Ana Beatriz Campos Almeida Prado
Pesquisa e desenvolvimento de Herbicidas MIP Florestal Ltda ““ ME
A aplicação de herbicidas pode ser realizada associada a outras operações, como vem sendo feito no preparo da linha de plantio por algumas empresas. Além disso, novos métodos de aplicação vêm sendo desenvolvidos para o controle de plantas daninhas em áreas florestais. Um deles é a impregnação dos herbicidas em grânulos de argila que, quando postos no ambiente, liberam lentamente o herbicida, estendendo os períodos de controle até 110 dias após a aplicação.
Essa tecnologia, porém, é limitada a áreas sem a presença de resíduos vegetais, que dificultam o contato dos grânulos com o solo.
Prejuízos
As plantas daninhas podem prejudicar o desenvolvimento de florestas plantadas de várias formas. Essa interferência pode ser de forma direta, ou seja, as plantas daninhas competem por água, luz, e nutrientes, podendo causar efeitos alelopáticos sobre as mudas, hospedar pragas e doenças, provocar incêndios e dificultar o processo de colheita.
Ou, ainda, pode ser de forma indireta, como consequência do processo de controle químico e mecânico, por exemplo, fitotoxicidade de herbicidas por possÃveis falhas na operação e danos mecânicos às mudas.
Existe um período crÃtico de interferência das plantas daninhas com as florestas que pode variar conforme o material genético, clima da região e espécies infestantes. Estudos apontam o início do período crÃtico de interferência a partir de 14-28 dias após o transplante das mudas, podendo se estender até 140 dias de controle, ou seja, período necessário que a cultura fique livre de plantas daninhas para assegurar seu pleno crescimento no primeiro ano de seu ciclo de desenvolvimento.
Espécies prejudiciais
As espécies de plantas daninhas mais prejudiciais são aquelas que possuem maior capacidade de adaptação, dispersão e, ainda, que conseguem retirar os nutrientes do solo de forma mais eficiente, sendo, portanto, mais competitivas em relação à cultura.
Entre elas, podemos citar como exemplo: capim-colonião (Panicum maximum), capim-braquiária (Brachiaria decumbens), capim-amargoso (Digitaria insularis), tiririca (Cyperus rotundus), erva-quente (Spermacocea latifola), trapoeraba (Commelina benghalensis), buva (Conyza canandensis) e corda-de-viola (Ipomoea spp.)
Vale destacar também que as áreas de expansão de plantio de florestas vem ocorrendo em áreas de cerrado que eram ocupadas por pastagens anteriormente. Portanto, espécies de plantas daninhas como capim-braquiária e erva quente vêm ganhando maior importância.
Formas de controle
A melhor alternativa de controle das plantas daninhas é fazer o manejo integrado de plantas daninhas, que vem a ser a junção de todas as ferramentas e tecnologias possÃveis de controle. Entre elas podemos citar:
ð Controle cultural: nada mais é que o controle promovido pela própria cultura. Envolve as operações de preparo de solo, adubação, escolha do material genético, seleção de mudas e qualidade do plantio. O objetivo é garantir o rápido desenvolvimento da floresta, pois quanto maior o sombreamento em torno das mudas, menor será a germinação de plantas daninhas.
ð Cobertura morta: restos culturais ou de dessecação, quando bem distribuídos sobre o solo, atuam como uma barreira física que reduz a amplitude térmica, mantém a umidade e impede a passagem de luz. Dessa forma, impedem a germinação de plantas daninhas presentes no banco de sementes e interferem na quebra de dormência das sementes.
ð Controle mecânico: entre os métodos mecânicos estão operações de coroamento manual, uso de lâminas, roçadas mecanizadas e manuais e implementos de preparo de solo, como grades. Em regiões que apresentam período seco pronunciado é comum realizar operações utilizando implementos que promovem a ruptura do sistema radicular das plantas daninhas, reduzindo a infestação nas linhas, amenizando o problema na época que ocorrem as chuvas.
ð Controle químico: é o mais utilizado, pois permite resultado mais rápido, eficiente e mais prolongado. É realizado pelo uso de herbicidas e a escolha deve considerar o custo, o período residual e a seletividade do tratamento. Entre os produtos registrados para uso em florestas podemos citar:
“¢ Pré-emergentes: Flumioxazin, isoxaflutole, oxyfluorfen, sulfentrazone e pendimenthalin;
“¢ Pós-emergentes: carfentrazone-ethyl, glyphosate e amônio glufosinato;
“¢ Associação de pré e pós-emergentes: clomazone e carfentrazone.