apesar de inúmeras tentativas já feitas.

Maracujá osso ou de pedra, pronto para exportação Fotos JRS
Maracujá osso ou de pedra, pronto para exportação Fotos JRS

Passiflora alata, conhecido como maracujá doce ou maracugina (maracujina) em algumas regiões do País, é muito apreciado pela beleza das flores, pelo sabor do suco e com forte apelo medicinal, sendo popularmente usado em chás e infusões como indutor do sono. A maioria das variedades disponíveis apresenta frutos ovalados, com peso superior a 150 gramas e coloração de casca amarelo-ouro.

Passiflora setacea, popularmente conhecido como maracujá do sono, teve recentemente um lançamento oficial de variedade pela Embrapa, fazendo com que a disponibilidade de frutos no mercado e, consequentemente, seu consumo, aumentassem rapidamente.

O nome da variedade é Pérola do Cerrado e apresenta polpa de coloração amarelo claro, aroma agradável, doce e baixa acidez. Tanto pode ser consumido como fruta fresca quanto pode ser aproveitado em sucos, sorvetes, mousses e pratos salgados. Possui boa qualidade nutricional (Embrapa).

Passiflora cincinnata também teve lançamento de variedade pela Embrapa, com o nome de Sertão Forte. Apresenta polpa esbranquiçada, muito ácida, ideal para a fabricação de sucos, com ºBrix variando de 8 a 13. Os frutos são vistosos e têm peso variando entre 109 e 212 gramas.

Sua principal característica é a tolerância a condições de baixa disponibilidade de água, produzindo até 29 toneladas de frutos quando em condições de manejo adequado.

Passiflora nítida, muito conhecido e apreciado no interior de SP, ainda não tem variedade comercial, mas é explorado através de populações silvestres e de fundo de quintal. O fruto adquire coloração amarelo quando maduro, sendo muito atrativo. A polpa é doce, esbranquiçada, levemente aromática e de baixa acidez.

Passiflora quadrangularis, conhecido como maracujá melão ou gigante, apresenta frutos que atingem até 02kg. Tem sabor semelhante ao do melão (daí o nome), sendo apreciado na forma de suco. Explorado comercialmente em pequenas plantações em fundo de quintal, sempre atinge preço alto nos sacolões de cidades mineiras e goianas, embora ocorra em vários outros Estados brasileiros.

Passiflora maliformis, conhecido como maracujá osso, devido à casca muito dura, tem sabor leve e que lembra o do maracujá amarelo, mas menos ácido. Ocorre em vários Estados brasileiros, sendo explorado a partir de populações silvestres.

Aqui foram mencionadas apenas as principais espécies ou as mais em evidência no momento. Mas, as instituições de pesquisa têm trabalhado celeremente com o tema “Passiflora“ e breve teremos muitos e bons resultados.

Essa matéria você encontra na edição de maio 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes