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sábado, novembro 23, 2024
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Novidades no manejo da adubação nitrogenada

 

Priscila Fernanda de Mello

Diego Henriques Santos

dihens@bol.com.br

Engenheiros agrônomos da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (CODASP)

 

Novidades no manejo da adubação nitrogenada - Fotos Shutterstock
Novidades no manejo da adubação nitrogenada – Fotos Shutterstock

O nitrogênio (N) é exigido pelas culturas em maior quantidade, quando comparado ao fósforo (P) e ao potássio (K). As recomendações baseiam-se na quantidade extraída pela cultura e nas transformações que ocorrem no solo, como lixiviação, volatilização e nitrificação.

A eficiência de uso dos fertilizantes nitrogenados é muito baixa, principalmente pelas perdas por lixiviação. Trabalhos experimentais apontam que cerca da metade do adubo nitrogenado aplicado é perdido. O que há de novo no mercado em adubação nitrogenada, para minimizar essas perdas, são os fertilizantes nitrogenados de disponibilidade controlada ou lenta.

Esses fertilizantes apresentam formas de ação e tempo de liberação diferentes, variando de dias a semanas, no caso dos inibidores ou de estabilização. Já nos compostos orgânicos não revestidos, o tempo de liberação é de semanas a meses, e, nos compostos orgânicos revestidos, a liberação é feita de acordo com as necessidades nutricionais da planta ao longo do ciclo de cultivo.

Novidades

Quanto à aplicação em si, a novidade da Agricultura de Precisão (AP) são sensores, portáteis ou instalados nas máquinas, que mostram a quantidade de N disponível nas folhas.

Com essa informação, eles determinam a dose de adubo que deve ser aplicada em cada área. Assim, permite-se melhor alocação do fertilizante nitrogenado, evitando desperdícios em áreas desnecessárias e reforçando a dose onde a demanda é maior.

Apesar das novidades, a forma mais eficiente de se elevar a fertilidade do solo é por meio da adição de matéria orgânica, o que pode ser realizado, por exemplo, com o Sistema de Plantio Direto (SPD). O nitrogênio orgânico é liberado gradativamente por mineralização e por ataque de microrganismos no solo, garantindo o nutriente ao longo de todo o ciclo de vida das plantas, sem perdas.

Importância da matéria orgânica para os nitrogenados

Dependendo do sistema de manejo, o solo apresenta uma proteção natural. A matéria orgânica, quando deixada como resíduo de cobertura, reduz consideravelmente as perdas por erosão e exerce efeitos promotores de crescimento das plantas, além de melhorar as características físicas (retenção de umidade, arejamento, infiltração de água, penetração radicular), químicas (aumento na capacidade de retenção de nutrientes e em sua disponibilidade, especialmente do nitrogênio, e diminuição da toxidez de alumínio) e biológicas (quantidade e qualidade da biomassa microbiana do solo).

Logo, a matéria orgânica está ligada à fertilidade do solo, e, na medida em que o solo tenha maior teor de matéria orgânica, mais nitrogênio será disponibilizado para a planta. Isso se deve ao fato de o N interagir com outros nutrientes do solo; dessa maneira, em um solo com baixa fertilidade, a capacidade de resposta das plantas ao adubo nitrogenado é limitada.

 Novidades no manejo da adubação nitrogenada - Fotos Shutterstock
Novidades no manejo da adubação nitrogenada – Fotos Shutterstock

Como fazer adubação orgânica bem feita

Um dos indicadores da fertilidade de um solo é o carbono orgânico. Por conter aproximadamente 58% do carbono orgânico do solo, a matéria orgânica está indiretamente ligada à fertilidade.

É por isso que bons manejos conducentes a fazer palha na lavoura levam à melhor nutrição da planta, e, portanto,obtém-se melhor resistência a pragas e doenças. Mais que o fertilizante ser um estímulo à maior absorção de nitrogênio do solo, a maior fertilidade de solo (solo com elevado teor de matéria orgânica)estaria favorecendo, principalmente, o maior desenvolvimento das plantas, elevando a absorção tanto do nitrogênio na planta proveniente do solo, como o N na planta proveniente do fertilizante.

Ganho de produtividade

Uma boa recomendação de adubação começa com a análise química do solo. A partir do resultado, seguem as operações de correção (calagem) associadas ao manejo de fertilizantes.

É possível aumentar a produtividade das culturas sem depender de fertilizantes químicos, que têm alto custo econômico e ambiental. Dessa forma, a melhoria da fertilidade do solo não depende de insumos externos à propriedade se o produtor tiver, como opções,esterco, restos vegetais, torta de filtro ou outros resíduos.

Em algumas situações específicas, um melhor aproveitamento dos restos vegetais e dos estercos numa propriedade agrícola pode ser feito, por exemplo, por meio da compostagem orgânica.

Além da compostagem, temos como exemplo de adubação orgânica a adubação verde, prática que aumenta o teor de matéria orgânica e protege o solo contra a erosão e a radiação solar, elevando a capacidade de armazenamento de água e nutrientes. A adubação verde também garante o fornecimento de nitrogênio à planta pela fixação biológica de N, que é realizada em simbiose com bactérias presentes em suas raízes, proporcionando, consequentemente, maior produtividade.

Essa matéria completa você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira a sua para leitura completa.

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